Tesouros sarmentinos: (181) Fernando Almeida, por José de Meira

Fernando Almeida, por José de Meira.

Efemérides vimaranenses: 1 de Agosto

O Toural

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1292 — Carta de El-rei D. Dinis, dada em Guimarães, para que os juízes de Guimarães não consentissem que os mordomos continuassem a vexar o Cabido exigindo-lhe as soldadas pelas suas casas das igrejas de Santa Maria e São Paio, mas, caso os ditos mordomos entendam ter nas tais soldadas algum direito contra o Cabido, demandem-no como devem.

1398 — Alvará de El-rei D. João I, dado "no Arraial da par da nossa cidade de Tuy", dando privilégio à sua igreja de Santa Maria de Guimarães para que "os caseiros e lavradores dela sejam escusados de ir servir na guerra, nem a outras nenhumas partes, nem lhes tomassem seu pão, nem vinho, nem outra nenhuma coisa do seu contra suas vontades"; mandando aos juízes e coudel que o observassem. Este alvará foi por lhe constar, a El-rei, que os obrigavam a ir à guerra e lhes tomavam aqueles alimentos, não guardando os privilégios que tinha dado.

1753 — Provisão do Arcebispo concedendo aos devotos da imagem do Senhor da Agonia, colocada na real Colegiada, licença para erigirem confraria sob invocação e protecção da mesma imagem, devendo ser feitos os estatutos porque a confraria se governasse depois de aprovados por ele arcebispo ou pelo seu provisor.

1772 — Nasce, em Guimarães, D. Diogo de Meneses, que ocupou diferentes cargos públicos, como ministro da fazenda, etc., 3º conde da Lousã, 2º filho do 1º conde de Cavaleiros.

1826 — Às 6 horas da tarde sai um luzidio bando assim organizado: primeiramente duas azémolas carregadas de foguetes, cobertas com cobertores de damasco, atrás das azémolas duas figuras muitos asseadas e bem montadas tocando cada uma o seu clarim, no meio destas ia outra que significava Guimarães, mais atrás outra que recitava o pregão em verso convidando nele todos os portugueses a festejarem no dia seguinte uma brilhante função que haviam preparado os constitucionais; acompanhava-o muita gente dando vivas ao sr. D. Pedro, constituição e família real; os foguetes e vivas em todas as ruas foram imensos e à noite houve iluminação geral. PL

1835 — Principia a dar espectáculo uma companhia de cavalinhos. Trabalhou neste dia e no seguinte por ter pouca concorrência e fazer poucos interesses. Foi para o Porto. PL

1839 — Foi o 1.º dia de calor que houve neste ano (apenas tinha havido um ou outro dia mais quente) tendo havido na primavera e parte do estio chuvas e bastante frio. PL

1847 — Domingo - Feira de S. Gualter. - Mandou o administrador do concelho prender alguns indivíduos que andavam nesta feira e vila, e suspeitos e ladrões, assim como também tomou alguns cavalos a outros indivíduos por terem sido de cavalaria da Junta do Porto, e terem sido extraviados. Também se descobriu um grande roubo que se tinha feito em uma das noites antecedentes na casa do Pinheiro, ao pé de Atães, sendo uma mulher presa. PL

1872 — Decreto concedendo o título de Visconde de Margaride ao bacharel Luís Cardoso Martins da Costa Macedo, então governador civil do distrito de Braga.

1901 — De manhã, passando no Toural pelo lado de baixo do jardim um carro de bois carregado com sacos de sal, por acaso, um papel que estava no meio da rua ergueu-se impelido pelo vento e espantou os bois que desataram a correr, lançando por terra a moça de 22 anos que os guiava, passando-lhe o carro por cima do ventre, sendo levada ao hospital em mísero estado.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Tesouros sarmentinos: (180) À-Primeira-Vista, por José de Meira

O À-Primeira-Vista, por José de Meira

Efemérides vimaranenses: 31 de Julho

D. Pedro IV

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1553 — Por alvará passado em Lisboa obtém o cónego mestre-escola Baltasar de Andrade a posse de umas casas na Rua de Santa Maria para ampliar o Convento de Santa Clara que ele fundara.

1600 — Sentença proferida pelo juiz de fora, mandando ao mestre Gonçalo Lopes e a seu genro Pedro Afonso de Amorim cumpram as obras de pedraria da Misericórdia determinadas por Manuel Luís, mestre das obras do Arcebispo de Braga e por Jerónimo Luís, mestre das obras do Mosteiro de Pombeiro, louvados nomeados pela Misericórdia para Vistoriarem as ditas obras, com acordo daqueles, em 26 de Junho deste ano.

1641 — Em vereação foi assentado "que os touros de S. Gualter se corram terça-feira 6, porquanto no Domingo há comédia, para o que fossem notificados os carniceiros e os jurados das freguesias que têm obrigação de tourear o venham a fazer, e outrossim que o procurador do concelho faça penhora na pedraria do pardieiro que está na Praça porquanto se deve muitos foros a esta câmara", etc.

1826 — Solene juramento da Carta Constitucional. Ao romper do dia deram-se no Toural 21 tiros de morteiro, no fim dos quais principiou a música do 21 a tocar o hino de D. Pedro, seguindo por quase todas as ruas com o mesmo hino acompanhado por muito povo dando vivas ao sr. D. Pedro, à Carta e à sra. infanta D. Isabel Maria. Às 1 horas da manhã jurou o Cabido na sua casa capitular a carta constitucional deferindo-lhe juramento o chantre seu presidente. Às 3 horas da tarde, na casa da Câmara seguiu-se igual juramento por parte de todas as autoridades civis e militares, e empregados públicos. Acabado o juramento foi a Câmara, todos os magistrados e empregados para a igreja Colegiada assistir ao Te Deum que se cantou, findo o qual foram dadas pelo regimento 21, que estava na praça da Senhora da Oliveira, 3 descargas de fogo e vivas ao sr. D. Pedro, carta e família real. O regimento seguiu para o Campo da Feira aonde repetiu os mesmos vivas, assim depois fez no campo do Toural e seguiu para o quartel. À noite houve iluminação geral e vivas pelas ruas andando a música do 21 a tocar o hino de D. Pedro. PL

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Tesouros sarmentinos: (179) Manuel Faria Guimarães, por José de Meira

Manuel Faria Guimarães, por José de Meira.

Efemérides vimaranenses: 30 de Julho

S. Domingos

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1518 — Bula do Papa Leão X criando na Colegiada a dignidade de Arcipreste, com assento no coro, da parte direita dele, acima de todos os cónegos, voz em Cabido, com duas prebendas que resignaram os cónegos Álvaro Joanes e António do Canto, nomeando este António do Canto 1.º possuidor desta dignidade. Ficou sempre a chamar-se "Arcipreste de Guimarães" o proprietário deste benefício que foi ocupado por 19 titulares desde esta instituição até à supressão da Insigne e Real Colegiada.

1625 — A Câmara mandou notificar o Rei da Mourisca para que com a sua gente desse nas festas da vila alvoradas de manhã pelas ruas, com pena de 5 cruzados.

1667 — A requerimento da Câmara em sessão deste dia, o juiz de fora mandou abrir devassa para averiguar (e proceder) quem roubava as pedra dos muros da mesma vila, os quais "começaram a arruinar-se à porta de Santa Cruz e paços reais".

1827 — A irmandade de S. Pedro celebra pomposas exéquias ao padre José Amaro da Silva, seu irmão e benfeitor, o qual construíra à sua custa uma boa parte da basílica.

1831 — Estando o provedor desta vila a fazer uma arrematação na praça (da Oliveira) da mesma, veio o escrivão dos contos e voluntário realista e tendo algumas altercações com o dito provedor, principia a dar vivas ao sr. D. Miguel e a chamar malhado ao provedor, e querendo este autuá-lo não achou escrivão que o fizesse. PL

1831 — Decreto reconduzindo no lugar de corregedor da comarca António Joaquim de Carvalho.

1847 — Houve preces na Colegiada e mais algumas igrejas da vila, em consequência "da grande seca que tinha havido, não havendo esperanças de que as terras secas dessem fruto algum". PL

1869 — O Geral da Ordem Carmelita em Roma confirma o Breve apostólico que eleva à categoria de Ordem Terceira a Irmandade de Nossa Senhora do Carmo.

1875 — Às 5 horas da tarde dão as torres da cidade sinal de incêndio, o qual era violento, na casa do Bravo, em Urgezes; estando nos trabalhos de extinção a companhia dos bombeiros municipais sob o comando do seu inspector, um popular, Joaquim Mendes Cerqueira, " O racha de S. Lázaro", homem de mau génio (mestre fabricante exímio de tesouras, muito má língua) ordena a uma bombeiro guia que dirija a água para outra parte do edifício e esforçar-se por lhe tirar o governo, e aparecendo nesta ocasião muito encolerizado o administrador do concelho ordena ao guia que entregue o governo ao dito popular, e como resistisse, empurra-o para o lado do incêndio, e acudindo o inspector (Manuel Ferreira de Abreu) a ponderar, respeitosamente, ao presidente da Câmara, que este ali não tinha a dar ordens, o presidente vocifera e gesticula e o inspector ordena ao guia que entregue a agulheta e demite-se; o presidente ainda depois oferece pontapé ao guia que já tinha empurrado, valendo ao presidente o não ser mesmo nesta ocasião pago por todos os bombeiros do que fez ao guia, os esforços e pedidos do José Ferreira de Abreu, irmão do inspector. A companhia também se demitiu.

1883 — Da uma para as duas horas da madrugada, sente-se na cidade um forte abalo de terra, correndo de poente a nascente, durante 2 a 3 segundos.

1887 — É datada deste dia uma proposta de lei, feita pelo ministro da fazenda, Mariano Cirilo de Carvalho, concedendo à Sociedade Martins Sarmento o edifício do extinto Convento de S. Domingos. Foi-lhe conferida pelo administrador do concelho e pelo escrivão da Fazenda.

1912 — Chegam de Braga as diversas peças do tesouro de Nossa Senhora da Oliveira que a requisição do governador civil, Manuel Monteiro, tinham ido para uma exposição que ele lá fez.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Tesouros sarmentinos: (178) Gonsalo de Meira e Eduardo de Almeida, por José de Meira

Os vimaranenses Gonsalo (sic) de Meira e Eduardo de Almeida, numa caricatura de José de Meira.

Efemérides vimaranenses: 29 de Julho

D. Miguel

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1606 — Os vinhateiros obrigaram-se, na Câmara, a vender vinho maduro a 8 réis o quartilho até ao S. Martinho.

1744 — Provisão régia, ouvida a Câmara, autorizando D. Josefa Teresa Clara da Silva e Azevedo, viúva de Jerónimo Vaz Vieira, tutora de seus filhos menores, a tapar o alpendre que havia numas casas que comprou para juntar às que já tinha e onde vivia no Toural, no qual havia uns penedos e era lugar escuro, e assim se aformoseava o sítio e era cómodo para a sua família.

1829 — Carta régia: Secretário e confrades da Confraria de Nossa Senhora da Oliveira da insigne Colegiada da vila de Guimarães : Eu, El-rei vos envio muito saudar. Havendo os senhores reis destes reinos conservando sempre a religiosa e exemplar devoção de se nomearem a si mesmos jubiles dessa Confraria, ou nomearem, na Real Família, Príncipes e Infantes, que o fossem: conformando-Me com este virtuoso e hereditário exemplo, Hei por bem, e por devoção, nomear-Me a Mim por juiz da referida Confraria o que Me pareceu participar-vos para que assim o fiqueis entendendo. Escrita no Palácio de Queluz, em 29 de Julho de 1829. - O Rei.

1829 — O D. Prior escreve ao Cabido a participar-lhe que El-rei D. Miguel concedera aos cónegos e mais clero da sua Colegiada, aos párocos actuais das igrejas do padroado da mesma e aos procuradores agentes actuais dela, a graça de usarem da medalha de ouro com a sua Real Efígie, atendendo à constante e inalterável fidelidade que o mesmo Cabido lhe consagrava. Esta concessão foi em virtude da exposição que lhe fez em audiência neste dia.

1844 — Veio às Caldas das Taipas o administrador geral de Braga, João Elias, para examinar as obras que se andavam a fazer para novos banhos, tendo-se descoberto uns banhos do tempo dos Romanos. Depois veio a esta vila onde jantou em casa do presidente da Câmara, António Joaquim de Eça e Leiva, e depois voltou outra vez para Braga. PL

1857 — Neste dia foi muito concorrida a exposição industrial, nas Fontainhas, da cidade do Porto, e nela teve lugar a rifa, a 500 reis cada bilhete, de um lindo jardim, feito de linha fina, por D. Joaquina Carolina de Santa Rosa, freira do Convento das Dominicas de Guimarães.

1863 — A Câmara resolveu fazer o ensaio do petróleo em substituição do azeite, na iluminação.

1883 — Domingo. Às 6 horas da tarde veio pela 1.ª vez de Vizela uma locomotiva (com a máquina Santo Tirso) conduzindo alguns carrões de material para a construção da via férrea.

1894 — Realizou-se no Clube Comercial, com solenidade, uma exposição de curiosidades.

1899 — Toma posse do lugar de administrador do concelho Gaspar de Abreu Lima, que neste ano concluíra a sua formatura em direito, pela exoneração do dr. Alberto Carlos de Brita Lima, desastrado e maluco, chamando-lhe o nosso povo "Bruto Lima"

1906 — Vieram em excursão os marceneiros socialistas do Porto.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Tesouros sarmentinos: (177) Mota Prego, por José de Meira

Mota Prego, por José de Meira.

Efemérides vimaranenses: 28 de Julho

Andor da romaria de S. Tiago da Costa

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1228 — O Papa Gregório IX, em Perugia, confirma a divisão das rendas da Colegiada feita entre o D. Prior e o Cabido.

1762 — Antónia Maria dos Santos, moradora na Rua dos Palheiros, casada com António Luiz de S. José, que estava ausente, tendo nas suas casas uma nascente de água à flor da terra, a qual no Inverno lhas danificava, vendeu-a por 6$400 réis aos frades de S. Domingos para unirem à que ia encanada para o seu convento.

1808 — A Câmara, em consequência da ordem da Junta do Supremo Governo do Porto, datada de 19 do corrente, pela qual se convidavam todos os fiéis vassalos do príncipe regente a fazerem oferecimentos voluntários das quantias que pudessem, para ocorrer às urgentes necessidades do Estado e da Guerra a fim de expelir totalmente o inimigo que ainda oprimia a capital e algumas terras deste reino e restaurar em todo ele o governo do mesmo príncipe, nomeia recebedor dos donativos da vila, termo e comarca, a Plácido António de Araújo Portugal, por conhecer nele todos os requisitos necessários para este serviço.

1818 — O médico João Evangelista de Sousa Morais despede-se, por falta de forças, do partido da Santa Casa da Misericórdia; a mesa delibera convidar para o substituir, o clínico António de Sousa Basto que aceitou. Este foi reintegrado no curativo da pobreza, o qual, sem motivo, havia sido despedido em 18 de Dezembro de 1810.

1826 — Sai um Bando em que a Câmara anuncia que o dia 31 deste mês era o dia marcado para o juramento da Carta Constitucional dada pelo sr. D. Pedro IV, cujo bando ia assim: adiante de tudo ia uma escolta de 4 soldados e 1 sargento, depois seguiam-se os tambores e bombo atrás destes ia o pregoeiro, atrás iam os juízes almotacés, e quase juntos a estes iam os misteres cada um com sua bandeira na mão, vestidos todos de grande gala, e atrás de tudo ia uma guarda de honra de 30 soldados do regimento 21, sob o comando de um alferes; ao passar o bando pelo Toural deram-se foguetes e vivas. PL

1869 — Principia a construir-se a estrada concelhia nº 11, das Taipas a Donim.

1881 — À noite, no campo de S. Francisco, houve o 1º bazar de prendas em benefício das obras de construção da nova casa da Associação Artística.

1929 — Romaria de S. Tiago, na Costa, 4 andores.

1935 — Inauguração do edifício da Associação Fúnebre.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Tesouros sarmentinos: (176) Calisto, por José de Meira

Calisto, numa caricatura de José de Meira.

Efemérides vimaranenses: 27 de Julho

Imagem de Santa Rosa do Lima

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1603 — Provisão mandando que aos frades de S. Domingos fossem fornecidos os mantimentos necessários, sob pena de dez cruzados, os quais requereram alegando que eram mal servidos.

1619 — O padre guardião dos franciscanos, frei Luís de Braga, e o síndico dos mesmos, António Dias Pimenta, por escritura na nota de Jerónimo de Barros, concedem terreno no claustro do seu convento a Pedro Vieira da Maia e mulher Brites Lopes de Carvalho para aí construírem uma capela, e estes deram àqueles por uma só vez 80$000 réis e dotaram a dita capela com 20$000 réis de juro e herdade no almoxarifado de Guimarães.

1645 — Provisão d'El-rei D. João IV, em que ele toma debaixo da sua real protecção a igreja Colegiada, porque o foi sempre dos reis deste reino, e que nos casos que daqui por diante sobreviessem se guardasse o Breve De Puritate Sanguinis que proibia entrar nos benefícios dela os que fosse hereges, mouros, hebreus ou judeus, mandando dar todo o favor e ajuda à execução do dito Breve que os cristãos novos com seu poder pretendiam impedir procurando, por todos os meios, alcançar sentenças menos justas nos tribunais aonde pediam as causas, habilitando-se para entrar nos ditos benefícios.

1661 — Chega a Guimarães a virtuosa Catarina das Chagas, natural do lugar de Pica-Freio, da freguesia de Santa Eulália, termo do Porto, filha de André Ferreira e Domingas Ferreira, pessoas de bastantes meios de fortuna, a qual conseguiu, com dificuldade, em vista dos andrajos que trazia, ser admitida no beatério do Anjo, passando depois para o das Capuchas, que foi fundado a instâncias suas pelo seu confessor.

1729 — Em vereação, a requerimento dos eclesiásticos, nobreza e povo, alegando que as peixeiras obrigadas na alfândega não forneciam peixe fresco, havendo muito nas outras terras e até vendendo-se nas proximidades da vila, e isto pela razão de quererem vender o bacalhau, que tinham trazido do Porto muito barato que lhes dava grande lucro, chegando a descompor e faltar ao respeito a todas as pessoas; foram caçadas as licenças e obrigadas as peixeiras e mandado que despejassem as boticas da alfândega sob pena de 6$000 réis, pagos da cadeia; e foi concedido a 2 moradores da Caldeiroa que tinham bestas, se viessem obrigar a vender peixe fresco, como queriam, mas não outras coisas.

1863 — Concerto de piano, no teatro D. Afonso Henriques, pelo pianista brasileiro Ricardo Ferreira de Carvalho, que foi muito aplaudido. Alguns membros da "Companhia Nacional" que há tempos aqui estivera representaram algumas comédias, para quem a plateia foi indulgentíssima.

1897 — Foi vendida a imagem de pedra de Santa Rosa de Lima, da fronte da igreja das Dominicas, apeada desde 1891. Arrematou-a por 5$000 reis e retirou-a neste mesmo dia, António José Ribeiro, "O Pianha", "O Papas", para colocar no tanque da sua Quinta de Antomil, onde esteve até ... [em branco, no original] em que voltou para o seu próprio sítio.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Efemérides vimaranenses: 26 de Julho

O Palácio de Vila Flor, em meados do século XIX

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1692 — O D. Prior, D. Pedro de Sousa, publica edital convidando os seus súbditos e mais pessoas da sua jurisdição a comparecerem à visita espiritual da Colegiada que ele havia de começar no dia 30 deste mês.

1815 — A Câmara delibera mandar construir de novo o tanque da Madroa, que estava arruinado, conforme o risco feito.

1821 — É reeleito, 6.ª vez, por 53 votos, sendo 91 votantes, para um dos 4 lugares de secretários das cortes, o bacharel João Baptista Felgueiras, vimaranense, foi o 3.º em votos.

1828 — Reuniram as ordenanças do distrito desta vila e foram com os soldados provisórios que aqui estavam para dar caça aos de Fafe que andavam reunidos e armados.PL

1832 — Foram presos dois frades franciscanos, o Bastos e o Comissário, por intrigas e opinião de constitucionais. Depois de levarem uma correcção dada pelo corregedor, este mandou-os ambos para o seu convento. PL

1855 — O Arcebispo de Braga remete uma pastoral ao Cabido para na Colegiada se fazerem preces em 3 dias e se dizerem nas missas cantadas e rezadas as orações convenientes, enquanto no reino existisse a cólera morbus.

1857 — Próximo da noite faleceu o Barão do Costeado, António de Nápoles Vaz Vieira de Mello Alvim, e foi sepultado a 28 na campa n.º 3 da capela-mor da capela dos terceiros dominicanos. Nasceu a 2 de Setembro de 1782, era fidalgo da casa real, cavaleiro das ordens de Cristo e de S. Bento de Avis; condecorado com a medalha por 5 campanhas da guerra peninsular, senhor de vários vínculos, e pelo seu casamento, da Casa do Costeado em S. Miguel de Creixomil, e da Casa dos Torrados, em Felgueiras, coronel agregado ao extinto regimento de milícias de Guimarães e coronel honorário do extinto batalhão nacional de Guimarães. O título de Barão foi concedido pela rainha D. Maria II, por decreto de 7 de Maio de 1848 e carta de 18 de Junho de 1851.

1882 — A Câmara resolve mandar proceder à cobertura da arcaria do claustro de S. Domingos, com telha de tipo de Marselha, ficando para mais tarde a construção do muro e gradeamento, que o devia isolar das profanações de todo o género que ali se estavam cometendo a toda a hora.

1884 — Às 6 horas da tarde, no palacete de Vila Flor, é, com toda solenidade, encerrada a 1.ª exposição industrial vimaranense, promovida pela Sociedade Martins Sarmento, presidindo a este acto o governador civil do distrito, estando presentes a Câmara Municipal, autoridades administrativas e judicias, comissão central, representantes da imprensa e de corporações convidadas, bem como um selecto e numeroso concurso de senhoras e cavalheiros.

1885 — Domingo.- Neste dia e no seguinte houve fortíssimas trovoadas acompanhadas de grossa chuva e desabrido furacão. Hoje esteve a trovoada perpendicular à cidade, despedindo algumas faíscas, uma das quais caiu na casa de Domingos Leite de Castro, na Rua Nova de Santo António, não fazendo estragos importantes. Ainda caíram outras nos campos vizinhos da cidade, onde os milhos ficaram na maior parte alastrados pela impetuosidade do vento e da chuva.

1918 — Na manhã de hoje para amanhã, os presos que estavam nas prisões do rés-do-chão da cadeia velha, minaram o terreno para saírem, mas foram pressentidos, obrigaram-nos a ficar. Nesta mesma noite evadiram-se da cadeia nova 3 desertores de infantaria nº 20 que nela tinham entrado na véspera, e com eles foi também o cabo da guarda.

1930 — Nas Taipas o médico militar miliciano, Dr. José Joaquim Machado Guimarães, assassinou Sabino Crespo.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Tesouros sarmentinos: (175) "Cheira-a-Testo", por José de Meira

O Cheira-a-Testo, numa carcatura de José de Meira.

Citânia Viva - Aspectos do evento

No passado domingo, 23 de Julho, realizou-se na Citânia de Briteiros o evento “Citânia Viva”, organizado pela Sociedade Martins Sarmento e pela Casa do Povo de Briteiros. O evento decorreu com normalidade, particularmente durante as encenações do “Concelho de Anciãos” e do “Encontro de Comunidades”, que tinham sido já encenados em 2005.

A grande novidade no evento que realizámos foi o “Ritual Fúnebre”, no qual os figurantes participaram com grande entusiasmo, animados pelo flautista e percussionista da Sociedade Musical de Guimarães.
O sol bastante forte e as altas temperaturas acabaram por condicionar a afluência de visitantes que, no entanto, ali acorreram em cerca de duas centenas. A população local (cerca de 60 pessoas) tomou parte no evento de recriação, desenvolvendo laços cada vez mais fortes com o Património Histórico da região.

Reconstituição de Ritual Fúnebre na Citânia

Guerreiros transportam o corpo do companheiro

Mulheres incendeiam a pira

Guerreiros correndo em redor da pira

Incineração do corpo do guerreiro

Recolha das cinzas para a urna cinerária

Deposição da urna na sepultura aberta no solo

No âmbito da reconstituição histórica levada a efeito na Citânia de Briteiros, no passado dia 23, encenou-se a realização de um ritual fúnebre pelos figurantes.

Os ritos de encomendação da alma são uma componente cultural fundamental em qualquer período histórico. Surgem no registo arqueológico diferentes formas de sepultamento. Na Idade do Ferro, a incineração era prática corrente, e tudo indica que cada família conservava as cinzas dos seus antepassados, dentro do espaço doméstico, guardadas em urnas cinerárias colocadas sob os pavimentos. Quanto aos rituais, dispomos de algumas descrições de autores latinos relativas às exéquias de Viriato, caudilho dos Lusitani, cuja relação cultural com os Callaeci (povos a Norte do Douro) está ainda em parte por estabelecer, mas que aparenta diversas semelhanças.

Citando as fontes clássicas, no funeral do guerreiro “O cadáver (…), magnificamente vestido, foi queimado numa pira altíssima, enquanto os soldados, tanto os de infantaria como os de cavalaria, corriam em formação em torno da pira, com as suas armas e entoando as suas glórias ao modo bárbaro. Não se retiraram dali até que o fogo da fogueira se extinguiu completamente. Terminado o funeral, celebraram combates singulares sobre o seu túmulo” (Apiano, Bellum Ibericum). Noutro texto fala-se que “O cadáver (…) foi magnificamente honrado e teve maravilhosos funerais. Fizeram duzentos pares de gladiadores combaterem perante o seu túmulo, honrando assim a sua extraordinária coragem” (Diodoro Sículo, Bibliotheca).

O que não se identificou ainda foi um local específico para a realização destes rituais: em espaço público ou privado? Dentro ou fora dos povoados? Na Citânia Viva, o local foi escolhido aleatoriamente.

Tesouros sarmentinos: (174) Bernardo Azenha, por José de Meira

Caricatura de bernardo Azenha, por José de Meira.

Efemérides vimaranenses: 25 de Julho

D. Afonso Henriques. Batalha de Ourique.

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1139 — Vitória de Ourique que confere a D. Afonso Henriques o título de rei e a Guimarães o de Berço da Monarquia. Neste dia, foi terça-feira.

1746 — Carta régia, assinada pela rainha, noticiando à Câmara o nascimento de uma neta, filha do príncipe, mandando fazer os costumados festejos.

1748 — São as imagens da Sacra Família solenemente conduzidas para a igreja do Convento das Capuchas.

1870 — Segunda-feira. Romaria de S. Tiago; este ano foi muito concorrida e mui luzida, porque foi a ela mais uma ronda. No arraial, depois da entrada das 5 rondas, tocaram, como em torneio musical, as 5 bandas de música que as acompanharam; assanhando-se a rivalidade entre duas, desta cidade, resultou um pequeno bulício que foi imediatamente acomodado pela intervenção da autoridade administrativa e da força armada; esta era de 50 praças de infantaria 6 e comandada pelo capitão Soares.

1883 — Tocou à noite, no pavilhão do jardim do Toural, desde as 9 às 11 horas, a música regimental de infantaria 10, que tinha vindo tocar à romaria de S. Tiago da Costa a convite dos festeiros.

1887 — Às 6 horas da manhã chega, de Braga, uma força de 70 praças de infantaria 8 para policiar na Costa a romaria de S. Tiago. Finda a romaria a força dirigiu-se a esta cidade e chegando à praça de Nª Sª da Oliveira, e depois de ter ordem de reunir, às 11 horas da noite, destroçou indo cada soldado com o seu equipamento para onde queria; alguns dos soldados deitaram-se debaixo da arcada dos Paços do Concelho, outros giraram pelas ruas arrastando as armas, outros brincavam com elas e outros introduziram-se nas tabernas, cujas cenas duraram até às referidas 11 horas, não tendo ido recolher-se ao quartel onde se achava o 1º batalhão do 20.

1897 — Recebe, na Universidade de Coimbra, o duplo capelo, nas faculdades de matemática e filosofia, o nosso patrício Álvaro José da Silva Basto. O doutoramento simultâneo em mais de uma faculdade foi facto inteiramente novo, que não se encontrara nos registos universitários nenhum caso como este; havia sim doutores em duas faculdades, mas doutorados em épocas diferentes. Houve dificuldade na combinação das duas cores do capelo e borla, resolvendo-se que a sua confecção fosse a seguinte: o capelo de veludo azul claro forrado de seda azul ferrete. Os alamares sobre o veludo, brancos e de azul ferrete, os que assentam sobre a seda. A esfera armilar, bordada a branco na parte esquerda do capelo sobre o peito. As borlas, de seda azul clara e azul ferrete alternadas.

1903 — Saiu o 1º número da "Ala-Moderna", revista ilustrada, quinzenal, de literatura e crítica, de que era editor responsável António Augusto(?) Martins, e proprietário administrador António Dantas. O nº 10 saiu a 10-XII-1903 (seria o último ?). Saía a 10 e a 25.

1933 — Veio em procissão de penitência ad petendam pluviam Nossa Senhora da Lapinha.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Detalhes: Capitel de S. Domingos (32/48)

Capitel de coluna do claustro de S. Domingos.

Efemérides vimaranenses: 24 de Julho

O chafariz quinhentista do Toural

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1496 — Carta régia aprovando o requerimento do Cabido que pedia a anexação da igreja de S. Tiago de Murça para pagamento a um orador que pregasse na Colegiada em todos os domingos e dias santificados.

1591 — Jorge do Vale Vieira faz obrigação de cumprir a licença que a Câmara lhe deu para tapar o poço que tinha à porta das casas em que vivia na Praça; com condição de que quando faltasse a água que vinha da serra ao chafariz da Praça o tornasse a abrir e desse contas das bordas que estavam no dito poço e o pusesse no mesmo estado.

1624 — A Câmara proibiu ir de noite, ou de dia, nadar nos chafarizes da vila, sob pena de 10 cruzados e 30 dias de cadeia, sendo de 13 anos para cima, e de menos idade pagarão os pais 1$000 réis e os nadadores a cadeia.

1632 — Provisão régia autorizando a pagar dois mil réis por dia e despesas de viagem a cada um dos 2 procuradores que a Câmara mandou a Madrid defender a liberdade e a regalia da vila, em quanto lá estivessem.

1806 — Henrique José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras, Marquês de Pombal, e esposa vendem o domínio directo dos foros, direitos e pensões pertencentes à capela do morgado de Montalvão, (incluindo o altar onde se venera S. Gualter na igreja de S. Francisco desta Cidade) nos termos de Braga e Guimarães, a Tomé Luís Felgueiras, cónego tesoureiro-mor coadjutor da Colegiada de Guimarães, por 7contos de réis com a pensão a que estavam sujeitos, de 100 alqueires de pão de segunda que se pagavam aos frades de S. Francisco de Guimarães, pelos legados que deixaram os instituidores; cuja venda tinha sido autorizada por provisão régia de 30 de Maio de 1806 e exarada na nota 2º ofício judicial.

1828 — Neste dia e no seguinte pendem-se nesta vila bastantes constitucionais. P.L.

1846 — - 6ª feira – Véspera de S. Tiago – “Houve nesta vila a feira como se costuma fazer no sábado, concorrendo a ela bastante gente, tanto de Braga como da aldeia devendo a feira ser no dia seguinte por ser um dos dias santos abolidos e ser sábado; porém o povo não querendo estar pelas determinações de S. Santidade teimava em guardar os dias santos abolidos, dizendo que as primícias que foram alegadas para eles serem abolidos eram falsas. Todos os dias santos abolidos, já eram guardados pela maior parte do povo”. P.L.

1863 — Principia a construir-se a ponte de Brito sobre o Rio Ave.

1895 — A Câmara, em sessão plenária, depois de apreciar uma proposta do seu presidente, vota por unanimidade, mas provisoriamente, a concessão da garantia que pediam os engenheiros Soares Duarte e Paulo Ferreira para a construção para uma linha americana de tracção a vapor entre Guimarães e Famalicão, sem prejuízo das cautelas indispensáveis para segurança dos interesses e dinheiros municipais, devendo essa garantia, quando se tornasse efectiva, ser considerada como adiantamento ou empréstimo feito pelo município à empresa, devendo esta restituindo ao cofre municipal. Depois, em seguida, nomeou uma comissão composta de 3 advogados, Dr. José da Cunha Sampaio, Avelino da Silva Guimarães e António Marques da Silva Lopes, para formularem as cautelas e condições que garantissem os interesses do município.

1906 — Veio de Braga para Santo Estêvão de Urgezes o sino grande.

1912 — À noite saiu do presídio policial, onde estivera desde a manhã do dia 18 deste mês, por conspirador, o Padre João (das Petas) Pedro Bourbon.

1918 — Saiu processionalmente da igreja de S. Francisco a imagem de Nossa Senhora da Conceição implorando o termo da guerra, antes da saída o Padre Gaspar Roriz discursou no púlpito. Tinha havido em 3 dias de Preces.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Tesouros sarmentinos: (173) Zé Pinheiro, por José de Meira

Zé Pinheiro, por José de Meira.

Detalhes: Capitel de S. Domingos (31/48)

Capitel de coluna do claustro do Convento de S. Domingos.

Tesouros sarmentinos: (172) António Infante, por José de Meira

António Infante, numa caricatura de José de Meira.

Efemérides vimaranenses: 23 de Julho

Vista do interior do antigo Café Oriental

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1420 — Carta de El-rei D. João I, em Sintra, do contrato do casamento do Duque de Bragança, D. Afonso, com D. Constância de Noronha, em que para pagamento de 9 mil dobras (parte do dote) o mesmo rei dá em penhor as terras que dele rei tinha o dito duque, em termo de Guimarães.

1605 — A Câmara deliberou notificar as pescadeiras que não vendam peixe sem deixarem algum para fornecerem a eles vereadores.

1734 — Breve concedendo às freiras de Santa Clara, que eram sessenta e tantas, poderem ter mais 7 criadas além das 11 que já tinham para o serviço da comunidade, as quais andariam com vestidos honestos e seriam honradas e virtuosas. O Breve foi cometido ao ordinário de Braga, e estando sé vaga, o sentenciou o provisor, juiz apostólico, em 25 de Abril de 1735, concedendo a licença só para 4 e não para 7, que reservou para si e seus sucessores a obrigação de qualidade das moças na aceitação das criadas.

1753 — A mesa da real Irmandade de Nossa Senhora da Oliveira, em sessão para tratar da festividade em honra da sua titular, delibera: " que por causa de se não poder fazer o que estava mandado fazer (eram duas touradas, duas óperas e um baile) se podiam fazer 3 comédias, das castelhanas, que fossem de fábrica, e por ficar muito incómodo e menos gastos que os bailes haviam de fazer, e por assim se considerar nesta menos despesa, se assentou se ajustassem as tais comédias para o que se mandou chamara o autor (da execução?) delas e vindo a esta mesa se obrigou fazer três comédias, uma os "Encantos de Medeia", e "Palmaril de Oliva" e outra de capa e espada em que se fizer eleição, e as duas acima se obriga a fazê-las com todos os passos sem faltar a eles, e faltando, esta irmandade e mesa lhe diminuirá o que lhe parecer por qualquer falta que houver por sua omissão, e se ajustou dar-lhe vinte moedas e meia de 4$800 réis cada uma e que esta mesa lhe fará o tablado somente que pertencer de madeira e nada mais, e que se fizesse a procissão com a Senhora com a s suas irmandades e andores".- Nesta época faziam-se com idênticas representações as solenidades de Nossa Senhora da Oliveira.

1879 — Principiou-se a colocar as grades de ferro, no Largo de S. Francisco, sobre o muro de suporte que volta para o Largo do Trovador. Foi neste mês que se concluíram as ruas laterais, passeios do centro e toda a obra de pedra para aformoseamento deste largo. No mês de Setembro colocaram iguais pedestais para também serem gradeados, num muro de suporte sobre a Rua de S. Francisco, fronteiro ao seu hospital; esta obra acabou-se em Dezembro e foi feita à custa do então ministro da Ordem, Cristóvão, "O Cidade".

1885 — Tocou pela 1ª vez no coreto do jardim público a banda de infantaria 20.

1932 — Às 2 horas da noite, grande desordem, teve início no Café Oriental, houve tiros e um feriu Alberto de Castro, filho do tipógrafo António de Castro Martins, que alheio à questão recolhia a casa, o qual, jorrando sangue em abundância, foi conduzido ao hospital da Misericórdia em estado grave.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Detalhes: Capitel de S. Domingos (30/48)

Capitel de coluna do claustro do Convento de S. Domingos de Guimarães.

Tesouros sarmentinos: (171) Luís de Melo, por José de Meira

Luís de Melo, caricaturado por José de Meira.

Efemérides vimaranenses: 22 de Julho

Campo da Feira. Em primeiro plano, as Fontes dos Apóstolos.

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1224 — Carta concedendo ao Mosteiro da Costa a porção, que a El-rei pertencia, das searas que o mosteiro laborava, junto à Adeganha.

1763 — Henrique José de Pontes, natural desta vila e nela morador, fez exame em Lisboa, e foi julgado apto para ensaiador e tocador de ouro e prata, o que teve lugar neste dia e nesta data lhe foi passada a carta, por desistência que nele fez o contraste Bento Ribeiro Guimarães, ficou exercendo o dito cargo.

1829 — Chega a notícia de ter subido para o oratório da Relação do Porto o ex-capitão de milícias desta vila Inácio Moniz Coelho, natural de S. Miguel de Creixomil e residente em Basto, donde viera preso para Guimarães, por constitucional, em 12 de Julho de 18228. A sua sentença foi de forca e decepada a sua cabeça, esta fosse posta em um poste na praça do Toural, desta vila; isto por ter tomado parte na rebelião do Porto. PL

1876 — Desabaram (pouco mais que interiormente) duas casas, na Rua Nova do Muro, ou do Comércio, ficando mal tratados os inquilinos que foram tratar-se para casa dos vizinhos mais próximos, que lhe prestaram socorros, e outros foram morar para outras casas.

1895 — De tarde, os comerciantes e fabricantes de calçado grosso para exportar resolvem que, para atender a crise que começara a manifestar-se na sua indústria, se organizasse uma parceria de todos os comerciantes e fabricantes dela, estabelecendo-se um grande depósito para venda a preços fixos, elevando-se um pouco o preço que pelas suas manufacturas estavam recebendo os artistas. Para levar a efeito tal resolução ( que não teve efeito) nomearam uma comissão de 7 membros.

1907 — Às 6 horas da tarde, no Campo da Feira, quando o pedreiro José Pedrosinho, casado, de 48 anos, de Tagilde, desmontava os pinheiros de colocar o apóstolo S. Bartolomeu, o menor Virgílio de Oliveira e mais 2 pequenos pendurando-se numa ligeira por tal forma os desequilibrou que caindo rapidamente para o lado dos rapazes levou consigo o operário que ficou muito maltratado e deu entrada no hospital da Misericórdia. Uma das varas apanhou o Virgílio, de 10 anos, filho de Manuel de Oliveira, podendo os outros escapar-se; o seu funeral foi a expensas do município. No dia imediato e no mesmo local, um operário que andava a trabalhar nos alicerces de um dos pedestais, foi apanhado por uma grande pedra que lhe fez profundos ferimentos numa perna, que, felizmente, não foi partida.

1934 — Festa dos chaufers, na Penha, a S. Cristóvão, e 5.ª corrida da rampa.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Detalhes: Capitel de S. Domingos (29/48)

Capitel de coluna do claustro do Convento de S. Domingos de Guimarães.

Efemérides vimaranenses: 21 de Julho

Padre António José Ferreira Caldas

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1455 — Carta de El-rei D. Afonso V que inclui mais 11 caseiros da Colegiada nos privilegiados do livro das Tábuas Vermelhas.

1492 — El-rei D. João II confirma ao D. Prior e Cabido de Guimarães o privilégio de capelães régios.

1531 — Foi acordado em vereação:"que qualquer pessoa que se meter no chafariz da Praça (Oliveira) a nadar nem a outra coisa e que quem quer que lavar pessoa para isso e o rendeiro que o não executar pagará 240 réis nem na bica de fora tão pouco sob a dita pena e as regateiras sob a mesma pena de 240 réis venderão a fruta madura" e foi apregoada.

1651 — O D. Prior, D. João Lobo de Faro, queixa-se a El-rei dos excessos com que se tem havido com ele "os ministros da relação e Braga, com geral escândalo desta vila, porque visitando eu nesta minha igreja, mandei prender a um cónego que achei infamado de certo pecado escandaloso e por ser parente de outro que hoje serve de governador do arcebispado e governa o cabido, se valeu dele e logo o mandaram soltar, tomando tais fundamentos que não só me ficavam impedindo a execução da visita, mas usurpando a minha jurisdição; o que me obrigou não cumprir o mandato da soltura oferecendo-me a louvar em árbitros que decidissem a dúvida de jurisdição, na forma do Sagrado Concílio Tridentino, o que não quiseram fazer, antes procederam ad ulterior intrometendo-se a conhecer em causa em que ficavam sendo partes, e me mandaram declarar e pôr interdito nesta vila e em minha pessoas; e posto que em conservação de minha jurisdição passei pastorais em que declarei tudo por nulo e de facto proferido, e vou procedendo contra os perturbadores e os mais doutos e escrupulosos tenham entendido a jurisdição de meus procedimentos e a nulidade dos de Braga e como tais os não guardem, anda este povo inquieto com eles" ... seja servido S. Majestade "ordenar se suspendam estes procedimentos até se averiguar a questão por árbitros, ou se tomar assento, porque tenho agravado para juízo da coroa da Relação do Porto, e se não cumprirem a 1ª carta poderá haver dilação, e entretanto andará inquieta a gente popular desta vila, a que convém atalhar-se".

1777 — Provisão régia, por despacho do Desembargo do Paço de 18 deste, registada na Câmara de Guimarães a 5 de Janeiro de 1778, permitindo que o Cabido corte toda a espécie de carnes no seu açougue privativo, que lhe foi concedido por D. João III, como se costumava cortar nos açougues públicos.

1834 — Deram umas poucas de facadas em um homem, na Rua de S. Domingos, por ter jurado contra constitucionais. Foi para o hospital quasi morto. Chamava-se "O Seco", e morava em S. Lázaro. PL

1852 — A Câmara comprou por 180$000 réis umas casas da Praça de S. Tiago a Manuel José Pinto para aumentar a Casa dos Expostos.

1858 — O Cabido representa à Câmara dos Pares para que fossem declaradas sem efeito as portarias de 11 de Setembro de 1857 e 15 de Agosto que mandavam entregar a um comissário da academia Real das Ciências vários títulos antigos do cartório da Colegiada, para serem recolhidos na Torre do Tombo.

1867 — Na madrugada deste dia manifesta-se incêndio na casa do dr. Francisco Martins Gouveia Morais Sarmento.

1884 — Tendo de idade 42 anos falece num casa da Rua de D. Luís I, o padre António José Ferreira Caldas Júnior, autor do "Guimarães, apontamentos para a sua história".

1907 — Domingo. Inauguração solene do caminho-de-ferro de Guimarães a Fafe. Ao meio-dia o comboio, levado pela máquina Porto auxiliado pela Negrelos seguiu com 17 carruagens de 1.ª e 2.ª classe, conduziu mais de 1000 pessoas para Fafe

1913 — Greve geral das 4 artes de trabalho, que queriam só 10 horas de trabalho. Terminou a greve em 24 deste mês, perto da meia-noite, havendo então alguns foguetes.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Tesouros sarmentinos: (170) Dr. Valentim, por José de Meira

O vimaraneses Dr. Valentim, numa caricatura de José de Meira.

Detalhes: Capitel de S. Domingos (28/48)

Capitel de coluna do claustro do Convento de S. Domingos de Guimarães.

Escavações na Citânia de Briteiros

Décadas após as grandes e vistosas campanhas do Cor. Mário Cardozo, que sucederam às escavações de Martins Sarmento no século XIX, a Citânia mantém-se um dos mais emblemáticos e enigmáticos sítios arqueológicos de Portugal. Não se esgotou todavia o manancial de informação que é a Citânia, uma "extraordinária reserva científica", nas palavras do Dr. Sande Lemos, coordenador geral da campanha de trabalhos arqueológicos a decorrer desde o início do mês.

Se na campanha de 2005 se detectou a preservação de níveis de ocupação humana intactos, mesmo no centro do povoado, assim como de interessantes estruturas e métodos construtivos da Idade do Ferro, no presente ano pretende-se obter uma perspectiva diacrónica da presença humana no Monte de S. Romão, assim como uma melhor percepção da organização urbana da Citânia e um levantamento das rochas com arte rupestre na encosta poente.

As escavações arqueológicas, que não se fazem hoje com a dimensão de outros tempos, obedecendo a diferentes critérios metodológicos, incidem sobre a zona da capela e das casas reconstruídas, na “Casa da Espiral”, já alvo de uma operação de limpeza no ano passado. Tal operação está também a ser levada a efeito na conhecida “Casa de Câmalo”.

A intervenção, além da coordenação de Francisco Sande Lemos, da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho e Director científico da Citânia, e de técnicos da SMS, conta com a presença de 16 alunos de Arqueologia da Universidade do Minho, e um da Universidade de Coimbra, que ali estão no âmbito dos respectivos Estágios de Campo.

Esperamos pois novidades da Citânia, o nosso maior bem patrimonial, que com tanto esforço nos orgulhamos em preservar.

Tesouros sarmentinos: (169) Zé Carneiro, por José de Meira

O vimaranense Zé Carneiro, numa caricatura de José de Meira.

Efemérides vimaranenses: 20 de Julho

A Escola Industrial de Guimarães, em 1893

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1372 — El-rei D. Fernando, em Guimarães concede aos moradores da vila do Castelo que todos os carniceiros, padeiras e peixeiras que morarem aí continuadamente não possam vender fora da vila e restabelece as qutro feiras anuais aí na mesma vila do Castelo [que] haviam sido criadas por carta d’el-Rei D. Afonso III de 16 de Maio de 1258 e substituídas em 20 de Setembro de 1369 por uma semanal na vila de Guimarães

1676 — Alvará do príncipe regente, depois El-rei D. Pedro II, ordenando que não sejam obrigados os privilegiados das Tábuas Vermelhas a sustentar cavalos auxiliares para as armas, nem pegar nelas.

1788 — Doutoramento do vimaranense Joaquim Navarro de Andrade. Ele veio a ser lente da faculdade de medicina na Universidade, director e decano da mesma faculdade, director literário da Academia de Marinha e Comércio da cidade do Porto, deputado às Cortes Constituintes em 1821,cargo de que se escusou, sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa, etc. Escreveu algumas obras em português e latim que correm impressas.

1853 — José Gomes Fernandes Baptista, um dos dois fundadores do hospital dos Terceiros Dominicos, encomenda, a um escultor de Braga que havia feito a imagem de Santo Afonso, as imagens de S. Domingos e de Santa Rosa de Lima para irem nas procissões. A seu pedido o padre mestre da mesma corporação, frei Bento de Santa Joana e Silva concorreu com o custo do santo e ele José Gomes arranjou esmolas para o da santa e hábitos das duas imagens.

1880 — A histórica igreja de S. Miguel do Castelo, vulgo Santa Margarida, ultimamente restaurada com o maior escrúpulo por uma comissão de obras, composta do doutor Francisco Martins de Gouveia Morais Sarmento, cónego José de Aquino Veloso de Sequeira, João Pinto de Queirós e padre António José Ferreira Caldas, e a expensas de uma subscrição pública nesta cidade, que rendeu cerca de 600$000 réis e de um subsídio do Governo de 1:2000$000 réis, foi neste dia solenemente benzida pelo cura da 2.ª parte da freguesia de Nossa Senhora da Oliveira, a cargo de quem estava esta anexa, padre Abílio Augusto de Passos, cantando-se em seguida a missa, o que tudo se fez a cantochão. À noite houve junto da igreja iluminação e música atraindo concorrentes. Esta restauração principiou a fazer-se em 17 de Agosto de 1874 e já estava concluída há perto de 2 anos, mas demorou-se a bênção e abertura solene para se instalar ali uma irmandade que tivesse a seu cargo a conservação do monumento humilde mas valioso e para se vencerem outras pequenas dificuldades, que ordinariamente surgem.

1887 — Na sessão da Câmara dos Deputados o nosso mui estimado João Franco, em discurso, repeliu as considerações que o deputado por Braga, Alves de Moura, se lembrou de fazer em defesa do governador civil (era o falso vimaranense Visconde de Pindela) por causa da questão do orçamento municipal de Guimarães. E vendo que se discutia e pedia a aprovação do projecto dotando o liceu de Braga com mais duas cadeiras, pediu para a Escola Industrial de Guimarães as de francês e inglês, em projecto de lei n.º 157, pedindo que o ministro das Obras Públicas impugnou, prometendo contudo a criação das escolas práticas de cutelaria, serralharia e tecelagem de linho e algodão.

1912 — Às 7 horas da manhã passou nesta cidade, onde parou, em automóvel, vindo acompanhado por 6 baionetas que o prenderam em Paços de Ferreira, por conspirador contra a república e o conduziram para Braga, o abade de Maximinos.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

Detalhes: Capitel de S. Domingos (27/48)

Capitel de coluna do claustro do Convento de S. Domingos de Guimarães.

Arqueologia Experimental - workshop na SMS, dia 21 de Julho

Vai-se realizar, no próximo dia 21 de Julho, no Museu Arqueológico da Sociedade Martins Sarmento, um workshop de Arqueologia Experimental, orientado pela Oficina de Arqueologia Experimental do Parque Arqueológico do Côa, destinado a jovens entre os 12 e os 17 anos. As inscrições estão abertas na Sociedade Martins Sarmento. Aos participantes será entregue um diploma. Comparticipação: 5 euros.

Tesouros sarmentinos: (168) Alberto Carneiro, por José de Meira

Alberto Carneio. Caricatura de José de Meira.

Efemérides vimaranenses: 19 de Julho

D. Miguel, por volta de 1830

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1420 — Mandado do ouvidor dos Duques de Barcelos, dr. Pero Esteves, aos juízes da mesma vila, não continuem a constranger os privilegiados da Colegiada de Guimarães a pagar para a casa do concelho que se anda fazendo na dita vila.

1564 — O Cardeal infante D. Henrique, legado "a latere" do Pontífice, expediu um rescrito, datado de Lisboa, pelo qual anexava "in perpetuum" ao Convento de Santa Clara de Guimarães as duas terças partes dos frutos e rendimentos de Santa Cristina de Arões, reservando a terça restante para a côngrua e sustentação do abade da mesma igreja.

1597 — Provisão régia nomeando reitor da Universidade de Coimbra ao doutor em cânones Afonso Furtado de Mendonça que depois foi chantre de Guimarães e Arcebispo de Braga.

1621 — O Cabido recebe carta de El-rei avisando-o que o Papa proveu no tesourado-mor da Colegiada o notável vimaranense Agostinho Barbosa. Não lhe deu a posse da dita dignidade por entender que o Pontífice não tinha tido inteira informação da qualidade do dito provido, que era "cristão-novo inteiro"

1824 — Chega o escrivão José de Sousa Bandeira , que tinha estado preso na Relação do Porto por opiniões políticas. PL

1829 — Houve touros no terreiro de Santa Clara com máscaras e um baile. Tudo isto foi continuação das festas que se fizeram pelo aniversário do juramento que Sua Majestade o sr. D. Miguel I, deu de manter as Leis Fundamentais da Monarquia Portuguesa. PL

1832 — Vem aqui o padre Mestre Braga, frade franciscano, sem hábito e com um grande pau nas mãos. Chegando à Praça do Toural, fez tocar um tambor a ajuntar, e depois que viu que pouca gente se lhe reunia, foi por todas as portas, e todos aqueles que ele encontrava nas lojas, ou lhes batia, ou os descompunha por eles não pegarem em armas a favor do sr. D. Miguel. Foi mandado pôr fora da vila dentro em duas horas. Quando este frade mandou tocar a ajuntar foi porque iam a passar à Conceição quarenta e tantos constitucionais de Basto que iam para o Porto. Todos iam armados e a maior parte a cavalo. A passagem desta gente fez grande alvoroço na vila, saindo a justiça e as ordenanças, que foram até ao Pevidém sem os poder alcançar.

1847 — Pelas 10 horas da noite foram alguns cartistas desta vila a Vila Pouca e aí deram alguns foguetes e vivas ao Barão de Vila Pouca, por este ter aceitado o cargo de Governador Civil do distrito de Braga, para o qual tinha nomeado S. Majestade a rainha.

1851 — Pelo Ministério do Reino foi posto pela 2ª vez a concurso a construção da estrada do Porto a Guimarães, orçada em 78:592$745 réis.

1885 — Romaria da Penha: Divertindo-se 2 rapazes a apanhar a pólvora e rastilho dos morteiros; o que tinha apanhado mais guardara-a num bolso e negara alguma a outro que lha pedira; este introduziu lume no bolso onde aquele guardara a pólvora e, esta explodindo deixou-o gravemente queimado, sendo imediatamente conduzido para o hospital da Misericórdia, onde ficou em tratamento.

1890 — É decretada a anexação civil e eclesiástica da freguesia de Pentieiros à de Taboadelo, cujo decreto foi publicado no Diário do Governo nº 213 de 19 de Setembro de 1890.

1899 — A Câmara Municipal delibera representar a El-rei, pedindo que seja deferido o requerimento de António Luís Soares e Paulo de Freitas, engenheiros civis, da cidade do Porto, em que pediam a concessão para construir uma linha americana de tracção a vapor, desde Guimarães a Famalicão e assente na estrada real nº 31.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.