“Minha pátria é a língua portuguesa” - Dia Mundial da Língua Portuguesa, 5 de Maio
“Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico. Minha pátria é a língua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incomodassem pessoalmente. Mas odeio, com ódio verdadeiro, com o único ódio que sinto, não quem escreve mal português, não quem não sabe sintaxe, não quem escreve em ortografia simplificada, mas a página mal escrita, como pessoa própria, a sintaxe errada, como gente em que se bata, a ortografia sem ípsilon, como o escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.”
Fernando Pessoa, O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares
Em Novembro de 2019, a Unesco declarou o dia 5 de Maio de cada ano como o Dia Mundial da Língua Portuguesa. A declaração foi assinada em Paris com a presença de representantes do Governo de Portugal. António Costa lembrou que o português é actualmente falado por cerca de 260 milhões de pessoas e realçou a importância que a língua desempenha na política externa do nosso país.
Estamos, em 2020, a assinalar esta data comemorativa, pela primeira vez depois da declaração da Unesco. As circunstâncias de isolamento de que começamos a sair - passo a passo - acentuaram a evidência da língua como meio de comunicação, como instrumento poderoso para quebrar as distâncias.
A língua escrita permanece ponto maior de encontro dos portugueses e de todos os outros que a utilizam. Há que estimá-la, reconhecer o valor precioso que encerra.
Fernando Pessoa, O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares
Em Novembro de 2019, a Unesco declarou o dia 5 de Maio de cada ano como o Dia Mundial da Língua Portuguesa. A declaração foi assinada em Paris com a presença de representantes do Governo de Portugal. António Costa lembrou que o português é actualmente falado por cerca de 260 milhões de pessoas e realçou a importância que a língua desempenha na política externa do nosso país.
Estamos, em 2020, a assinalar esta data comemorativa, pela primeira vez depois da declaração da Unesco. As circunstâncias de isolamento de que começamos a sair - passo a passo - acentuaram a evidência da língua como meio de comunicação, como instrumento poderoso para quebrar as distâncias.
A língua escrita permanece ponto maior de encontro dos portugueses e de todos os outros que a utilizam. Há que estimá-la, reconhecer o valor precioso que encerra.
Foi isso que fez o grupo informal “Voltar à Escola” com a iniciativa “Dê 10 minutos à Língua Portuguesa”, realizada em Guimarães entre 2017 e 2018 (culminou em 10 de Junho de 2018). Um conjunto de antigos professores e outros profissionais da Escola Secundária Martins Sarmento, com o apoio da sua Escola e também da Biblioteca Municipal Raul Brandão e da Sociedade Martins Sarmento, pediu então que, em dez minutos, cada um de nós se detivesse sobre este belo e precioso bem que constitui a nossa “Casa Comum”.
Por esses dias, ao retomar as estrofes d’Os Lusíadas - que iam copiando pela mão -, algumas centenas de pessoas, fossem ou não portugueses, puderam sentir-se entre si ligadas e sentir, como sentiu Fernando Pessoa pela palavra do seu Bernardo Soares, a Língua Portuguesa como a sua Pátria. Puderam os copistas de Camões viver a experiência de Pessoa, aliás Bernardo Soares, quando, no encontro dos cultores da língua, nos dizia: “Estremeço se dizem bem”.
Por esses dias, ao retomar as estrofes d’Os Lusíadas - que iam copiando pela mão -, algumas centenas de pessoas, fossem ou não portugueses, puderam sentir-se entre si ligadas e sentir, como sentiu Fernando Pessoa pela palavra do seu Bernardo Soares, a Língua Portuguesa como a sua Pátria. Puderam os copistas de Camões viver a experiência de Pessoa, aliás Bernardo Soares, quando, no encontro dos cultores da língua, nos dizia: “Estremeço se dizem bem”.
A Sociedade Martins Sarmento homenageia hoje a Língua Portuguesa. Por felicidade tem consigo, e com todos nós, uma edição princeps d’ Os Lusíadas e com grande alegria pode testemunhá-la com estoutra edição que todos nós pudemos também escrever com Luís de Camões e que o grupo “Voltar à Escola” quis guardar nesta secular instituição de Guimarães.
A língua portuguesa será sempre a nossa pátria!
“Os Lusíadas”, Luís de Camões, Lisboa, 1572
“Os Lusíadas”, edição manuscrita da obra de Luís de Camões, Guimarães, 2017/2018
A língua portuguesa será sempre a nossa pátria!
“Os Lusíadas”, Luís de Camões, Lisboa, 1572
“Os Lusíadas”, edição manuscrita da obra de Luís de Camões, Guimarães, 2017/2018
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