Efemérides vimaranenses: 26 de Outubro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1713 — Provisão régia ao Provedor, isentando os frades capuchos que se achassem nesta comarca de pagarem usual de carne e vinho do seu consumo.
1746 — Vindos de Braga e Viana entram em Guimarães uns missionários espanhóis.
1817 — Domingos de Sousa Ribeiro, desta vila, obteve carta de privilégio de recoveiro; seu pai João de Sousa tinha servido de recoveiro mais de 18 anos.
1829 — Ao raiar do dia uma salva real e os repiques dos sinos em todas as torres, fizeram a mais aprazível comoção em todos os fiéis e leais habitantes pelo feliz anúncio de dia tão festivo, todas as ruas e praças se embandeiraram e se endamascaram as as janelas. Às horas houve o anunciado Te Deum, a que assistiram vestidos de gala a câmara, todas as autoridades civis e militares, as corporações religiosas, clero, nobreza e imenso concurso. Findo o Te Deum se dirigiram todos à Praça do Toural a assistir à parada do Batalhão dos Voluntários Realistas e Destacamento de Infantaria nº 12, que se postaram no maior asseio, e onde, com decidido entusiasmo se deram os vivas a El-rei e Real Família. Finda a Parada, foi administrado um esplêndido jantar ao destacamento de nº 12, em seu quartel, sendo servido pelos oficiais de justiça, autores desta função, e pelos sargentos, oficiais e até pelo coronel dos voluntários realistas (merecida distinção ao destacamento, não só por pertencer ao regimento que foi fiel e leal ao melhor dos reis, mas pelo seu honrado comportamento, desde que se acha destacado na vila) durante o jantar houve repetidas saúdes e vivas a El-rei N. S. Às 2 horas da tarde se reuniram paços do concelho a câmara, o desembargador corregedor, provedor e juiz de fora com todos os seus oficiais, vestidos de gala, todas as ordens religiosas, clero, nobreza e povo, para acompanharem um carro triunfal em que se representava o Monte Parnaso, e sobre o seu cume o Templo da Imortalidade, em cujo ia colocado o "Retrato do Nosso Idolatrado Rei". Pelo Monte desciam as nove Musas cantando o hino real, que uma bem concertada música acompanhava em roda do carro, e era correspondido por 16 camponeses, que iam no carro, e findo o hino executaram um lindo baile. O carro era tirado por dois cordões, a que deitavam mão todas as corporações religiosas, clero, nobreza e povo, acompanhava o mesmo carro a câmara e todas as autoridades civis, com sua alçadas, seguia-se-lhe o batalhão dos voluntários realistas e o destacamento do nº 12. Na força do maior júbilo e entusiasmo, quando de honra de voluntários, misturados com soldados do destacamento do 12 e vindo o carro a passar à rua de Trás-do-Muro, desmanchou-se, e por isso o Corregedor e o Provedor pegaram na real efígie de S. M. e continuou o préstito (no qual ia um baile e as bandeiras dos ofícios) a andar por toda a vila, que (até por onde não passava) estavam as janelas cobertas, de damasco, xailes, fitas etc., dando sem cessar os mais fortes vivas a S. M. À noite iluminação geral, não cessando os repiques e foguetes do ar. P. L.
1832 — - Anos do sr. D. Miguel - Às 10 horas da manhã, Te Deum a cantochão na capela de S. José, no claustro da Colegiada. À noite saiu uma música a tocar o hino realista e algum povo a dar vivas. D. Miguel deu em Coimbra uma amnistia aos do Porto, tanto aos paisanos como aos militares só até capitão inclusive. P. L.
1836 — Com assistência de povo, dos graduados da Ordem TErceira de S. Domingos e titulares da terra, sempre acompanhado de vivas, repiques e fogo, é lançada a primeira pedra, para a fundação do hospital da mesma Ordem, pelos irmãos terceiros Custódio José Ribeiro Guimarães e José Gomes Fernandes Baptista, no alicerce do cunhal para o lado do jardim na enfermaria que faz face como o pátio da escada que vai para a casa do Despacho, na qual pedra se meteu dinheiro deste ano e uma outra pedra embutida contendo os nomes daqueles 2 fundadores e dos mesários que serviram neste ano.
1857 — O 2.º sargento de caçadores 7 aqui estacionado, Francisco Joaquim Botelho, casado, separado da mulher, adúltero e jogador, estando comandando um piquete de soldados das Caldas de Vizela, esbanjou o dinheiro dos soldados, 6$350 réis!!!, deixou uma carta na qual mostrou não estar alienado, tirou o coturno meia e com o dedo do pé direito disparou a espingarda em si mesmo na Lameira das Caldas de Vizela. Foi trazido com acompanhamento nocturno sepultado na igreja dos Santo Passos, do Campo da Feira, às 11 horas da noite deste dia 26.
1890 — Houve assembleia geral da Associação Artística Vimaranense, para a aprovação das contas e para discussão e aprovação de novos Estatutos, tornando-se a sessão muito tumultuosa por causa da discussão. Houve mais 3 assembleias gerais nos dias 1, 2, e 9 do próximo Novembro para o assunto Estatutos.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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