Efemérides vimaranenses: 29 de Outubro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1361 — O Cabido faz emprazamento, em uma vida, da Igreja de S. Martinho de Conde, a Lourenço Martins, clérigo, vigário da mesma, pela renda anual de 30 libras e por colheita 40 soldos, e deixando de ser vigário pagaria ao sucessor 30 libras anualmente e dízima ou pedida do papa, do arcebispo ou do rei, se a houver.
1521 — Fernão Afonso "Laborão", escudeiro de El-rei, em virtude do testamento de Diogo Pires, contador e cavaleiro do duque de Bragança e Guimarães, feito em Évora a 2 de Agosto de 1501 que por ele lhe deixou à capela de S. Brás do claustro da Colegiada, como administrador em sua vida e por sua morte a quem quisesse - fez vínculo da dita capela, nomeando 1.º administrador seu neto Fernão Afonso Leborão precedendo machos e fêmeas, por escritura feita a 29 de Outubro de 1521. - Do cartº do Barão do Pombeiro. -
1657 — O capitão António de Castro trouxe uma ordem do Conde de Castelo Melhor, dada nesta data, em Campo da Silva, para reconduzir para a praça de Salvaterra uma companhia de 100 soldados que se tinham alistado para o Alentejo e que dali se ausentaram, e mandando às justiças que lhe prestem todo o auxílio para isto.
1662 — Carta do Conde do Prado pedindo lhe mandem os 300 soldados privilegiados que o Cabido ofereceu e o D. Prior não quis estar pela estar pela oferta, o que ele muito censura.
1838 — Houvera nesta vila repiques de sino ao meio-dia e à noite; por ser o aniversário dos anos de S. M. El-rei D. Fernando. À noite houveram luminárias; porém foram muito poucas me não gerais, não obstante a câmara mandar convidar os habitantes a pô-las por um bando. P. L.
1841 — - Anos de El-rei D. Fernando - Duma correspondência no "Periódico dos Pobres no Porto" é o seguinte: - Foi festejado o aniversário de El-rei D. Fernando "com aquele jubiloso entusiasmo que tanto caracteriza o povo português. Ao primeiro alvor da manhã, uma girândola de foguetes lançada aos ares à porta do benemérito coronel de infantaria numero 14, António Pimentel Maldonado, fez acordar os habitantes com estampido de suas bombas, a grandeza do dia que começava a despontar. Ao mesmo tempo e no mesmo sitio, rompeu a musica o hino de S. M. a Rainha, e dali marchou pelas ruas principais da vila, até o quartel do mencionado batalhão, aonde vinte e um tiros de morteiro igualmente salvaram o novo dia que acabava de raiar. Ao meio-dia em ponto teve lugar no Campo do Toural, a parada do referido batalhão. Um grande numero de pessoas, de todas as classes e hierarquias, enchia todo o espaço que não era ocupado pela tropa. Todas as janelas estavam guarnecidas de senhoras, do que resultava um golpe de vista agradável. O batalhão estava no maior asseio possível, e do semblante de cada soldado reluzia um não seu que de alegria, tão sincera e verdadeira que não é fácil descrever. Logo que no relógio da Matriz (Colegiada) acabou de soar a ultima hora e os repiques dos sinos se ouviram em todas as torres da vila, o digno coronel deu a voz de sentido ao batalhão. As três descargas foram dadas com certeza e igualdade, e os três vivas do estilo foram correspondidos com entusiasmo; principalmente os dois primeiros. Acabado este acto o batalhão desfilou pelo Campo da Feira, S. Dâmaso, Senhora da Oliveira até o quartel; aonde o distinto coronel para dar um novo e bem entendido realce a este dia de prazer, mandou pôr em liberdade todos os presos militares, cujos crimes não eram objecto de conselho de guerra. Às quatro horas da tarde teve ocasião o jantar que estava preparado para os soldados, que foi abundante e bem servido. À noite iluminou-se toda a vila, e uma numerosa concorrência de todos os sexos e qualidades, se achava em frente do quartel. Uma linda e engraçada iluminação ocupava a frente do edifício, além dum sem número de luzes que brilhavam em todas as janelas. Um magnífico arco adornado de lindos emblemas e sustentado por quatro magnificas colunas, dava entrada para o quartel e fazia a parte principal da iluminação. (…) A música ali colocada tocou continuamente o hino da Rainha. Os vivas a SS. MM. eram repetidos com tanto fogo e calor, que mais parecia delírio do que amor de súbditos como era na verdade. Os soldados não cessavam de dar vivas ao seu Coronel e Major, bem como a todos os oficiais: os morteiros troavam de momento a momento, e os foguetes não tinham interrupção. Assim se passou um lindo pedaço da noite, até que musica obrigada a instância de muitos, fez uma digressão pelas ruas da vila, acompanhada de soldados e paisanos tão iguais em sentimentos, que pareciam uma só família. Finalmente recolheu ao sitio donde tinha partido sem que tivesse ocorrido o mais leve desgosto, o que não deixa de ser uma gloria para os amigos da liberdade legal, e um motivo de aflição para os seus inimigos políticos. À meia noite estava tudo concluído e tudo respirava prazer e alegria". – Correspondência no "Periódico dos Pobres no Porto". -
1933 — De regresso do desafio de futebol realizado em Negrelos, o comboio que conduzia a Guimarães os jogadores e demais passageiros foi apedrejado na estação de Vizela. A 9-XI vieram do Porto 25 vizelenses que deram entrada na cadeia e mais tarde interrogados pelo Juiz e cumpridas as formalidades, foram restituídos à liberdade.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
Mais efemérides deste dia: ler
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home