Cursinho da Páscoa - 2008

Entre 17 e 20 de Março decorreu a segunda edição do cursinho de Páscoa intitulado “A Páscoa e a Primavera no Museu”, organizado pelo Serviço Educativo da SMS. Participaram neste evento 18 crianças entre os 6 aos 12 anos que desenvolveram actividades variadas, durante as tardes em que decorreu o cursinho. Na área da dança contou-se com a colaboração da professora Rafaela Salvador, através de uma oficina de dança criativa; na área das artes plásticas, com a colaboração da professora Ana Maria Oliveira, com uma oficina sobre a temática da Páscoa. Na área de história colaboraram três alunos do Curso Tecnológico de Acção Social - Variante Animação Sócio Cultural, estagiários na SMS.

Por entre a dança e a pintura (de ovos de Páscoa, com base na decoração utilizada na cerâmica da Idade do Ferro da Citânia de Briteiros) realizou-se ainda um peddy paper pelo edifício da SMS, proporcionando uma viagem no tempo através do valioso espólio aí existente.

A Sociedade Martins Sarmento e o projecto para a requalificação do Toural/Alameda

O Toural e a Alameda (Fonte: Virtual Earth)
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Porque a proposta de intervenção no Toural e na Alameda que se encontra em discussão pública, caso se concretize, irá ter fortes implicações na cidade e na sua imagem, mas também na vida desta Instituição, a Direcção da Sociedade Martins Sarmento entende que ser este o momento adequado para emitir a sua opinião sobre o assunto.

O Toural é uma referência incontornável da cidade, um espaço por onde passou muita da História colectiva vimaranense. Ao longo dos séculos, adquiriu uma dimensão afectiva singular, que dá origem a discussões apaixonadas quando se planeia alguma mudança, mesmo que meramente cosmética. Daí que seja compreensível a intensidade da discussão em curso, a propósito de um anteprojecto de intervenção que, a concretizar-se, resultará na mais profunda e irreversível das mudanças a que esta praça tem sido sujeita.

A Direcção da Sociedade Martins Sarmento entende que o conhecimento disponível sobre o alcance do projecto em discussão é manifestamente insuficiente, por não terem sido feitos ou divulgados estudos prévios essenciais para a sua sustentação, nomeadamente:

- sobre a mobilidade urbana e suburbana de Guimarães e o impacto das alterações propostas na circulação viária em Guimarães e, em especial, nas artérias adjacentes ao Toural;

- sobre as necessidades presentes e futuras de estacionamento na zona a intervir e na sua envolvente (sendo patente que hoje existe uma oferta claramente excedentária de lugares de aparcamento pago em Guimarães);

- sobre a dimensão dos efeitos que o projecto poderá induzir na revitalização do comércio do Centro Histórico;

- sobre o impacto da intervenção proposta n as estruturas dos edifícios centenários que contornam a praça;

- sobre a configuração geológica do terreno;

- sobre a história da praça e dos modos como foi ocupada no passado, de modo a perceber o que se poderá esperar encontrar no seu subsolo.

Uma das principais dúvidas que têm sido levantadas quanto à exequibilidade da obra prende-se com a possibilidade de serem colocados a descoberto no Toural vestígios arqueológicos significativos. Só uma prospecção sistemática do terreno trará resposta a essa dúvida. No entanto, do que se conhece, é possível avançar-se que é mais do que provável a existência de restos arqueológicos importantes no subsolo da praça, nomeadamente os que terão ficado do primitivo convento de S. Domingos, mandado demolir por D. Dinis, em 1323, da antiga Torre de S. Domingos e dos sistemas de condução de água que atravessavam o Toural (entre outras, a conduta que abastecia o Convento das Dominicas e a que levava água ao chafariz do Toural).

Independentemente do que fica dito, resulta evidente que um dos principais problemas que o projecto levanta se prende com a embocadura do túnel que atravessará o Toural, caso o projecto seja concretizado. Até hoje não foi tornada pública qual será a extensão da rampa de acesso ao túnel, mas parece seguro que rasgará a praça na maior parte da sua extensão no sentido Norte/Sul, criando, à imagem do que vemos suceder em outras cidades, um imenso desconforto no uso pedonal da praça e da rua de Paio Galvão e introduzindo uma barreira física que isolará o lado poente do Toural.

No que directamente respeita à Sociedade Martins Sarmento, a solução proposta para a localização da entrada no túnel, ao gerar maior dificuldade no atravessamento pedonal da rua de Paio Galvão, é susceptível de criar sérias limitações no acesso ao edifício da sede desta Instituição e, desde logo, ao seu Museu e à sua Biblioteca, que previsivelmente se passará a fazer com menos segurança, o que levanta especiais preocupações por estarem estão em questão, por exemplo, visitas de grandes grupos escolares.

Em presença da informação disponível, a Direcção da Sociedade Martins Sarmento, não discutindo a necessidade de requalificação do Toural, entende que o projecto que se encontra em discussão pública, além de não parecer capaz de resolver a maior parte dos problemas existentes, é susceptível de acrescentar novos problemas, dificilmente reversíveis. Assim sendo, entende que deve ser procurada uma outra solução para a requalificação da praça, assente em estudos consistentes, nomeadamente no que respeita à mobilidade urbana, que assegure a redução do trânsito automóvel no centro da cidade e que melhore as condições de conforto para utilização pedonal da praça. Atendendo à sensibilidade desta intervenção, a Direcção da Sociedade Martins Sarmento sugere que se pondere a abertura de um concurso de ideias para se procurar a melhor solução para o Toural.

Guimarães, 17 de Março de 2008

A Direcção da Sociedade Martins Sarmento

Alunos de Briteiros visitaram moinho da Quinta da Ponte

Na passada quinta-feira, dia 13 de Março, os alunos da Escola E.B. 1/JI de S. Salvador de Briteiros visitaram o moinho da Quinta da Ponte. Numa iniciativa dos docentes da mesma escola, o moinho foi aberto e esteve a trabalhar durante esse dia. Mais de 100 crianças do Ensino pré-escolar e 1º CEB estiveram na quinta e visitaram o moinho, que esteve a moer milho durante a maior parte da tarde. No local, os alunos tomaram contacto com o processo de moagem, feito de forma tradicional.

O moínho da Quinta da Ponte está integrado na antiga propriedade familiar de Martins Sarmento, perto do logradouro do que é actualmente o Museu da Cultura Castreja, em S. Salvador de Briteiros. O antigo engenho encontra-se restaurado e é parte integrante do trilho pedestre "Rota da Citânia".

O 9 de Março de 2008 na Sociedade Martins Sarmento

Durante a tarde do dia em que se assinalou a passagem do 175.º aniversário do nascimento de Francisco Martins Sarmento, realizou-se uma Sessão Solene de entrega de prémios a estudantes do 1.º Ciclo, que contou com uma intervenção da Dra. Maria da Conceição Campos, autora do livro que os alunos premiados receberam, “Cinco x Seis”, o qual, a exemplo dos últimos anos, os livros são oferecidos pelo sócio Abel Pinheiro Ribeiro da Silva, como homenagem à memória de seu pai, Lourenço Ribeiro da Silva. Na altura, o Presidente da Direcção proferiu breves palavras, nas quais recordou a primeira Festa Escolar da Sociedade Martins Sarmento, que teve lugar no dia 9 de Março de 1882, e notou as actualidade das palavras que então disse José Sampaio, o primeiro Presidente desta casa:

“Senhores professores e professoras! É nobre, é gravemente difícil a vossa profissão, – tendes o encargo enorme de dar a primeira direcção à inteligência balbuciante da criança, a esta maravilhosa inteligência, à qual se hoje basta o horizonte da vossa escola, amanhã, quando atingir o seu pleno desenvolvimento, mal chegará o Universo para as suas concepções.

De vós depende a primeira educação, aquela que deixa quase sempre impressões indeléveis por toda a vida; de vós depende o futuro do maior número, que não receberá outra.

Se é pois difícil e árdua a vossa tarefa, se é grande a vossa responsabilidade, é também elevada e sublime a vossa missão.

A vós, alunos, diremos: adquiri estes instrumentos da instrução é como possuir a primeira chave das que vos hão de abrir as portas do mundo esplêndido da actividade intelectual, assim como alcançar também o primeiro escudo dos que vos hão de cobrir, quando vos achardes gladiadores na arena da vida.

Conferindo-vos estes pequenos prémios, vamos pedir-vos que os conserveis como uma recordação da vossa infância, recordação que vos incitará, mais tarde, a lutar pelo bem, pelo belo e pelo justo”.

Na Sessão Solene realizada à noite, onde também se procedeu á entrega de prémios escolares, teve lugar uma interessante uma conferência do Prof. Doutor José Ramiro Pimenta, que falará sobre “O lugar do passado em Martins Sarmento".

Na altura, o Presidente da Direcção, onde falou da actividade da Instituição e dos seus projectos, nomeadamente sobre os contributo que a recém-criada Fundação Martins Sarmento dará para que esta casa possa prosseguir com a sua acção cultural.

Esta é a Sociedade Martins Sarmento. Obra de sucessivas gerações de vimaranenses generosos que, sem qualquer recompensa material, não regatearam esforços para que esta casa continuasse a levar longe o nome de Guimarães, afirmando-se como uma instituição cultural prestigiada e reconhecida no panorama nacional e internacional.

Esta continuará a ser, nos tempos que hão de vir, a Sociedade Martins Sarmento.

Os desafios de 2012, estão já aí à frente. E a SMS lá estará, honrando o seu passado sempre com os olhos postos no futuro.

Documento: Intervenção do Presidente da Direcção da SMS na Sessão Solene de 9 de Março de 2008.

Serviço Educativo da SMS - Apresentação

Desde a sua fundação que a Sociedade Martins Sarmento se preocupou em criar condições para o desenvolvimento da instrução e do ensino na cidade de Guimarães. Um dos vários desígnios que presidiram à sua criação, em 1881, foi o da promoção da instrução popular. Logo em 1882, a SMS abria à comunidade o Instituto Escolar. Com sede ao Largo do Carmo, o Instituto oferecia instrução primária e as disciplinas do curso geral dos liceus. Nos anos que se seguiram, a criação de cursos de francês, tipografia e música serviu de base ao nascimento da Escola Industrial Francisco de Holanda. Inaugurada a 14 de Janeiro de 1885, na casa da Sociedade Martins Sarmento, tinha 104 alunos matriculados. Imediatamente no ano seguinte, a SMS começou a desenvolver esforços para colmatar a ausência de ensino oficial público em Guimarães. Entre avanços e recuos, é graças à acção da SMS que o ensino na Colegiada da Oliveira deixa de ser exclusivo para alunos do sacerdócio, alargando-se, também, o número e a variedade das disciplinas ali ministradas.

Em Maio de 1896, o Instituto da Colegiada abre-se ao maior número de filhos desta terra, sigam eles o estado eclesiástico, a carreira das armas, das artes ou das letras, elevando-se à categoria de Liceu. Vinte e três anos depois, em 1919 é assinado o decreto que lhe atribui o nome de Liceu Central de Martins Sarmento.

A história do ensino e da transmissão de conhecimentos na Guimarães do Século XX passa, em significativa medida, pela SMS. É, pois, na esteira destas suas finalidades – a promoção da instrução e da cultura – que o Serviço Educativo da SMS leva a cabo um vasto leque de iniciativas orientadas para os visitantes mais novos: desde visitas orientadas com o apoio de jogos didácticos à realização de pequenas oficinas nas mais variadas áreas, como a arqueologia, a dança, o teatro, as artes plásticas e a música. Estas actividades são programadas de acordo com as especificidades do grupo etário, do grau de escolaridade, ou do objectivo da visita. Mantendo um diálogo permanente com as escolas de todos os graus de ensino do Concelho de Guimarães, o Serviço Educativo da SMS disponibiliza-se assim para prestar quaisquer destas iniciativas.

Assembleias Gerais da Sociedade Martins Sarmento

Em assembleias gerais da Sociedade Martins Sarmento, realizadas no passado dia 8 de Março, foram aprovados o plano de actividades e orçamento para 2008, bem assim como o relatório e as contas referentes a 2008. Todos os documentos foram aprovados por unanimidade, numa assembleia onde a criação e instalação da Fundação Martins Sarmento foram objecto de detalhados esclarecimentos por parte do Presidente da Direcção.

O plano de actividades para o ano de 2008, que a seguir se disponibiliza, foi desenhado tendo presente a perspectiva de que a instalação da Fundação Martins Sarmento, com a canalização dos meios de financiamento que estão previstos, permitirá avançar com um programa mais ambicioso, concretizando muitos dos projectos que têm sido concebidos ao longo dos últimos anos, mas que não puderam ser lançados, até ao momento, por absoluta carência de meios financeiros.

Documento: Plano de Actividades da SMS para 2008.