Efemérides vimaranenses: 1 de Novembro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1196 — Sentença proferida em Guimarães por Didaco prior de Guimarães e D. Vilano, auditores especiais, julgando que pertenciam ao mosteiro de S. Torcato as dízimas de um casal sito no extremo de Vilar, as quais havia usurpado João de Rupela, prior de Santo Tirso, a quem sucedeu João de Oliveira, depois da inquirição feita por mando real a requerimento do prior de S. Torcato Pelágio Daniel.- Pergamº XI da Colegiada.- (curioso)
1474 — O cónego Martim Lourenço Riconado, como procurador do cabido, toma posse da igreja de Santo André de Tolães, e o cónego Pedro Afonso, também procurador do cabido, toma posse da igreja de S. Gens de Montelongo; e no seguinte dia 2 tomou posse do Mosteiro de S. Torcato o tesoureiro-mor Afonso Peres de Freitas; cujo mosteiro e igrejas haviam sido unidas à mesa capitular por Bula de Sixto IV, de 19 de Julho de 1474.- Pergaminho nº 313 da Colegiada.
1593 — A Misericórdia contracta com Diogo Afonso Carveiros para este lhe cobrar o dinheiro que a Câmara tinha oferecido a Sancho de Ávila, que já era falecido, e lhe dera (a câmara) de esmola para fundar a casa da Misericórdia (vide 7 de Setembro de 1584), recebendo o mesmo Caneiros metade do dinheiro que pudesse cobrar, por isso ser muito difícil.
1621 — A Irmandade da Misericórdia delibera, por maioria, que nas procissões seja o escrivão da mesa quem leve debaixo do pálio o Santo Crucifixo, por ser este o costume de outras Misericórdias, revogando a deliberação de 2 de Setembro de 1618 da mesa e definitório que dispõe que o dito Santo Crucifixo seja levado por um sacerdote, irmão, por ser mais conforme às determinações da igreja.
1834 — O subdelegado da polícia desta vila manda prender quem tinha tocado os sinos por ser dia de Finados, por não terem ordem para tocar. Ainda assim no dia seguinte tocaram sinos em algumas torres da vila. PL.
1835 — Foi adjudicado em praça publica por 740$00 reis livre de encargos para a fazenda, a José Pereira da Silva Guimarães, negociante de panos e morador às Lages do Toural, o arrendamento dos foros do convento de S. Domingos, extinto, vencidos no S. Miguel deste ano, avaliados em 592$030 reis, constando de 247 alqueires e 3/4 de trigo, 413 e 1/8 de centeio, 471 e 1/8 de milho alvo, 140 de milho grosso, 1 de castanhas, 1 de feijão, 13 almudes de vinho, 1 de azeite, 2 canadas de manteiga, 17 dúzias de palha painça, 3 carros de palha triga, 11 e meio carros de lenha, 228 galinhas, 10 frangas, 31 frangos, 92 arráteis de marrão, 15 carneiros, 8 leitões, 2 carretos e 6 varas de bragal.
1846 — "Foi Juiz de Direito desta vila à freguesia de Pinheiro, fazer auto de corpo de delito, a um homem que tinha sido morto na mesma freguesia, na noite antecedente numa esfolhada, ficando muito mal tratado o outro que o assassinou. Parece que este assassinato foi por causa de zelos que havia entre ambos acerca de uma rapariga". P.L.
1877 — Por ordem do quartel general, marcha para o Porto, onde no dia 4 tinha lugar a inauguração da ponte D. Luis I sobre o Douro, para com contingentes de outros corpos fazer a guarnição da cidade, uma força da ala esquerda de infantaria 6 aqui estacionada.
1883 — Sobre o 1º número do jornal semanário "O Espectador", que se publicou às quintas-feiras, era religioso católico e noticioso, da iniciativa da Associação Clerical Vimaranense, cuja publicação findou com o nº 52 em 30 de Outubro de 1884. Durante a publicação morreram-lhe 2 padres redactores, 1 tipógrafo, e pouco depois ainda em 1884 o responsável e outro tipografo.
1892 — Começou a ser alagado o adro da igreja de S. Sebastião; no dia 7 foi tirada a grade (portas) lado norte, e no dia 24 as portas também de grades de ferro, lado poente.
1892 — A irmandade de S. José festejou o seu titular na igreja de S. Dâmaso e inaugurou ai o altar onde havia de continuar a sua imagem e as duas de sua Sagrada Família, pela demolição da igreja de S. Sebastião, que fora sempre a sua sede.
1911 — Às 11 horas e 40 minutos da manhã entraram na Colegiada o administrador do concelho, Guilhermino Alberto Rodrigues, o escrivão da Fazenda, Sousa Lobo e seu filho escriturário da Fazenda e José António dos Santos "o cabreiro", membro da Junta da Paroquia, e principiaram o arrolamento da mesma Colegiada. Arrolaram o existente junto às paredes da sala do arquivo, o tesouro, excepto a vitrina de duas faces ou dividida pelo meio e o arquivo, estando presente o D. Prior a denunciar e entregar o existente " e o empregado do cartório José Maria Nunes; aqueles 4 levaram consigo as chaves do arquivo e tesouro!!!.- NB. Neste dia pela manhã o D. Prior disse a meu pai, sr. António Lopes de Faria, de que aqueles vinham hoje fazer o arrolamento, ele que não vinha assistir e por isso ordenou-lhe que lhes apresentasse e mostrasse tudo o que havia: meu pai logo lhe disse "faça-o V. Exa. que é a quem compete"; e no fim de noa, às 10 horas, fechou a sacristia, foi ao Priorado entregar-lhe as chaves dela e não voltou a exercer o seu cargo de "ajudante da sacristia" ou servo (como o cabido moderno o crismou), e o D. Prior viu-se atrapalhado a arranjar quem já lhe fechasse a igreja e depois lha abrisse e continuasse. - Continua no dia 2 .
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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