Efemérides: 1 de Novembro

D. João V

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1112 — Faleceu em Astorga o Conde D. Henrique, pai do vimaranense e rei D. Afonso Henriques.

1130 — Faleceu em Leão, tendo sido expulsa de Portugal, a Rainha D. Teresa, mãe do vimaranense D. Afonso Henriques Rei de Portugal.

1726 — Provisão régia mandando ao juiz de fora de Guimarães que dê busca em casa dos cutileiros e mais oficiais que fazem facas, e as que acharem com ponta, como a que foi remetida com a queixa, ou mais aguda, ou de outra que possa furar, as mande logo quebrar na sua presença e faça imediatamente notificar os tais oficiais para que mais não façam tais facas, procedendo contra os que achar culpados no uso delas, tendo entendido que as ditas facas e outras semelhantes são proibidas na mente da lei novíssima.

1747 — O Arcebispo de Braga, D. José de Bragança, residente em Guimarães, celebra missa rezada na Colegiada, depois do Cabido ter cantado a hora de Prima, oferecida a Nossa Senhora da Oliveira, em acção de graças pelas melhoras de El-Rei D. João V.

1755 — Num pequeno folheto manuscrito de curiosidades, por um frade da Costa, pertencente que foi ao seu real mosteiro, lê-se: - Memorável será para todos os séculos o dia de todos os Santos do ano de 1755 pelo terramoto com que o céu atemorizou a todo Portugal, e grande perda de vidas, e fazenda, que houve em Lisboa, e suas vizinhanças. Por todo o ano adiante continuaram, ainda que não com a violência e estrago do primeiro. Em todo o Reino se fizeram procissões de penitência. Em Guimarães saiu o Cabido descalço. Os estudantes saíram também com a imagem de N. Padre (S. Jerónimo penitente) que nos vieram pedir para isso, que alguns Monges acompanharam e pregaram, em S. Dâmaso, donde saiu a procissão, à porta da Colegiada, no terreiro de Santa Clara, no do Carmo, no da Misericórdia, no Toural, no das Dominicas, e outra vez no Toural, para a parte de S. Dâmaso, aonde se recolheu a procissão.

1798 — O D. Prior, D. Luís de Saldanha e Oliveira canta missa e manda celebrar Te-Deum e procissão pelo claustro (não saiu pelas ruas da vila por causa da chuva), com assistência das comunidades religiosas, confrarias, senado e nobreza, solenidade esta pelo nascimento do infante D. Pedro de Alcântara.

1822 — Neste dia e nos dois seguintes "houve luminárias, e no último houve na Colegiada missa solene e sermão que pregou Fr. Rodrigo de Meneses monge Jerónimo. No fim da missa juraram nas mãos do celebrante, Chantre, a Constituição da Monarquia Portuguesa todas as autoridades civis, eclesiásticas e militares, jurando-a também o Marques de Chaves que então aqui se achava. No fim houve Te Deum". P.L.

1832 — Os juizes almotacés mandam deitar um Bando para que ninguém deixe sair à rua cevados e outros animais que possam sujar as mesmas. Também deram outras providências para que as ruas se conservassem limpas e com asseio. PL.

1854 — A Misericórdia principia ou fornecer diariamente a todos os presos da cadeia uma tigela de caldo e um e meio arrátel de pão de broa, a cada um, despesa paga pelo Estado, abatendo o caldo e pão mais a 20 presos que era obrigada pelos legados, que continuou a pagar.

1883 — Zaragata entre mulheres, no cemitério da Atouguia que ficou profanado; quem pagou as despesas da reconciliação foi a mulher ou uma filha, padeiras, do João violeiro, da praça de S. Tiago. Nos primeiros anos depois que o cemitério da Atouguia principiou a ser utilizado, neste dia muitas pessoas que iam a adornar as campas de suas famílias, tainavam à beira das mesmas, em grupos, e até punham as infusas com vinho sobre as sepulturas, que lhes serviam de mesa e para o almeiro; parecia um arraial de romaria, de que resultou a zaragata.- Vide 3 de Novembro de 1883.

1887 — Saiu o 1º número do "Zirro" folha satírica e literária; publicaram-se 13 números; sem o nome de redactor, que era o Pe. José António Fernandes Guimarães, ex-encomendado de S. Sebastião, reitor de Fermentões nomeado, que depois foi colado, o qual, por este jornal ser seu, ficou conhecido por "Padre José Zirro".

1914 — Na noite deste dia para o seguinte foi a cidade alarmada pela detonação de bombas de dinamite.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.