31 dezembro, 2021

Continuamos por cá... | Extinção da Inquisição

 

O ano de 1821 foi marcado por inúmeros debates, projectos de lei e por diversas iniciativas legislativas que tiveram por objectivo a implantação do regime liberal em Portugal.
Os debates sobre as leis eleitorais, sobre a liberdade de imprensa e sobre as questões relativas ao Brasil dominaram, em certa medida, a vida parlamentar daquele ano repleto de propostas de mudança, não raras vezes acompanhadas de grandes polémicas, nas Cortes e na imprensa.
O papel da Igreja Católica e as suas instituições na vida política portuguesa não ficou de fora do debate. Foi discutida a extinção das Ordens Religiosas, as Côngruas dos Párocos, definida a extinção dos Priorados-Mores das três Ordens Militares, reduzidos os Conventos e Mosteiros de Outras Ordens e retirados diversos privilégios ao clero.
De todas estas medidas que visavam diminuir o peso da Igreja na sociedade e, acima de tudo, reforçar os poderes do Estado, uma das que teve um maior peso simbólico foi a abolição da Inquisição. Muito embora a sua influência na sociedade tivesse conhecido uma quebra considerável com as medidas tomadas pelo Marquês de Pombal (que lhe retirara diversos poderes), em 1821 a Inquisição ainda existia formalmente e a sua continuidade era incompatível com o novo regime. Por isso, a 5 de Fevereiro de 1821, o Deputado Francisco Simões Margiochi elaborava um Projecto de Lei para extinguir o Tribunal da Inquisição (em que dava destino ao Arquivo, aos bens da Inquisição e aos seus funcionários) e ao próprio edifício do Tribunal (que ficaria para uso do Paço das Cortes). A 24 de Março Simões Margiochi faria uma nova intervenção sobre o assunto, em que contava a história da Inquisição, dando enfâse aos crimes horrendos que havia cometido dizendo ser necessário que a Nação “sinta as suas torturas”. Finalmente, a 31 de Março de 1821 as Cortes Constituintes decretavam a extinção do Tribunal do Santo Ofício.
No final do ano, em Dezembro de 1821, o Congresso já havia mandado elaborar uma planta dos cárceres da extinta Inquisição para que “sendo vistos ali pelos nossos vindouros, possam avaliar o benefício que as Cortes Gerais e Extraordinárias e Constituintes fizeram à Nação portugueza, mandando-os demolir”. Tentava-se assim preservar a memória dos horrores vividos nos cárceres da Inquisição, para que de futuro tal não voltasse a suceder.

publicado por SMS às 12:30 0 comentários

Horário de fim de ano


Informamos que a sede da SMS, Museu e Feira do Livro, o Museu da Cultura Castreja e a Citânia de Briteiros, estarão fechados ao público na tarde de hoje, 31 de Dezembro e durante o dia de amanhã, 1 de Janeiro.
Todos os espaços estarão abertos no domingo, 2 de Janeiro.
Votos de um feliz ano de 2022.

publicado por SMS às 10:24 0 comentários

30 dezembro, 2021

Nota Informativa | Pinheiro-Manso da Citânia de Briteiros classificado de Interesse Público

 


O monumental pinheiro-manso (Pinus pinea L.), situado na acrópole da Citânia de Briteiros, foi recentemente classificado como árvore de interesse público, pelo Despacho n.º 12490/2021 do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 246, de 22 de dezembro de 2021. Esta classificação, requerida pelo Município de Guimarães, em 2018, fundamentou-se na longevidade da árvore, superior a 120 anos, no seu porte exuberante e copa ampla com singular valor paisagístico, permitindo identificar a longa distância o Monte de São Romão, onde se encontra o mais emblemático conjunto arqueológico castrejo do norte peninsular.

A classificação do pinheiro-manso foi antecedida por uma avaliação fitossanitária e do risco de fratura, efetuada por uma equipa da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em janeiro de 2020. Para atenuar o declínio natural da árvore, foram desaconselhadas quaisquer podas, tendo sido retiradas apenas duas pernadas inferiores, que se encontravam secas e em risco de colapso, com a colaboração da Vitrus Ambiente. O risco de eventual queda de ramos foi sinalizado com placas informativas, colocadas no perímetro da copa.

O pinheiro-manso é uma conífera de folhagem perene, com uma silhueta inconfundível, que ocorre em redor da Bacia Mediterrânica, desde a Síria até Portugal. É particularmente abundante no sudoeste da Europa, onde a sua distribuição foi alargada pelo cultivo, devido às suas sementes comestíveis, os conhecidos pinhões, utilizados na alimentação humana desde tempos remotos. Em Portugal, o pinheiro-manso ocorre sobretudo no sul do país, embora seja frequente no norte e centro, em bosquetes ou exemplares isolados. Em Guimarães, além do pinheiro-manso da Citânia de Briteiros, encontram-se classificados de interesse público mais dois exemplares, um situado na rotunda de Silvares, classificado em 2011, outro situado em Megide, Moreira de Cónegos, recentemente classificado.

A Direcção da Sociedade Martins Sarmento

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27 dezembro, 2021

“O Concelho de Guimarães. Estudo de demografia e nosografia”, de João de Meira

 
A Sociedade Martins Sarmento vai reeditar a obra “O Concelho de Guimarães. Estudo de demografia e nosografia”, da autoria de João de Meira, publicada originalmente em 1907, texto que corresponde à Dissertação Inaugural apresentada à Escola Medico-Cirurgica do Porto, para a obtenção do grau de licenciatura em Medicina.
Esta obra tem uma dupla dimensão, em primeiro lugar histórica, empreendendo uma original história do concelho de Guimarães, alicerçada, pela primeira vez, num estudo rigoroso dos documentos históricos disponíveis e não, como até aí era habitual, na repetição acrítica das lendas e narrativas dos antigos monógrafos vimaranenses. Grande parte dos exames e conclusões de Meira mantêm-se atuais, pelo que, nem que fosse somente por esta razão, a reedição desta sua obra e a sua divulgação estaria plenamente justificada. Acresce ainda que Meira tem uma perspetiva moderna sobre a forma como deve ser escrita a História de Portugal, nas suas palavras, não deve ser a «estéril e sêcca enumeração dos seus reis, mas a chronica do povo anonymo, até hoje quasi esquecido dos historiadores e, o que é peor, bastas vezes calumniado.»
Uma segunda dimensão tem a ver com o estudo nosográfico do concelho de Guimarães, ou seja, do conjunto de doenças que mais afetavam os seus habitantes no início do século XX. Para este capítulo, concorrem todos os outros: geologia, climatologia, cultura, antropologia e população. Analisa profundamente, com recurso a dados estatísticos que recolheu no Hospital da Misericórdia e a inquéritos que promoveu, as patologias mais comuns no concelho, com particular incidência na pelagra, doença muito comum nas terras minhotas e de que, nessa época, não se conhecia nem a etiologia, nem o tratamento. A atenção dedicada a esta doença cruza-se, de certo modo, com a perspetiva que Meira enunciava sobre a História de Portugal. Também aqui, o que o move é tentar compreender e auxiliar os mais pobres, o grupo social mais atingido por esta doença.

Esta nova edição associa um conjunto de estudos originais, que permitem uma releitura atual do pensamento de João de Meira.

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24 dezembro, 2021

Horário de Natal

Informamos que a sede da SMS, Museu e Feira do Livro, o Museu da Cultura Castreja e a Citânia de Briteiros, estarão fechados ao público na tarde de hoje, 24 de Dezembro e durante o dia de amanhã, 25 de Dezembro.

Todos os espaços estarão abertos no domingo, dia 26. Votos de um Feliz Natal.

publicado por SMS às 12:24 0 comentários

22 dezembro, 2021

Boas Festas

 BOAS FESTAS 

e

PRÓSPERO ANO NOVO


são os votos da 

Sociedade Martins Sarmento


publicado por SMS às 18:30 0 comentários

16 dezembro, 2021

"Quando a minh'alma fala, a sua voz é um grito - A Coleção de Cristos nas Casas de José Régio" | 18 de Dezembro, 16h00, na SMS

 


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15 dezembro, 2021

Prémio de História Alberto Sampaio (2022)

 
Edição de 2022 do Prémio Alberto Sampaio, distinguindo estudos de investigação histórica, no âmbito da história económica e social, ou no âmbito de outros domínios historiográficos associados ao legado de Alberto Sampaio.

O regulamento do Prémio pode ser consultado nesta ligação.

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13 dezembro, 2021

Falecimento do musicólogo Dr. José Maria Pedrosa Cardoso


A Direção da Sociedade Martins Sarmento manifesta o seu profundo pesar pelo recente falecimento do seu sócio correspondente, o musicólogo Professor Doutor José Maria Pedrosa Cardoso, na sequência de uma doença que se foi agravando nos últimos meses e teve desenlace fatal na passada semana.

Natural de Guimarães, mas residente em Oeiras, José Maria Pedrosa Cardoso doutorou-se em Musicologia Histórica e aposentou-se como docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Investigador e autor de vários livros e numerosos artigos, tornou-se um conferencista convidado em Portugal e no estrangeiro, falando sobretudo da especialidade de música sacra e música histórica portuguesa.

Foi um paciente investigador da vasta documentação musicológica existente nas bibliotecas portuguesas, entre as quais a da Sociedade Martins Sarmento, onde pesquisou os acervos relacionados com o Canto da Paixão nos séculos XVI e XVII pesquisa essa que o levou a um exemplar raro existente nesta biblioteca, o precioso manuscrito conhecido por Passionário Polifónico de Guimarães, que lhe serviu de estudo para o livro que publicou sobre este acervo em 2006 e foi apresentado nesta SMS em 2007, no âmbito do Simpósio Música e Músicos em Guimarães que então se realizava, organizado conjuntamente pela Sociedade Musical de Guimarães e pela Universidade do Minho.

Na sequência desse trabalho, o Professor José Maria Cardoso viria também a apresentar um estudo introdutório à edição em facsimile deste manuscrito, livro publicado em 2013 com o apoio da Fundação Cidade de Guimarães, entidade criada no âmbito da Capital Europeia da Cultura 2012, sob o título O Passionário Polifónico de Guimarães. Este estudo foi fundamental para dar a conhecer ao público especializado a importância deste códice quinhentista, oriundo de Santa Cruz de Coimbra e datado aproximadamente de 1580.

Apesar de residir em Oeiras, o musicólogo José Maria Pedrosa Cardoso colaborava também, intensamente, com outras instituições vimaranenses, nomeadamente com a Sociedade Musical de Guimarães, de que era associado e presidente do Conselho Científico do Centro de Estudos e de Investigação Musical (CEIM), no âmbito do qual se realizavam bienalmente os simpósios e estudos musicais publicados sob o título Pensar a Música.

Colaborava igualmente com a autarquia vimaranense, que acolheu, em 2016, o seu projeto de um Festival de Música Religiosa em Guimarães, que passou a realizar-se, anualmente, em tempos quadra pascal.

A Sociedade Martins Sarmento lamenta a perda irreparável deste seu associado correspondente e apresenta à esposa e demais familiares, as mais sentidas condolências.

A Direção da SMS

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09 dezembro, 2021

Adaptação de Brinquedos para crianças com paralisia cerebral | 09 de Dezembro, na SMS

Informamos que está a decorrer durante o dia de hoje na Galeria de Exposições da Sociedade Martins Sarmento, a adaptação de brinquedos para crianças com paralisia cerebral, pelo Laboratório de Automação e Robótica, da Universidade do Minho, em Guimarães.
As crianças com necessidades especiais não conseguem acionar os brinquedos tradicionais. Os poucos brinquedos adaptados que existem são extremamente caros. Assim, desde 2006 que o Laboratório de Automação e Robótica da Universidade do Minho em Guimarães, adapta brinquedos electrónicos (durante a época natalícia), para que estes possam ser acionados por crianças com paralisia cerebral.
A Botnroll oferece os componentes electrónicos, os alunos do Laboratório de Robótica oferecem o trabalho.
Este ano, os brinquedos adaptados são novos, graças à oferta da Câmara Municipal de Guimarães e da SalusLive Centro Terapêutico, que gentilmente ofereceram algumas dezenas de brinquedos.
Esses brinquedos serão depois entregues (já adaptados) a instituições de Guimarães e Braga, que lidam com crianças com necessidades especiais.
A Direçcão da SMS

publicado por SMS às 12:15 0 comentários

07 dezembro, 2021

Apresentação das obras História da Vida Moderna e Histórias Complementares da Vida Moderna de Diogo Leite de Castro.

 


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Descoberta gravura de arma na Casa do Conselho da Citânia de Briteiros


No passado mês de setembro foi identificado, ocasionalmente, um motivo decorativo no interior da construção conhecida como "Casa do Conselho", na Citânia de Briteiros (Guimarães). Num dos blocos de granito que formam o banco corrido ao longo da parede interior desta grande casa circular, foi identificada uma gravura que representa uma falcata, ou espada curva, característica da Idade do Ferro. A gravura em questão passou despercebida ao longo dos anos, por ser praticamente invisível a olho nu, sendo apenas possível observar, nos dias de hoje, com recurso a iluminação artificial.
Após a identificação da gravura, foi efetuado, no mês passado, um decalque da superfície gravada, registando assim o motivo decorativo e permitindo uma leitura mais clara.

Não se trata de um exemplo de arte rupestre, sendo antes um objeto representado num elemento arquitetónico, posteriormente ao corte e colocação do bloco.
A arma representada é uma falcata ibérica, amplamente utilizada em diferentes regiões da Península, entre os séculos V e I antes de Cristo. A folha da falcata foi representada através de uma linha contínua. A parte correspondente à empunhadura foi gravada em relevo, embora de forma imperfeita. A gravura tem cerca de 40cm, podendo-se considerar dentro do que seriam as dimensões reais de uma falcata.
 
As falcatas recolhidas nos castros do Noroeste são mais conhecidas como "punhais afalcatados", no que parece ser uma variante local desta arma, mais curta que a falcata ibérica comum. São conhecidos exemplares de punhais afalcatados recolhidos nos castros de Baiza (Gaia), Cruito (Baião), Sanfins (Paços de Ferreira), Falperra (Braga), São Julião (Vila Verde), Santa Tecla (Pontevedra, Galiza) e Saceda (Ourense, Galiza). Existe, também, um exemplar de uma falcata ibérica típica recolhida no Castro de Frades (Montalegre).
As espadas produzidas, em 2013, pela oficina de Gaspar Carreira, para utilização no evento "Citânia Viva", organizado pela Casa do Povo de Briteiros, foram inspiradas diretamente no modelo da falcata ibérica.
A dispersão destes achados, que não ocorrem no norte da atual Galiza, onde abundam os também característicos "punhais de antenas", parece confirmar a origem oriental da falcata, chegando à Península através do Mediterrâneo, estendendo-se para norte o seu fabrico e utilização.

É conhecido um exemplo da utilização da falcata na iconografia do período castrejo, embora datado da fase da Romanização. Com efeito, as falcatas são uma das armas que figuram nas primeiras moedas romanas cunhadas no norte da Península, algumas das quais foram recolhidas na Citânia de Briteiros, e que são célebres por figurarem um conjunto de armas dos guerreiros indígenas. No entanto, não se conheciam exemplares gravados em elementos de granito. O paralelo mais próximo são duas ombreiras, também provenientes da Citânia de Briteiros, que mostram uma tenaz de ferreiro. Contudo, as representações de tenazes teriam objetivos e significado distintos, além de esculpidas em relevo, portanto tecnicamente diferentes da gravura de falcata, agora identificada.
Não são também comuns, na arte rupestre da Idade do Ferro, representações de armas, como acontece em conjuntos gravados em períodos mais antigos.

A inexistência de paralelos limita a interpretação desta gravura, embora se insira num contexto muito particular. A "Casa do Conselho" da Citânia era uma estrutura circular com 11 metros de diâmetro localizada na acrópole do povoado. Terá sido descoberta entre 1891 e 1892, nas campanhas de Martins Sarmento, sendo então interpretada como o local de realização das grandes assembleias, servindo para o efeito o banco de pedra que circuita a parede interior. Uma grande sala de reuniões, que se associa, para vários autores recentes, ao funcionamento de um conselho comunitário ou à realização de banquetes coletivos. A inexistência de trabalhos arqueológicos recentes na área ocupada por esta construção, posteriores ao restauro realizado em 1956, limitam a datação do edifício que, contudo, se considera anterior ao estabelecimento da malha urbana do povoado, genericamente datável do século I antes da nossa Era.
A única construção coetânea claramente equiparável é uma grande casa circular, também com banco corrido interior, identificada no centro do Castro do Vieito (Perre, Viana do Castelo), em 2004, monumento desmontado para construção do troço da autoestrada A28. Porém, vários investigadores sustentam que a existência destas construções, com diferentes dimensões, seria habitual no interior dos castros, além de existirem construções diferentes desta, mas interpretadas como de idêntica função.

Esta gravura de falcata podia ser meramente decorativa ou ter um significado claro para os frequentadores do espaço, atendendo a que não se encontraram mais motivos gravados nas outras pedras do banco corrido. Certo parece ser que a figuração de armas e guerreiros, particularmente na estatuária, se inseria na simbologia do poder dos chefes locais.

A descoberta deste elemento inédito revela, mais uma vez, como a Citânia de Briteiros continua a propiciar conhecimento histórico relevante. A gravura agora identificada foi já registada, estudando-se a melhor forma de proteção da superfície gravada.
 
 
A "Casa do Conselho", na Citânia de Briteiros.
 
Trabalhos de levantamento da gravura realizados em novembro de 2021.
 
Fotografia noturna da gravura de falcata.

 
Fotografia noturna do bloco com gravura, vendo-se a parede interior da casa.
 
Uma falcata ibérica recolhida em Almedinilla (Córdova), numa gravura publicada por Cristóvão Aires, em 1896.

Moeda romana recolhida na Citânia de Briteiros, com uma falcata ibérica visível do lado direito (fotografia de Martins Sarmento).

 

Os técnicos responsáveis pelo registo: Gonçalo Cruz e José Antunes.


Com especial agradecimento a José Maria Gomes, Carmo Luís, Artur Marquez e Miguel Ventura, pelo apoio logístico.


Para saber mais.


Sobre a utilização dos punhais afalcatados no Noroeste da Península:
Alfredo González-Ruibal. "Galaicos. Poder y Comunidad en el Noroeste de la Península Ibérica (1200 a.C. – 50 d.C.)", Revista Brigantium, 18-19, 2006-07 (volume II, páginas 433 a 441).

Sobre a cronologia e origens da falcata:
Leandro Tristão. Armas e Ritos na II Idade do Ferro do Ocidente Peninsular. Dissertação de Mestrado em Arqueologia, FCSH Universidade Nova de Lisboa, 2012.

Sobre a "casa do conselho" do Castro do Vieito: 
António Silva. O Castro do Vieito. Um povoado indígena do alto-império no estuário do rio Lima, s/d, disponível aqui.

publicado por SMS às 14:00 0 comentários

06 dezembro, 2021

Convite | Lançamento do livro "Aviso ao povo para não morrer de bexigas"

 

A Sociedade Martins Sarmento e a Casa de Sarmento têm a honra de convidar V. Ex.a para o lançamento do livro Aviso ao povo para não morrer de bexigas, publicado originalmente em 1873, pelo farmacêutico vimaranense Manuel José de Passos Lima. 
O livro será apresentado pelo Dr. Joaquim Pereira Mendes da Silva na próxima sexta-feira, 10 de dezembro, pelas 18 horas.

publicado por SMS às 20:00 0 comentários

Feira do Livro da Sociedade Martins Sarmento | 26 de Novembro a 9 de Janeiro

 

A Sociedade Martins Sarmento promove, até ao próximo dia 09 de Janeiro de 2022, a sua Feira do Livro. 

Nesta edição, poderá encontrar diversos artigos para as suas prendas de Natal, nomeadamente livros e outros produtos culturais com preços muito acessíveis. Além das edições próprias da SMS, esta Feira conta com a representação de diversos livreiros e também de uma livraria online.  

Poderá consultar o catálogo de publicações nesta ligação.

Através do email loja@msarmento.org poderá, sem se deslocar à SMS, solicitar mais informações, pedido de publicações ou fazer as suas encomendas. 

A Feira do Livro funciona de segunda a domingo das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h30.

publicado por SMS às 18:04 0 comentários

03 dezembro, 2021

Continuámos por cá... | Teatro Jordão (1938-...)

 


Dia vinte de Novembro.

De trinta e oito, é o ano.

Em todas as ruas se ouve: –

Sempre abriu, não há engano.

 

Numa expressão d’alegria

Nas ruas se ouve também: –

Guimarães pode orgulhar-se

Do filho adotivo que tem.

 

Guimarães, hoje, em Festa,

Veste a roupa domingueira

P’ra cumprimentar o Jordão

E ver a peça primeira.

 

Até mesmo as andorinhas

Se juntam com alegria.

E no seu canto se ouve:

Aleluia! Aleluia!

 

“Ó Guimarães, teu progresso!”

Ó Guimarães esquecida!

Ó Guimarães teu Teatro,

Ó Guimarães, tua vida.

 

Guimarães tem um Teatro,

Guimarães tem um Jordão.

Guimarães o abençoe,

Guimarães de coração.

 

Desculpe esta franqueza

Saída do coração.

Sentimento bem altivo:

Aceite-o, pois, Snr. Jordão.

 

Guimarães, 20 Novembro 1938

J. Gomes

 

No final da década de trinta do século XX, a cidade de Guimarães fora surpreendida por uma notícia que traria grande contentamento à sociedade vimaranense, a construção de um Teatro. O responsável por tal empreendimento era Bernardino Jordão (1868-1940), empresário nascido em Fafe e a viver em Guimarães, cuja actividade se ligava ao meio comercial e industrial, sendo o fornecimento de energia eléctrica uma das importantes vertentes da sua acção.

A construção da casa de espectáculos do Jordão, projectada pelo arquitecto e engenheiro civil Júlio José de Brito, principiou em Fevereiro de 1937 e a inauguração, vivida com grande regozijo pelos vimaranenses, ocorreu no dia 20 de Novembro de 1938.

No programa da inauguração da nova Casa de Teatro de Guimarães, cuja sala de espectáculos foi perfumada pela Sociedade de Perfumaria Nally, LDA., com o perfume “Noite de Prata”, foi apresentada uma pequena resenha ilustrativa do edifício e que é a seguinte: 

 

Gastaram-se entre outros materiais 979 camiões de areia, cascalho e saibro; 684 camiões de perpianho e alvenaria; 62 vagões de cimento, cal, gesso e marmorite; 13 vagões com 127000 quilos de ferro; 31000 ou sejam perto de 30 vagões de tijolos "SIMCO" gastos para os pavimentos. Só os pinheiros utilizados na obra somam um comprimento que chega para fazer uma via dupla desde a Praça do Toural até à Penha. As tábuas e escoras gastas nas cofragens e soalhos chegariam para fazer um tapamento a toda a volta da Praça do Toural com uma altura de 20 metros. Se carregássemos um comboio com todo o material gasto nesta obra, teríamos uma composição de 835 vagões excluindo a máquina e o tender ou seja um comprimento total de 9,2 quilóm., isto é, uma distância igual à que vai da estação de Guimarães até Vizela. Com as 926 lâmpadas num total de 46000 watts aplicadas na iluminação, e distanciadas de 10 m. podíamos iluminar toda esta linha.

 

Embora, existissem, em Guimarães, alguns locais dedicados à arte da representação, havia o desejo da cidade ter uma Casa de Teatro com condições dignas, moderna. O desejo cumpriu-se e a Casa de Teatro, que até 1940 se designou Teatro Martins Sarmento, foi criado na Avenida António Reis, actual Avenida D. Afonso Henriques, tendo sido palco para variadíssimas figuras da representação e da música, nacionais e internacionais, entre as quais Amélia Rey Colaço, João Villaret, Beatriz Costa, António Silva, Vasco Santana, Amália Rodrigues, Lolita González, José Romero, Guilhermina Suggia,  Pedro de Freitas Branco e a Grande Orquestra Nacional, Orquestra do Norte, Companhia Nacional de Bailado e Ballet Gulbenkian, entre muitos outros.

Para além das artes de representação em palco, foi sala de cinema e acolheu várias iniciativas de cariz diverso - de instituições/ colectividades vimaranenses, comícios de natureza política, celebrações do número das festas dos estudantes de Guimarães, as Danças Nicolinas, sessões de beneficência, entre outras.

Na sua sala de espectáculos, o Teatro Jordão proporcionou, também, por vários anos, sessões de cinema que oferecia aos alunos premiados na Festa Escolar do 9 de Março, organizada pela Sociedade Martins Sarmento, instituição de quem era associado o fundador do Teatro, Bernardino Jordão.

Mais de meio século após a abertura e depois de feitas várias diligências para garantir a sua actividade, o Teatro Jordão encerrou, estando para breve a inauguração da obra de reconversão da antiga Sala de Espectáculos de Guimarães, que acolherá novas utilizações ligadas às artes – musicais e performativas –, as actividades lectivas do Conservatório de Guimarães e as do Curso de Artes Performativas e Visuais da Universidade do Minho.

Uma parte muito significativa da história do Teatro Jordão, cuja memória atravessa várias gerações de vimaranenses e das suas instituições, encontra-se preservada no Fundo Teatro Jordão, na Sociedade Martins Sarmento, constituído por documentação e vários objectos, parte dos quais integram a exposição Teatro Jordão (1938-…). 

publicado por SMS às 14:31 0 comentários

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9.30-12.30/14.00-17.00 (Inverno)
Encerrado a 25 de Dezembro, 1 de Janeiro e domingo de Páscoa.

CITÂNIA DE BRITEIROS E MUSEU DA CULTURA CASTREJA

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Guimarães, freguesia de
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Citânia de Briteiros
41º 31' 35'' N
8º 18' 55'' W

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41º 31' 13'' N
8º 19' 31'' W

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