Efemérides vimaranenses: 7 de Novembro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1568 — Francisco de Andrade, tesoureiro-mor e Torcade Peres de Andrade mestre-escola na Real Colegiada, dão consentimento à doação e testamento de seu pai Baltazar de Andrade (parece que já falecido) também mestre escola da mesma R. Colegiada, sobre o padroado do mosteiro de Santa Clara à infante e filho, pondo cláusulas nesta confirmação, aclarativas. - Vid. 30-VIII-1567.
1649 — É celebrada a escritura de aceitação da Instituição do Coro da Misericórdia em número de cinco capelães e do seu Compromisso, criado pelo vimaranense doutor Paulo de Mesquita Sobrinho, desembargador da relação eclesiástica de Braga, o qual deu 2:640$000 réis para empregar em juro, afim de satisfazer dos ditos capelães o coro e missas. O coro foi aumentado em diferente épocas e por vários legatários ao número de 16 capelães, quase todos com missa quotidiana, o qual teve algumas reduções, ficando pela última delas reduzido a 7 capelães e 1500 missas colectivas, por todos os benfeitores da Misericórdia em 24 de Outubro de 1911 findou.
1652 — Sentença de agravo da Relação do Porto que os vereadores houveram contra os almotacés Fernão Ferreira da Maia e João Peixoto de Miranda, porque aqueles tinham mandado notificar os carcereiros não recebessem presos que lhe fossem mandados por estes, e a estes que não quebrassem as posturas postas em câmara ou por correição, que os almotacés prendiam os mesteirais obrigados à câmara, para que só fossem para a pértiga.
1668 — O vigário geral de Braga sede vacante como juiz conservador apostólico dos frades de S. Domingos, passa carta de levantamento do interdito que havia posto na igreja Colegiada a instância dos religiosos de S. Domingos, por 8 dias (não faça dúvida ser 8 dias e o despacho do dia 4 dizer 6 dias), para as freiras de Santa. Clara fazerem exéquias por uma religiosa grave e ex-abadessa, como requereram.
1735 — A vereação em sessão com o nobreza concedem aos frades Capuchos um vintém de cada lombo grande ou pequeno, vendido nos talhos, para ajudar das obras do seu convento.
1839 — "Apareceu 1 rapaz de 12 anos de idade em 1 grande poço de uma mina na cerca da quinta do Cavalinho, o qual estava no supradito poço há 3 dias, tendo sido ali lançado por um tendeiro da Venda da Serra, por o rapaz lhe dizer que ele tinha roubado um lenço, estando ele a vender algumas fazendas na casa de Feijó junto a Margaride. O rapaz era mendigo, e depois que tinha dito ao tendeiro que tinha roubado o lenço, este o convidou para vir na sua companhia, e depois de ele vir a esta vila com ele, o conduziu àquele sítio, e o lançou no poço, sendo descoberto este infeliz por um criado do Cavalinho, que indo observar uns caçadores que andavam á caça na quinta, e ouvindo alguns gemidos deu "fé dele". O rapaz alem de estar exposto À morte por causa de não poder sair do poço, teve a felicidade de ser defendido por um sardão, o qual tinha lutado com uma grande cobra para que esta lhe não fizesse mal. O rapaz recolheu-se ao hospital com um quadril deslocado e o homem foi preso alguns dias depois". P. L. - Extracto do que lemos dobre este facto na correspondência de um jornal e nos registos da cadeia e do hospital: - Na tarde deste dia, andando 3 sujeitos à caça, na quinta do Cavalinho, ouviram gemidos ao pé de uma mina, o escudeiro da quinta também os ouviu, chamou caseiros e trabalhadores, lançaram dentro dela uma escada de 17 degraus, um dos trabalhadores desceu e, chegando quase ao fundo da mina, viu um rapaz, que teria 10 anos, defendendo-se com um pequeno pau de uma grande cobra e de um lagarto; o homem toma medo ao negócio, torna a subir, mas conseguiram que ele tornasse a descer e atasse o rapaz com uma corda, e assim puderam içar o rapaz, que estava em estado deplorável, tinha a cabeça quebrada e um quadril desmanchado. O rapaz foi levado ao hospital, de onde saiu a 16 de Dezembro seguinte, e aí disse chamar-se José de Sousa, filho de João António jornaleiro e morador no lugar da Trofa, da freguesia de Pombeiro, que estava na mina há 2 dias, por o motivo que acima fica dito. O tendeiro, vendedor de lenços, João Manuel, solteiro de 16 anos, da freguesia de Calvos, entrou na cadeia por ordem do administrador do concelho a 11 deste mês e ano; foi sentenciado a 5 anos de trabalhos públicos e partiu para a Relação do Porto acompanhado por uma escolta do regimento nº 14 em 27 de Abril de 1841.
1877 — Foi rematado por Bento José Leite Ribeiro desta cidade, o terreno nº 1 da antiga Alfândega, pertencente ao município, por 11$350 o metro quadrado, ou 786$55 réis.
1889 — A câmara manda celebrar neste dia, na Colegiada, uma missa rezada pela alma de El-rei D. Luís I, a qual assistiu e o Cabido, autoridades e representantes de diversas corporações civis e religiosas. O regimento 20 também mandou celebrar igual no dia 14 na Colegiada, a que assistiu o nosso deputado João Franco, que se achava tal acto em diferentes dias deste mês e em diversas igrejas; porém o Cabido na fez mais que assistir à missa da câmara.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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