Efemérides vimaranenses: 11 de Novembro

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1572 — O Arcebispo D. fr. Bartolomeu dos Mártires, por despacho desta data, ordena ao seu provisor e à relação de dêem provimento, "como parecer serviço de Deus", ao requerimento do Cabido de Guimarães, em que este, expondo que por costume antigo ia com o povo da vila em procissão no dia 6 de Maio à igreja de S. João de Ponte e na 1ª sexta-feira de Setembro à igreja de S. Torcato, e como tais distâncias eram grandes, o que era motivo de irem poucas pessoas eclesiásticas e seculares, pedia lhe fosse comutadas as ditas procissões, aquela para a ermida de Nossa Senhora da Conceição e esta para a de Nossa Senhora do Chamisso (da Madre de Deus); a relação proferiu o seu acórdão, concedendo o pedido, mas sem data.

1660 — Despacho do juiz de Guimarães mandando ouvir as freiras de Santa Clara sobre a petição que lhe fizera Bento Coelho de Vasconcelos, para transladar de uma capela do convento da mesma invocação, os ossos de Brás de Leiva Prego, instituidor do morgado de que ele era descendente e 2º administrador do vínculo, na conformidade do que ele determinara em testamento feito aos 30 de Outubro de 1599..

1681 — Alvará nomeando cronista-mor do reino o vimaranense Frei Rafael de Jesus.

1791 — Portaria mandando franquear todos os cartórios de conventos, cabidos e abadias ou paroquias, câmaras e mais corporações públicas, a Francisco Joaquim Moreira de Sá, para indagar, ver, examinar e extrair deles os apontamentos que lhe forem precisos para bem da diligência de que está encarregado (?).

1833 — Prende-se nesta vila e em toda a província para soldado, era para reforçar o exército realista. P. L.

1838 — "2ª noite de luminárias pelo nascimento do Duque do Porto – pôs em cena no teatro desta vila, a Companhia Nacional do Porto, que então aqui se achava, o bem conhecido e bem aplaudido drama - José II visitando os cárceres - com elogio, o que muito satisfez os espectadores. No teatro estavam as efígies de S.S.M.M. a srª D. Maria II e D. Fernando seu esposo. Houve vivas; porém estes não foram correspondidos pelos espectadores; não porque os respeitáveis objectos a quem eles se dirigiam não fossem dignos deles, mas pelo desgosto geral em que todo o Povo estava, em consequência de estar a ser governado por um punhado de demagogos". P. L.

1877 — Domingo - Reúne em assembleia geral, no salão do teatro D. Afonso Henriques, a Associação dos Bombeiros Voluntários, para tratar a respeito da portaria de 1 de Outubro deste ano que lhe caçou a aprovação dos estatutos. Lida a portaria, discursou o Conde de Margaride, que fora quem tinha aprovado os Estatutos, quando governador civil em Braga, justificando a aprovação. Em seguida, e depois de ligeira discussão, foi aprovada uma proposta do Dr. Avelino Germano da Costa Freitas, para ser nomeada uma comissão de 3 membros, Barão do Pombeiro, dr. Rodrigo de Menezes e dr. Avelino da Silva Guimarães, para no Domingo 18 apresentar em nova reunião à assembleia o seu parecer sobre o conviria fazer em face da portaria.

1878 — A Junta Geral do Distrito aprova o regulamento para o novo cemitério municipal,

1885 — O vimaranense doutor Joaquim José de Meira, procurador por Guimarães à junta geral do distrito, em sessão da mesma, propõe para que represente do governo, com urgência, ponderando-lhe as inconveniências da lei e mostrando a necessidade, ou de se fazer em breve prazo uma circunscrição paroquial mais ampla, como base indispensável para que as juntas de paróquia possam cumprir com regularidade e proveito as atribuições que lhe são cometidas, especialmente a construção económica dos cemitérios necessários, ou de ser novamente decretada a antiga lei que impunha às câmaras municipais a obrigação de designar o local e número dos cemitérios rurais, muito embora a despesa de construção dos mesmos corresse depois por conta única e exclusiva das paroquias a que fosse destinados na proporção do terreno de que cada um necessite; sustentando-se por enquanto por parte da Junta Geral qualquer procedimento neste sentido até à deliberação do governo. Esta proposta que foi precedido de uma exposição sobre a matéria, foi rejeitada por todos os procuradores, salvo o proponente e o seu patrício Conde de Margaride.

1889 — Foi às Taipas o deputado Franco Castelo Branco agradecer a sua reeleição. Para a chegada aqui, estava nos quintais do Proposto preparada uma selvajaria progressista, a qual não se executou por ele vir às 11 e meia horas da noite acompanhado com uma marcha. (Foi realizada na noite de 16).

1902 — Numa casa da rua da Ramada faleceu Cecília Margarida de Paiva, de 101 anos; 1 mês e 11 dias, com as faculdades mentais em perfeito estado, estando há algum tempo entravada.

1906 — Visitou esta cidade; o Príncipe Real, D. Luís Filipe.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

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