Efemérides vimaranenses: 10 de Novembro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1639 — Carta assinada em S. Lucas pelo Duque de Medina Sidónia, Governador de Andaluzia, lastimando a insubordinação havida no Terço de Guimarães, do mestre de campo Álvaro de Sousa e removendo dificuldades de transportes das bagagens do mesmo Terço durante a marcha para Cádis.
1800 — Carta de sangrador, passada em Lisboa a José Maria Borges da Cunha Gaivoto, natural desta vila, filho do cirurgião João Rodrigo Borges da Cunha Gaivoto.
1837 — "Tendo desertado desta vila uns 5 soldados dos esquadrões de lanceiros, e tendo havido uma denúncia (falsa) ao comandante dos mesmos lanceiros (era um tenente) de que tinha sido o tenente Moreira que os tinha aliciado, e mandando aquele prendê-lo por um oficial e um soldado, estes prenderam o irmão (feirante de ourives) e o trouxeram à presença do comandante, o qual encontraram no Toural, e o qual o insultou o mais que foi possível, chegando-lhe a dizer publicamente, que lhe havia mandar dar tantas varadas, como ele tivesse de cabelos na cabeça, mandou-o depois preso para a cadeia. Depois de lá estar algumas horas, foi lá o Visconde da Azenha com o comandante e o soltou. Neste dia presenciou em Guimarães o facto mais escandaloso que se tinha visto". P. L. - Outro noticiarista narra com variantes: o tenente Moreira era natural de Guimarães - o comandante mandou prender o denunciado, e como não fosse encontrado pelos lanceiros encarregados de o prenderem, ordenou-lhes prendessem o irmão ourives Moreira - o ourives foi para a cadeia, de onde só passados dias saiu, por intervenção do Conde de Azenha.
1838 — Às 2 horas da tarde - Saiu um luzido Bando da Câmara desta vila, o qual ia acompanhado de uma banda de música e uma guarda de honra do nº 18, pelo qual a mesma câmara convidava os Habitantes da mesma a porem luminárias na noite deste dia e duas seguintes, pelo feliz nascimento do infante D. Luís, Duque do Porto, o qual tinha nascido no dia 31 do mês passado. Em todo o tempo que andou o Bando tocaram repiques de sino em todas as torres da vila e deram-se alguns foguetes do ar. Os vivas não eram muito correspondidos, por causa do desgosto geral em que estavam os povos. P. L.
1852 — Decreto concedendo o título de Conde de Arrochela, em sua vida, a Nicolau de Arrochela Vieira de Almeida, etc. A carta é de 9 de Janeiro de 1853.
1880 — A direcção da Associação Comercial deliberou reclamar perante a Câmara contra o imposto municipal ultimamente lançado a vários géneros de consumo, por excessivo e extremamente vexatório para o comércio e para os consumidores. Esta reclamação teve indeferimento, a direcção, em 25 deste mês, resolveu recorrer para o concelho de distrito, do acórdão da Câmara que denegou provimento.
1889 — O João Franco: Esperaram-no as bandeiras do costume, pela ordem seguinte: Oleiros - Lavradores de S. Torcato - Ferreiros - Sapateiros - Alfaiates - Curtume de Couros - Clube Comercial - Entusiastas - rapazes e alunos da Sociedade Martins Sarmento (faltaram as das associações comerciais e artística, bombeiros municipais e voluntários, senhoras "antes quebrar que torcer", e a da comissão de vigilância), 5 bandas de música. Lucino - João de Sande - Póvoa de Lanhoso, dos bombeiros de Vizela - e a de Golães; desde a Trofa a Guimarães, grande número de dúzias de foguetes; grande entusiasmo de vivas no Cavalhinho que se ouviam na cidade, agitação de lenços brancos, durante o trajecto, a que as senhoras correspondiam das janelas e votavam flores, bem como raparigas vestidas à camponesa com açafates de flores as atiravam sobre o Franco cobrindo-o com elas e com muitos bouquets, no largo de Franco Castelo Branco levantaram-no ao colo para mostrar à esposa que estava nas janelas dos Coutos, e ela atirou-lhe com um bouquet que ele aparou; era meio-dia, seguiu para casa do Conde de Margaride, e aí veio à janela agradecer ao muito povo estava apinhado e os camarotes cheios de senhoras: agradeceu ao Povo de Guimarães as provas de simpatia que lhe tinha merecido, muitos vivas, voltou para casa do Conde de Margaride acompanhado de todas as 5 bandas de música e aí no terreiro foi lançado um Balão com os emblemas de Franco Castelo Branco, e em seguida recolheram as bandeiras às suas sedes acompanhadas pelas músicas.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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