30 abril, 2020

Biblioteca e Arquivo da SMS | "Nossa Senhora de Paris", de Victor Hugo


A 15 de Abril de 2019, a Catedral de Notre-Dame de Paris foi atingida por um grande incêndio que danificou uma parte muito significativa da estrutura do seu edificado. A Sociedade Martins Sarmento destacou o importante significado patrimonial e artístico do monumento, lembrando a obra literária de Victor Hugo – Notre-Dame de Paris.

A Catedral de Notre-Dame de Paris é um emblemático edifício religioso, cuja construção, iniciada no século XII, decorreu até meados do século XIV. O seu traço evidencia as intervenções a que foi sendo submetida ao longo dos séculos e ilustra os principais estilos artísticos que ao longo da sua existência influenciaram a arquitectura dos edifícios.

Na literatura, o simbólico monumento parisiense, foi retratado no célebre romance histórico de Victor Hugo, Notre-Dame de Paris, publicado pela primeira vez em 1831 e, no ano seguinte, a edição da obra completa, tal como a sonhou, tal como a fez… tal como o auctor a quiz ver realisada, integrando os capítulos que nas anteriores impressões haviam sido “extraviados”.

O texto do escritor francês, para além do pendor literário expressa inequívocas inquietações com a preservação do património arquitectónico do seu país, nomeadamente com a conservação dos monumentos antigos. Notre-Dame de Paris, em português, Nossa Senhora de Paris, mais tarde na versão inglesa The Hunchback of Notre-Dame (O Corcunda de Notre-Dame), foi originalmente escrito com a intenção de despertar a consciência do público para a necessidade de garantir a conservação da Catedral, à altura em estado de degradação. O propósito de Victor Hugo foi alcançado, pois em 1845 a França aprovou uma lei para restaurar a medieval Catedral.

O autor construiu a narrativa em torno do monumental edifício, descrevendo as suas características arquitectónicas, os principais estilos artísticos que influenciaram o processo de construção e as intervenções sequentes à edificação, assim como paralelamente caracteriza social e culturalmente a cidade de Paris e as suas gentes, desde os pedintes e ciganos à nobreza, à aristocracia e ao clero.

Habitáculo das figuras narrativas Quasimodo (Corcunda) que se apaixona pela cigana Esmeralda, do oficial da Guarda Real, Phoebus, por quem Esmeralda se apaixona, do arcediago Frollo e de Gringoire, entre outras, Notre-Dame de Paris de Victor Hugo fez subsistir no tempo o simbólico monumento de culto que, entre muitos acontecimentos históricos, acolheu a coroação de Henrique VI, a de Napoleão como imperador de França e sua mulher Josefina de Beauharnais, assim como a beatificação de Joana d’Arc.

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28 abril, 2020

Colecção de Arte Moderna e Contemporânea da SMS | Retrato-medalhão de Rafael Bordalo Pinheiro


O medalhão com o retrato em perfil de Rafael Bordalo Pinheiro, em relevo numa reserva central com a inscrição “O Mestre – Rafael Bordalo Pinheiro – 1846-1905”, enquadrado por uma coroa de frutos, folhas e fitas em faiança esmaltada polícroma, foi executado por Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro em homenagem a seu pai, Rafael Bordalo, por altura do seu falecimento, em 1905.

A obra em faiança foi realizada na antiga Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, criada em 1884 por Rafael Bordalo Pinheiro, tendo o ceramista contado com a colaboração de Ramalho Ortigão, Maria Augusta e Feliciano Bordalo Pinheiro, irmãos de Rafael Bordalo.

O projecto de produção da Fábrica das Caldas da Rainha assentava na vontade de dinamizar a indústria ceramista, nomeadamente a das faianças, elaborando objectos de natureza utilitária, ornamental e de revestimento e simultaneamente proporcionar o ensino profissional na área da cerâmica.

O traço artístico da obra bordaliana, manifesta-se no intenso colorido e na riqueza e expressão das formas dos elementos naturalistas, do figurado de tipo popular e das cenas de natureza etnográfica que Bordalo Pinheiro executou e que nos permite conhecer as diversas personagens da sociedade portuguesa dos finais do século XIX – povo e figuras da vida pública e política –, onde tomam particular destaque as figuras-tipo, especialmente a figura do Zé Povinho.

Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) foi um dos mais profícuos artistas da segunda metade do século XIX em Portugal, tendo-se destacado como caricaturista e desenhador humorista, assim como ceramista. Autor de numerosos trabalhos – muitos deles publicados em diversas publicações da época, outros tomaram forma enquanto obra ceramista – Bordalo Pinheiro foi uma figura de grande talento criativo e de caracterização do meio envolvente, do imaginário histórico, cultural e simbólico português.



Bordalo Pinheiro visto por Raul Brandão, o escritor da Casa do Alto:

Passei a noite em casa do Columbano, com o Rafael Bordalo Pinheiro. Durante o jantar falou sempre. Todo ele mexe, todo ele é caricatura e imprevisto: os olhos, o nariz, as mãos e até o bigode que se encrespa, desenham e imitam. – Era um homem com um olho assim… – E logo o olho se lhe enviesa. Em rapaz o seu sonho era o teatro. Chegou a ter lições do Rosa pai. Está um pouco cansado. Queixa-se muito. Amua. - Ninguém faz caso de mim… – Estranha quando o não vão esperar à estação – e está sempre a chegar das Caldas e partir para as Caldas. Depois esquece-se e põe-se a rir. Depois torna: - Eu não jogo, mas lá em casa todas as noites jogam e pedem-me dinheiro emprestado. – Agora arremeda este e aquele de quem fala. Conta que em Paris ouviu o rei dizer: Isto aqui é uma terra, lá é uma piolheira. – E que o infante, quando lhe perguntaram: – Então em Londres, que tal, com aqueles príncipes todos? – Mal, mal… eu sou um príncipe asa de mosca…

E acaba – é nas vésperas do jantar que lhe vão oferecer no teatro D. Maria – por dizer: – Veja o senhor que desgraça a minha! Daqui a pouco não posso fazer a caricatura de ninguém!

Efectivamente lá estavam no banquete todos os homens imponentes, os conselheiros, os políticos decorativos, a série completa das figuras do António Maria. Não faltou ninguém à chamada. E nos camarotes aplaudiram-no com delírio as lisboetas pálidas de que troçou em tantas páginas de génio. Confundiram-no e arrasaram-no. Creio que foi a primeira vez que perdeu a linha.

Gostou sempre de fazer partidas. É o Schwalbach que conta:

– O imperador do Brasil logo que chegava ao teatro metia-se no camarote, descalçava as botas e calçava com regalo uns chinelos. Uma noite o Rafael, que estava no Rio, foi pé ante pé, meteu a mão pela cortina e roubou-lhe as botas. O pobre homem não se desconcertou: saiu em chinelos, atravessou em chinelos a multidão, saudando para a direita e para a esquerda, desceu o pátio, e meteu-se em chinelos na carruagem.

Os seus últimos dias passou-os a suspirar por um bocadinho de sol. Doente, prostrado, todas as manhãs perguntava: – O sol?... Está sol? – E os dias seguiam-se cuspinhentos e sujos, daquela chuva que enegrece as almas e transforma as ruas de Lisboa em charcos de lama pegajosa. Outra manhã – e ele acordando da prostração: – O sol? Quero ver o sol… – Mais chuva, maior negrume ainda. Morreu num dia, e no outro dia, o do enterro, o sol resplandeceu sobre Lisboa, aquecendo-a e doirando-a.

Raul Brandão, Memórias.

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26 abril, 2020

Coleção de Arqueologia da SMS | Inscrição honorífica a Marco Aurélio e Cómodo


Embora a mais recente ficção cinematográfica tenha exagerado o papel do imperador romano Cómodo como vilão, e sendo certo que o período em questão tenha sido marcado por fortes intrigas políticas em Roma, a verdade é que não só Cómodo sucedeu a Marco Aurélio, de quem era filho biológico, como os dois partilharam o título imperial durante três anos. A partir do ano 177, Cómodo passou a usar o título de Augusto, juntamente com o pai, até à morte de Marco Aurélio, em 17 de Março de 180.

A peça que aqui apresentamos deve ser datada desta época, entre os anos 177 e 180, correspondendo portanto ao período em que ambos terão exercido o mais alto cargo do Império Romano, uma vez que a inscrição refere ambos os imperadores.


Recolhido por Albano Belino em Agosto de 1905, perto do Campo das Carvalheiras, em Braga, este elemento em granito estava reutilizado e teria sido portanto já movido da sua localização original. Fez parte da doação de Belino à Sociedade Martins Sarmento, estando exposto desde há mais de cem anos no Museu Arqueológico da SMS.

Foi interpretado por Belino como um marco miliário, leitura que Mário Cardozo manteve. No entanto, a sua morfologia perfeitamente cilíndrica, com cortes bem finalizados, sugere que se tratava de uma secção de coluna. A inscrição latina que se conserva também sugere que seria parte de um monumento honorífico dedicado "Ao século felicíssimo dos imperadores Augustos Marco Aurélio Antonino e Lúcio Aurélio Cómodo", como se lê na inscrição. Uma "dedicatória imperial", nas palavras de Armando Redentor, o último investigador a estudar esta epígrafe.

É possível que este elemento tenha integrado uma coluna honorífica, ou mesmo um edifício público da cidade romana de Bracara Augusta. Foi esculpido em granito "dente de cavalo", como acontecia nesta região, à falta de mármore, na época romana.

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25 abril, 2020

25 de Abril | 46 anos

Atravessando um tempo de situações contraditórias em que um futuro livre se tem de alimentar com a luta pela própria vida, travada em assumidas restrições da liberdade, assinalamos, também de forma diferente, a passagem dos 46 anos da Revolução do “25 de Abril”.

No já algo distante ano de 1974, a Sociedade Martins Sarmento sentiu - ela própria - os “Ventos da História” e percebeu como eles lhe traziam outras vastidões e exigências.
Na primeira publicação da Revista de Guimarães após o “25 de Abril”, a Direcção, saudando o Movimento das Forças Armadas, logo manifestou essa consciência de responsabilidades acrescidas e de novos desafios que se lhe colocavam.
Do texto editorial então divulgado, respigam-se as seguintes passagens:

25 de Abril 
É este o primeiro número da «Revista de Guimarães» que sai do prelo, depois do movimento vitorioso das forças armadas que derrubaram o regime anterior.


Esse movimento, que se colocou desde a primeira hora exclusivamente ao serviço do povo português, tem de ser saudado entusiasticamente pelas redobradas esperanças que abre a esta velha nação de oito séculos que se deseja mais consciencializada e mais culta, virada ao futuro sem qualquer espécie de restrição.
(...)
A queda do regime anterior, escusado será referir, que em nada veio prejudicar a «Revista de Guimarães», bem pelo contrário.
Ao afirmar-se a garantia de uma autêntica liberdade de expressão, ao eliminarem-se formas de compromisso, melhor nos sentimos possuídos de uma nova dimensão, mais do que isso de uma remoçada dignidade, sem as quais não é possível fazer cultura genuinamente verdadeira e universal.
(...)
É a razão porque a «Revista de Guimarães» pelo trabalho dos seus organizadores e certamente dos seus colaboradores, mais do que nunca, sente que tem de continuar o seu já longo caminho ao serviço e expansão da cultura portuguesa, admitindo, sem reservas, que a viragem política verificada em 25 de Abril, consubstanciada no indiscutível programa do M F A, ao rasgar os horizontes apetecidos de uma sociedade democrática, abre ao mesmo tempo novas e mais brilhantes perspectivas à investigação em Portugal.
E, dedicar, como convém e é urgente, melhor atenção ao ensino e à cultura do povo, sem quaisquer limitações, facilitando e alargando o intercâmbio com os meios mais evoluídos e progressistas dos vários continentes, que agora se nos abrem, é política que desejamos e na qual depositamos as mais fundadas esperanças.

Guimarães, 6 de Dezembro de 1974.

Verdadeiramente, a Revista de Guimarães - que entretanto já vai para 136 anos de existência - permanece como uma referência cultural, firme a promover o estudo e investigação e a partilha do conhecimento. É essa a sua tradição histórica, o seu papel libertador, e, por isso, fica bem associá-la a esta data em que, renovadamente, se afirma a Liberdade.

E fica bem, representando nele, de uma forma simbólica, todos quantos, ao longo destes já muitos anos, dirigiram e trabalharam a Revista de Guimarães, recordar a figura, visceralmente livre, de Eduardo de Almeida que, por há cerca de 100 anos atrás, se distinguiu na condução dos destinos por esse tempo incertos da Sociedade Martins Sarmento e da Revista de Guimarães que então ressurgiu sob o seu impulso e esforço abnegado.

A História e a Vida são feitas de muitas construções. A História da Sociedade Martins Sarmento e da sua Revista chega a 1974 e ao “25 de Abril” e não fica, como se viu, sobressaltada. Sente-se - isso sim, e como se sente em 2020 - liberta e revigorada. Por isso em nada se estranhará que, a par da efeméride e do que foi na altura o sentimento da sua Direcção, a SMS, desprezando o insólito do tempo, releve hoje Eduardo de Almeida e nele todos os construtores da ideia libertadora desta Instituição que, como Guimarães, tem na sua matriz desígnios de progresso e de promoção da cultura e da ciência.

Na sua vida pública, Eduardo de Almeida destacou-se como defensor dos direitos e liberdades, de cada um sem distinção. Na Assembleia Nacional Constituinte de 1911, de que fez parte, não se distinguiu propriamente pelo alinhamento com as teses vencedoras, nomeadamente quando defendeu o sufrágio universal incluindo as mulheres, direito que acabou por ficar condicionado à prevalência de caminhos mais conservadores. Em 1918, oito anos depois da aprovação da primeira lei do divórcio em Portugal, Eduardo de Almeida ofereceu ao Orfeon de Guimarães, que comemorava um ano de existência, um “episódio dramático” intitulado “O Marido”, que é um curioso apontamento de como um instituto “libertador” pode, afinal, revelar-se adequado a suportar as mais arreigadamente tradicionalistas estruturas sociais. Em “O Marido”, que poderia também chamar-se “História de um divórcio”, Eduardo d’Almeida revela-nos um protagonista inesperado para a morte de um casamento em que os supostos sujeitos são afinal comparsas.

Neste “25 de Abril”, olhe as páginas de Eduardo d’Almeida e festeje a Liberdade com uma reflexão sobre o que - em novas formas - permanece ainda entre nós a convocar mais tensões e caminhos renovados.
“O Marido - episódio dramático”, Eduardo de Almeida.

25 de Abril de 2020

A Direcção da SMS

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23 abril, 2020

Dia Mundial do Livro 2020 | A Constituição Portuguesa de 1822


Assinalando o Dia Mundial do Livro e no ano em que se comemora o segundo centenário da Revolução de 1820, recordamos a Constituição de 1822, aprovada pelas Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, reunidas entre Janeiro de 1821 e Setembro de 1822, jurada e assinada pelo rei D. João VI, em Setembro de 1822.

Em Portugal, a génese dos textos fundamentais que regulam os direitos e garantias dos cidadãos, bem assim como a organização política do estado, comummente denominados de Constituição, situa-se no período do liberalismo, com a aprovação do primeiro texto de natureza constitucional - a Constituição de 1822. 


Organizada em seis títulos – Dos direitos e deveres individuais dos portugueses; Da nação portuguesa e seu território, religião, governo e dinastia; Do poder legislativo ou das Cortes; Do poder executivo ou do Rei; Do poder judicial e Do governo administrativo e económico –, onde se evidencia a forte inspiração do liberalismo, a Constituição de 1822 proclama direitos individuais (liberdade, propriedade…), assenta princípios da soberania nacional e da separação de poderes (legislativo, executivo e judicial).


O texto constitucional de 1822, estabelecendo rupturas com o regime anterior, nomeadamente ao proclamar as liberdades e direitos fundamentais, a partilha de poderes entre o Rei e o Parlamento, embora consagrando o princípio de que a Soberania reside “ em a Nação”, e não no Monarca, teve vida efémera (vigorou de Setembro 1822 a Junho 1823 e, numa “segunda vida”, de Setembro de 1836 a Agosto de 1838, na sequência da Revolução Setembrista).


Nascido num clima de fortes tensões político-sociais, na sequência da Revolução de 1820, o texto da primeira constituição portuguesa, mais do que lei, é entendido pelos especialistas como tendo sido a semente para o desenvolvimento do constitucionalismo português, nascido à semelhança de outros países como reacção ao absolutismo monárquico, nomeadamente do poder ilimitado do Rei.

Seguindo a hiperligação, encontrará uma cópia digital de um exemplar da primeira Constituição Portuguesa, existente na Biblioteca da SMS: “Constituição Politica da Monarchia Portugueza”, edição da Imprensa Nacional, 1822.


Leiam livros. Boas Leituras!

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22 abril, 2020

Abril com Cantigas do Maio 2020

A Câmara Municipal, com o apoio de várias instituições de Guimarães, entre as quais a Sociedade Martins Sarmento, organiza este ano um programa cultural comemorativo do 25 de Abril em moldes adaptados às circunstâncias que se vivem mercê da pandemia Covid 19.

O programa habitual desta ocasião, "Abril com Cantigas de Maio", tinha projectado um conjunto vasto de eventos artísticos e culturais centrados na figura de José Mário Branco que assim se pretendia homenagear. Face aos referidos constrangimentos, esse projecto teve de ser adiado, esperando-se que possa ser realizado no próximo ano.
Entretanto, convidamo-lo a seguir o programa "Liberdade em casa", que encontrará detalhado no cartaz anexo.

Com os desejos de muita Saúde, apresentamos os melhores cumprimentos

A Direcção da SMS

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21 abril, 2020

Biblioteca e Arquivo da SMS | "Itinerario da Terra Sancta", de Frei Pantaleão de Aveiro



É este “Itinerario da Terra Sancta…” uma obra emblemática da literatura portuguesa do século XVI.
O livro descreve a peregrinação efectuada em 1563 pelo religioso franciscano Frei Pantaleão de Aveiro desde Veneza até à Terra Santa (onde chegou a viver durante três anos) bem como uma boa parte daquilo que viu e experienciou estando em Jerusalém. Esta obra, bastante popular no seu tempo, conheceu até ao século XVIII as seguintes edições: 1593, 1596, 1600, 1685, 1721 e 1732.
A Sociedade Martins Sarmento possui a rara primeira edição de 1593, oferecida em finais do século XIX pelo 2º Conde de Vila Pouca, Rodrigo de Sousa Teixeira da Silva Alcoforado (1831 – 1883), um dos maiores beneméritos da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

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18 abril, 2020

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2020 | Citânia de Briteiros


https://www.youtube.com/watch?v=IHJwetRC5Jw

"Diante de nossos olhos surge pela primeira vez na Península Ibérica um oppidum calaico, morada pobre e primitiva de um povo extremamente simples, levantada numa posição defensiva e esta ainda reforçada pela arte, com as suas habitações uniformes e sumamente primitivas (que mal se podem chamar casas) e os raros vestígios da invasão da civilização romana ocorrida na era de Augusto, invasão que marcou provavelmente ao mesmo tempo a hora fatal deste lugar e de outras pequenas antigas povoações."

Emil Hübner, 1879, Citânia. In Dispersos, 1933, p. 461


Assinala-se hoje, 18 de Abril, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. A difícil situação por que passamos levou ao encerramento da Citânia de Briteiros, sítio arqueológico que é habitualmente o centro das atividades da Sociedade Martins Sarmento neste dia, assinalado pelo ICOMOS Portugal e pela Direção Geral do Património Cultural.

A Sociedade Martins Sarmento convida-nos a um curto passeio pela acrópole da Citânia, enquanto esperamos a reabertura deste sítio arqueológico emblemático do Norte de Portugal.

Clicar na imagem para abrir vídeo.

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17 abril, 2020

Coleção de Notafilia da SMS | Cédulas Alemãs oferecidas por Johannes Minnemann


Nos finais de 1978, foi a Secção de Notafilia da Sociedade Martins Sarmento enriquecida com a oferta de uma interessante colecção composta por 350 Cédulas Alemãs, do período 1921-1922.

Foi uma oferta do Senhor Johannes Minnemann, cidadão alemão, há muitos anos, radicado em Portugal e residente na cidade do Porto.

As cédulas oferecidas pertencem, segundo os estudos do grande especialista alemão da matéria, Dr. Arnold Keller, ao período classificado CÉDULAS DE SÉRIE 1916-1922. Sobre estas cédulas e o seu período, um dos mais importantes, quer em quantidades emitidas, quer em qualidade artística e documental, nos iremos, em seguida, ocupar.


«As Cédulas e o seu Tempo»

À semelhança de muitos outros Países, entre os quais se conta Portugal, também a Alemanha, nos primeiros decénios deste século, teve necessidade de emitir papel moeda de emergência (Notgeld) para acudir à falta de trocos, que, por várias vezes, a apoquentou. Pode-se afirmar que, salvo alguns intervalos, o recurso à emissão de cédulas foi uma constante durante mais de 34 conturbados anos, ou seja, desde o início da I Grande Guerra até à reforma financeira de 1948.

As primeiras cédulas foram postas em circulação nalgumas regiões da Alemanha, em 1914, ao eclodir a I Grande Guerra. Esta anomalia foi-se regularizando, lentamente, e parecia em 1916 quase normalizada, quando, de repente, e com grande intensidade, se começou a agudizar a falta de trocos. Esta situação poderia, de início, ser facilmente remediada, como certos peritos financeiros sugeriram, com o lançamento pelo Banco Imperial (Reichsbank) de cédulas ou mesmo moedas de cartão, como então estava a fazer a Rússia Czarista. Estas sugestões não foram aceites e as entidades oficiais teimaram em resolver o problema recorrendo unicamente às emissões metálicas. Como era de prever, tal não conseguiram, perdendo, dentro em breve e, por completo, o domínio da situação.

Assim, e durante 6 anos, assistiu-se, primeiro lentamente, depois em ritmo alucinante, a uma avalanche de emissões de cédulas por parte de Cidades, Aldeias, Associações, Caixas Económicas, Firmas Comerciais, etc. O aparecimento, a partir do fim da I Grande Guerra, de numerosos e ávidos coleccionadores foi o principal motivo desta avalanche incontrolável. Por essa altura, e face à grande procura de cédulas, por parte dos coleccionadores, as autoridades locais, explorando a situação, começaram a prestar mais atenção ao aspecto artístico destas.

Assistiu-se, então, a uma verdadeira competição entre as diversas entidades emissoras, procurando cada uma delas apresentar as mais belas e sugestivas cédulas. Artistas de nomeada foram muitas vezes encarregados da execução dos belíssimos desenhos que, na sua maioria, as cédulas deste período ostentam.

Os monumentos, a história local, os trajes, os costumes, a paisagem, as figuras históricas e literárias, a indústria, o comércio, a agricultura, etc. numa diversificação fabulosa, em desenhos admiráveis, a maior parte belamente coloridos, são os motivos principais que ilustram estas cédulas. Entretanto, o número de coleccionadores crescia

a olhos vistos, sendo a procura maior do que a oferta. As cédulas deixaram, então, de ter o destino inicialmente previsto, que era o de suprir a falta de trocos e, tornaram-se num campo de coleccionismo.

Em 1921, atingiu-se o auge, surgindo então o oportunismo e a especulação.

Associações, Clubes, Autoridades locais, etc. procuraram melhorar as finanças, recorrendo à emissão de cada vez mais numerosas e variadas séries de cédulas, chegando-se ao ponto de, particulares, arrematarem a algumas autoridades locais o direito de emissão de cédulas dessas localidades.

Muitas cédulas que, de início tinham um prazo de validade dentro do qual podiam ser trocadas por dinheiro legal, deixaram de o ter, pelo que o possuidor nunca mais era reembolsado, o que se traduzia por um lucro total para as tesourarias. Esta situação não podia, de maneira alguma, continuar e por toda a Alemanha começaram a surgir, por parte da população, já saturada, os protestos contra tal anarquia. Com tal intensidade o fizeram que o Governo, até então apático, reagiu, proibindo por decreto de 17 de Julho de 1922 e sob risco de pesadas penas, a emissão de mais cédulas.

Foi, porém, sol de pouca dura; semanas depois, novos e terríveis problemas financeiros se abatem sobre a Alemanha, na forma de uma inflacção galopante, com as suas emissões sucessivas de notas e cédulas com valores de milhares, milhões e biliões de Marcos.

Com a subida ao poder do Nacional-Socialismo a situação financeira normalizou-se, mas o espectro da II Grande Guerra começava já a surgir no horizonte. Com o início do conflito o interesse pelas cédulas foi diminuindo, chegando quase a desaparecer.

Hoje em dia, mais de 35 anos passados sobre o fim do trágico conflito, e como que acordando de um sono profundo, o interesse por esses pequenos rectângulos de papel ressurge da parte de novos coleccionadores e estudiosos destas maravilhosas cédulas, que recordam, quais novas iluminuras, pedaços da história e das tradições da grande nação alemã.


in As Cédulas Alemãs do Museu Martins Sarmento, Guimarães, 1980

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15 abril, 2020

Coleção de Arqueologia da SMS | Fragmento decorado de sítula


"Da casa que se explorou no dia 17 e que ainda falta explorar de todo, até nova ordem, tirou-se um fragmento de cobre com uns lavores, cujo uso não é possível adivinhar. A estampagem é [desenho]. Notemos que o desenho na peça original é perfeito. A face é um pouco concava, o que daria o feitio para o lado de dentro. Na parte convexa é liso."

Martins Sarmento, do diário de campo, 19 de Julho de 1875.


Fragmento decorado de sítula, em bronze (não de cobre, como inicialmente pensou Sarmento), datável entre os séculos II a I a. C., recolhido nas escavações da Citânia de Briteiros, em 1875. Do lado esquerdo a peça original, ao centro o desenho livre feito por Sarmento.

As sítulas, ou caldeiros rituais, bem como os caldeirões, terão sido utilizadas, na Idade do Ferro, em ocasiões especiais, tais como festas, banquetes, ou mesmo cerimónias litúrgicas. Eram também utilizadas em ofícios religiosos na época romana. O objeto de que este fragmento fazia parte terá sido obtido através de diferentes técnicas de trabalho metalúrgico. Os caldeiros e caldeirões podiam ser feito através de placas metálicas unidas com rebites. No entanto, as decorações mais elaboradas, como é o caso deste fragmento, eram feitas através de um molde. Conhecem-se alguns exemplares destes moldes, feitos em cerâmica. É visível, neste fragmento, uma decoração exuberante, com detalhes muito precisos, correspondente à gramática ornamental típica da Idade do Ferro.

A decoração deste fragmento inspirou a bordadura do emblema da Sociedade Martins Sarmento (visível à direita), bem como a calçada portuguesa diante da fachada da sede da Sociedade, em Guimarães. É o único exemplar com esta decoração recolhido até à data na Citânia de Briteiros.

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11 abril, 2020

Páscoa Feliz!

O Folar,
(Costumes do Minho)
Quadro do Sr. A. Roquemont

Não conhece Portugal o que não viu e estudou as nossas provincias do norte, mas especialmente o Minho. A raça, as feições, o trajo, os costumes, tudo alli é characteristico. O solo, o clima, a vegetação, a cultura, tudo alli é bello. São os campos mais verdes, as árvores mais esbeltas, as mulheres mais bonitas, e os habitos mais sinceros de todo o reino: do reino que alli nasceu e que d'alli se estendeu até aos Algarves.

Poesia e pintura portuguesa hade-se ir fazer alli; em certos generos nunca se fara bem se o poeta, o pintor não conhecer e não copiar a nossa Arcadia, que é aquella provincia.

O Sr. Roquemont, artista distincto cujo principal character e merecimento é a verdade, por uma longa residencia no Minho é que se fez portuguez, artista portuguez legítimo, como ochala que sempre sejam todos os nossos naturaes.

Na última exposição de Lisboa (1843) notámos os dous lindos quadros de genero com que a illustrou: ambos eram de scenas minhotas, ambos cheios de graça e de verdade. O Sr. conde de Luckner, ministro de Dinamarca n'esta côrte, fez a aquisição d'estes dous quadros, avaliando como conhecedor que é, o seu muito merecimento. Por favor de S. Ex.ª poderam os Srs. Editores desta obra fazer copiar um d'elles e hoje tem a satisfação de o dar aos seus assignantes no presente desenho litographico.

Representa o abbade, o parocho da aldea, entrando n’uma casa de lavrador a pedir o folar — dom voluntario dos freguezes ao seu pastor por occasião da festa de paschoa.

Sôbre tudo n'este quadro o effeito da luz é primoroso: o sol entrando pela unica janella da casa, vai tocar na extremidade de uma mesa, e de permeio allumia parte do berço aonde jaz uma criancinha. A restea de sol, reflectida por todo o pavimento, está distribuida de fórma que se distinguem perfeitamente os objectos, sem com tudo em nada perder da sua fôrça o rigoroso escuro do fundo sôbre que destacam as figuras do padre e do sachristão.

N'esta parte da transparencia dos escuros póde este quadro comparar-se aos da eschola flamenga de scenas familiares e interiores, aonde custa a perceber como, por meio de tons sempre diaphanos, se póde conseguir uma força extraordinaria que, pela sua grande transparencia, produz de ordinario unta perfeita illusão.

A verdade, a expressão, a naturalidade e a posição das figuras são, como ja dissemos, de quem conhece perfeitamente o paiz, a sua natureza e o seu povo.

Quem não vê na cabeça d'aquelle bom abbade um dos tantos singelos e bondosos pastores que d'antes contava a nossa egreja, cansados da edade e dos trabalhos da sua cura, modestos e obscuros heroes que fugiam da glória van do mundo, e praticavam, quasi as escondidas, todas as virtudes que fazem um sancto e um grande homem?

O sachristão tem uma physionomia natural, o velho pae do dono da casa faz na sua expressão devota um contraste bem notavel com certa indiferença que parece mostrar o filho. É o seculo passado e o presente. Nas mulheres que estão no fundo conhece-se, a par da devoção, a attenção que dão ás flores que coroam a imagem do Sancto-Christo.

A mulher que vende os ovos, assim como o moço que os compra, estão bem characterizados. O socêgo do gato sentado ao sol, a innocencia da minina que juncto do berço olha para a cerimonia sem a intender, tudo está primorosamente natural.

É para admirar que o Sr. Roquemont sem modellos conseguisse tanto. Com reminiscencias — e bem se vê que o quadro é feito d'ellas — ninguem poderia fazer melhor.

Tem este quadro 10 polegadas de altura, e 14 de comprimento.

A. G.



Almeida Garrett, O Folar, (Costumes do Minho), Quadro do Sr. A. Roquemont, Jornal das Bellas-Artes n.º 1, 1843, cf. O Real em Revista [https://bit.ly/3elixCq](pesquisa: roquemont). 
Consultado em http://lisboa-e-o-tejo.blogspot.com/2017/07/garretismo.html, em 09/04/2020

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08 abril, 2020

Semana Santa | Do acervo da Sociedade Martins Sarmento

A Sociedade Martins Sarmento, no ensejo da Semana Santa, evoca, a partir de objectos e documentos do seu acervo, a narrativa da Paixão de Jesus Cristo. Acontecimento de incontornável expressão na História da Religião Cristã, o tema da Paixão surge, ao longo dos séculos e com significativa recorrência, traduzida de variadas formas, nomeadamente documentais, iconográficas ou simbólicas.

Em Portugal, onde desde a Idade Média se dedica grande atenção ao culto da Cruz, as celebrações em memória da Paixão de Cristo assumem, ainda hoje, particular destaque na cultura portuguesa, quer no domínio religioso quer ao nível das tradições populares.

Com relativa frequência a narrativa da Paixão é reactivada, assistindo-se a variadas manifestações de natureza ritual, simbólica, musical e de representação que procuram retratar os principais momentos da vida de Jesus Cristo, desde a sua entrada triunfal em Jerusalém, passando pela Última Ceia e o lava-pés, pela traição de Judas, pela condenação e pela Via Dolorosa, até à sua morte na Cruz.

No século XVI, Francisco Vaz, padre natural de Guimarães, escreveu um texto de cariz cénico (teatro de cordel) – Auto da Paixão –, amplamente divulgado em variadas edições ao longo do tempo, no qual o autor, numa linguagem singela e a partir dos textos dos quatro Evangelistas, traduz a narrativa da Paixão.

No Fundo Local da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, existe um exemplar do Auto de Francisco Vaz, editado em 1820 e ilustrado com 22 xilogravuras, representando cenas da Paixão de Jesus Cristo. Neste célebre texto da literatura da paixão, escrito em verso e profusamente representado por diversas populações portuguesas, desde o século XVI, assim como também no Brasil e no Oriente, Francisco Vaz relata os últimos dias da vida de Jesus, apresentando personagens e episódios centrais no discurso narrativo da Paixão e Morte de Jesus de Nazaré.


Depois de creados os Ceos e a terra,
oh povo devoto e mui reverendo,
segundo meu fraco saber, que entendo,
com tudo andamos em mui grande guerra.
Da qual victoria em valle encerra,
e não se descobre até descender
o Filho de Deos por nós padecer,
segundo na Sacra Escriptura se encerra.
E porque, movido de gran devoção,
que vós outros tendes em esta historia,
me puz a fazer a sagrada memoria
da mui dolorosa e sentida Paixão.
O Padre Eterno por dar-nos perdão,
(contemple em isto qualquer peccador)
mandou seu Filho por restaurador
do pecado primeiro da humana geração.


Francisco Vaz de Guimarães, Auto da Paixão


Azorrague de oito pontas, em corda entrançada. Séc. [XVIII-XIX?].

Pilat[os]. Em verdade eu porei
meu nome em tão gran perigo,
por vos comprazer farei
que ferillo mandarei de açoutes por seu castigo.
(...)
Eis o Homem açoutado,
eis o Homem affligido,
eis o Homem accusado,
eis o Homem sem culpa culpado,
eis o Homem descorrido,
dizei ora o que farei?
Dirão todos:
Crucifige, crucifige eum.


Francisco Vaz de Guimarães, Auto da Paixão.

Jesus Cristo crucificado. Escultura em madeira com decoração incisa. Séc. XX.

Eu Pilatos adiantado,
de Jerusalem Senhor,
com justiça delegado,
com poder e com mandado,
de Cesar Imperador.
Vistas as accusações
de Jesu de Nazareth,
sem mais outras dilações,
e pelas proprias razões,
ou sentença que tal he:
Eu mando que seja alçado
em huma Cruz de madeiro,
com fortes prégos pregado,
e morra crucificado
no mais áspero madeiro.
E o pregão ha de ser
com estes escritos meus:
Justiça que manda fazer
em Jesu por se dizer,
direito Rei dos Judeos.
PREGÃO.
Justiça, justiça de grande rigor,
que manda fazer o muito sereno
Poncio Pilatos, justiça maior,
que morra na Cruz como peccador
crucificado Jesu Nazareno.

Francisco Vaz de Guimarães, Auto da Paixão.
 
A iconografia religiosa, muito presente no imaginário devocional, retrata com especial ênfase o martírio de Jesus Cristo, nomeadamente a Crucificação.

Na Colecção de Etnografia da Sociedade Martins Sarmento, a escultura de origem angolana de Jesus Cristo Crucificado, para além do valor de natureza estético, evidencia a importância do tema da Paixão na liturgia cristã. A escultura, executada no âmbito da produção de objectos de artesanato, a partir de materiais autóctones e dos respectivos referenciais culturais locais, revela a influência missionária portuguesa no antigo território ultramarino.

Por seu lado, o Azorrague, objecto de penitência usado com o propósito de associar o sacrifício pessoal ao da Paixão, especialmente aos açoites infligidos a Jesus Cristo, lembra o martírio e flagelação de Jesus Cristo até à sua morte na Cruz.

Na tradição cristã, a morte de Jesus Cristo não é um fim, mas o caminho para uma nova vida, comemorada no dia de Páscoa, com a Ressurreição.

A celebração da Páscoa é um momento de remota origem e significação diversa. Para as civilizações antigas pagãs, simbolizava a passagem do Inverno para a Primavera; para os judeus, é lembrança da libertação do povo hebreu do Egipto; para os cristãos assinala a importância da Ressurreição de Jesus para a salvação da humanidade e com o fenómeno da secularização das sociedades, espelha significados de natureza material. No entanto, ainda que sujeita a diversos processos de resignificação, ao longo dos séculos, a festividade da Páscoa liga-se com o sentimento da esperança e com a crença numa nova era.

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