Coleção de Arqueologia da SMS | Escultura zoomórfica recolhida no Castro de Sabroso
"O pedreiro tinha achado algumas pedras ornamentadas.(...)
Encontrou mais um focinho de porco (...). Fomos vê-lo depois e trouxe-o. É effectivamente um focinho de porco bem caracterisado pelo chato da parte anterior e pelos buracos das ventas.
Está quebrado. Realmente é pena que não tenha a cabeça inteira, porque esta coisa era bem mais acabada que a cabeça de boi (?)."
Sarmento, 3 de Junho de 1877, do diário de campo.
De facto, os dois elementos de escultura zoomórfica recolhidos em Sabroso não foram encontrados durante as escavações, mas sim recolhidos por outrem que depois os entregou a Sarmento, em diferentes dias. Desconhecemos assim de que ponto do Castro de Sabroso saíram estas peças.
Sarmento achava que eram dois fragmentos de duas esculturas diferentes: uma seria de um focinho de porco, identificada pelas narinas características; a outra seria uma cabeça de animal, mais deteriorada, que podia ser um boi. Mário Cardozo manteve as duas peças expostas separadamente no Museu Arqueológico, em Guimarães, como ainda se encontram hoje, no Museu da Cultura Castreja.
Porém, é muito provável que sejam dois fragmentos da mesma escultura, posto que encaixam quase perfeitamente uma na outra. A menos que tenham sido duas esculturas idênticas, a semelhança morfológica e dimensional indica que o mais certo é que tenham integrado a mesma peça, que foi partida. A cabeça estaria fixa a uma escultura maior, provavelmente de um animal inteiro, como indica o encaixe esculpido na parte posterior da peça.
As representações de suínos, por vezes designadas como "varrões", "varrascos", "berrões" ou "javardos", são bastante comuns no centro de Espanha, associados a um povo proto-histórico conhecido como Vettones ou Vetões, embora se conheçam noutras regiões, particularmente em Trás-os-Montes, onde se destaca a famosa "Porca de Murça".
Foram alvo de distintas interpretações, tais como: esculturas sacralizadas de carácter funerário, marcos de delimitação territorial ou representações de divindades protetoras do gado. Representam, no entanto, quase sempre porcos selvagens, ou javalis. Neste caso parece tratar-se de um porco doméstico.
É possível que este género de escultura estivesse associada a divindades de carácter animista. Neste caso, a escultura pode ter integrado um espaço ritual, no interior do castro.
Encontrou mais um focinho de porco (...). Fomos vê-lo depois e trouxe-o. É effectivamente um focinho de porco bem caracterisado pelo chato da parte anterior e pelos buracos das ventas.
Está quebrado. Realmente é pena que não tenha a cabeça inteira, porque esta coisa era bem mais acabada que a cabeça de boi (?)."
Sarmento, 3 de Junho de 1877, do diário de campo.
De facto, os dois elementos de escultura zoomórfica recolhidos em Sabroso não foram encontrados durante as escavações, mas sim recolhidos por outrem que depois os entregou a Sarmento, em diferentes dias. Desconhecemos assim de que ponto do Castro de Sabroso saíram estas peças.
Sarmento achava que eram dois fragmentos de duas esculturas diferentes: uma seria de um focinho de porco, identificada pelas narinas características; a outra seria uma cabeça de animal, mais deteriorada, que podia ser um boi. Mário Cardozo manteve as duas peças expostas separadamente no Museu Arqueológico, em Guimarães, como ainda se encontram hoje, no Museu da Cultura Castreja.
Porém, é muito provável que sejam dois fragmentos da mesma escultura, posto que encaixam quase perfeitamente uma na outra. A menos que tenham sido duas esculturas idênticas, a semelhança morfológica e dimensional indica que o mais certo é que tenham integrado a mesma peça, que foi partida. A cabeça estaria fixa a uma escultura maior, provavelmente de um animal inteiro, como indica o encaixe esculpido na parte posterior da peça.
As representações de suínos, por vezes designadas como "varrões", "varrascos", "berrões" ou "javardos", são bastante comuns no centro de Espanha, associados a um povo proto-histórico conhecido como Vettones ou Vetões, embora se conheçam noutras regiões, particularmente em Trás-os-Montes, onde se destaca a famosa "Porca de Murça".
Foram alvo de distintas interpretações, tais como: esculturas sacralizadas de carácter funerário, marcos de delimitação territorial ou representações de divindades protetoras do gado. Representam, no entanto, quase sempre porcos selvagens, ou javalis. Neste caso parece tratar-se de um porco doméstico.
É possível que este género de escultura estivesse associada a divindades de carácter animista. Neste caso, a escultura pode ter integrado um espaço ritual, no interior do castro.
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