01 setembro, 2024

Um Mês, Uma Peça - 1 a 30 de setembro, 2024


"Vista de Guimarães"

Ao longo de 2024, a Sociedade Martins Sarmento (SMS) estuda e expõe em detalhe peças do seu acervo museológico, com o objetivo de partilhar um pouco da história dessas peças e das coleções disponíveis na SMS.
A peça em destaque do mês de setembro é o desenho a nanquim "Vista de Guimarães", do séc. XIX, atribuída a Augusto Roquemont.
Esta peça poderá ser visitada no nosso espaço de terça a domingo das 10h00-12h30 e das 14h30-17h30.

Categoria Desenho
Nº Inventário D-7 (57)
Título Vista de Guimarães
Autor Augusto Roquemont (1804-1852)
Época/Data Séc. XIX (1830/35)
Técnica Nanquim sobre papel
Dimensões 93 x 35 cm
Incorporação Oferta de Manuel Francisco de Araújo, da cidade do Porto, em setembro de 1910, por intermédio de Abel Cardoso.
Localização Gabinete da Direção


Descrição

Vista panorâmica da Cidade de Guimarães nos começos do séc. XIX, na qual são representados os principais edifícios da cidade, entre eles, algumas torres da cerca de muralhas e outras construções de aspeto semelhante. Este desenho acompanha com uma legenda, onde podemos localizar alguns pontos importantes de Guimarães, cuja transcrição é a seguinte: (ilegível)...onde foi baptisado D. Afonso Henriques; A - ilegível; B - ilegível; C - Convento de ...; D - Convento de Santa Clara; E - Priorado; F - Porta de Santa Luzia; G - Colegiada; H - Mirante das Coelho?; I - Mirante dos Condes?; L - Misericórdia; M - Fr.a de S. Payo; N - S. Dâmaso; O - Convento de S. Francisco; P - Campo da Feira; Q - Campo de S. Francisco; R - Fr.a de S. Sebastião; S - Freiras Dominicas.
Este desenho é geralmente atribuído a Augusto Roquemont, que viveu em Guimarães durante anos. Contudo é também dado, por alguns, como da autoria de João Baptista Ribeiro (1790-1868), pintor portuense e antigo diretor da Academia Politécnica do Porto.

Nota biográfica


Augusto Roquemont, célebre pintor suíço, nascido em Genebra em 2 de Junho de 1804 e falecido no Porto em 24 de Janeiro de 1852. Era tido como filho natural do Príncipe de Hesse, Frederico Augusto, que faleceu em Paris em 1867. Em 1818, Augusto Roquemont foi por aquele príncipe mandado para Itália fazer a sua educação artística, onde em 1820, apenas com 16 anos de idade, alcançou o primeiro prémio na Academia de Belas-Artes de Roma. Em 1828, partiu de Florença para Portugal, a fim de vir encontrar-se com o príncipe seu protetor, que então se encontrava no nosso país, o qual intrometendo-se nas questões políticas que então se desenrolavam aqui, entre liberais e absolutistas, foi considerado um hóspede indesejável e em 1830 retirava de Portugal. Roquemont, porém, não mais abandonou o nosso país. Veio então para o Minho, sendo recebido e acolhido hospitaleiramente, durante anos, em Guimarães, na Casa da Família do Visconde da Azenha (Casa do Arco), que era cunhado do Conde de Basto, o famoso Ministro de D. Miguel. Em 1831 foi nomeado diretor da aula de desenho da Real Academia da Marinha e Comércio, no Porto, deslocando-se então para aquela cidade. Mas a guerra civil em breve o forçou a abandonar esse lugar, retirando-se para Guimarães durante o cerco do Porto (1832-33) e aqui se conservou até fins de 1847, voltando nesta data novamente para o Porto, onde veio a falecer em 1852. Pelo amor que este grande artista consagrou a Portugal, sua pátria adotiva, foi considerado um verdadeiro português. Deixou muitos quadros de género e também numerosos retratos de membros de famílias ilustres de Lisboa, Porto, Guimarães, existindo obras suas no Museu de Soares dos Reis, na Escola de Belas-Artes do Porto, na Misericórdia de Guimarães, na Igreja de S. Francisco de Guimarães, na Basílica de S. Pedro do Toural, na Casa do Arco em Guimarães e na Casa de Sezim, nomeadamente os papeis de parede aí existentes, na Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, na Pousada de Santa Marinha da Costa, na Igreja de S. Domingos.
A Sociedade Martins Sarmento possui seis obras atribuídas a Roquemont, nomeadamente o retrato do vimaranense João Baptista Felgueiras, bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, nascido a 6 de Abril de 1787 e falecido em Lisboa em 13 de Março de 1848, deputado e secretário das Cortes Constituintes, após a revolução de 1820, e mais tarde Procurador Geral da Coroa e Conselheiro do Supremo Tribunal de justiça. Este retrato foi mandado executar pelo morgado Nicolau Arrochela, mais tarde Conde de Arrochela, amigo de Baptista Felgueiras e de Roquemont. Este quadro foi oferecido pela D. Laura Eugénia da Mota Felgueiras, dando entrada na S.M.S em junho de 1951.
A chamada Varanda de Frei Jerónimo, do Convento da Costa, de Guimarães, também da autoria de Roquemont foi adquirida por compra para o Museu da S.M.S. a Luís Woodhouse (Filho), do Porto, em Janeiro de 1953.
Existem ainda três retratos, legados por D. Maria Sarmento, viúva de Francisco Martins Sarmento, em 1929, cujas representações serão os pais e avó de D. Maria Sarmento.


Bibliografia
- BRANDÃO, Júlio, O Pintor Roquemont, Lisboa, 1929
- MORAIS, Ana Paula Bandeira, Guimarães urbano do século XIX a partir de três quadros de Roquemont, in Iº COLÓQUIO “SAUDADE PERPÉTUA” Arte, Cultura e Património do Romantismo Vila Nova de Gaia e Porto, 24-26 de junho de 2016, p. 822-877.
- Revista de Guimarães, vol. 27, p. 179; vol. 38, p. 110; vol. 50, p. 342; vol. 51, p. 152; vol. 61, p. 233; vol. 63, p. 195
- VITORINO, Pedro - A demolida Tôrre de S. Bento, em Guimarães – in, Portucale: Revista ilustrada de cultura literária, scientífica, e artística – Vol. IX, Setembro-Dezembro de 1936, Porto, Nos 53-54, p. 170.
- VITORINO, Pedro, O Pintor Augusto Roquemont, Porto, 1929

publicado por SMS às 11:02

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