Efemérides vimaranenses: 17 de Outubro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1611 — Carta do Vice-Rei ao Corregedor de Guimarães participando-lhe ter falecido a Rainha no dia 5 do corrente, para que ordenasse em toda a comarca as costumadas demonstrações de sentimento.
1665 — D. Francisco de Sousa escreve de Viana ao corregedor anunciando-lhe que brevemente chegaria, ou talvez já chegasse a Guimarães o Marquês de Schonberg, filho do conde do mesmo título, com a cavalaria que trazia á sua ordem, e mandando que ele corregedor lhe entregue logo uma que carta que lhe mandava, e ordenasse à câmara lhe fizesse todo o agasalho possível e aos soldados, como era razão a quem de tão longe nos vinha ajudar.
1708 — Professou o hábito de S. Jerónimo, no convento da Costa, frei José de Santo António, que, sendo prior do mesmo convento em 1725, mandou fazer o actual retábulo da capela-mor, tendo como ajuda de custo 40 moedas que as religiosas do Carmo deram pelo retábulo antigo e fez esculturar as duas imagens de S. Jerónimo Penitente e de Santa Marcela que hoje se vêem aos lados do arco cruzeiro.
1784 — O Arcebispo D. Gaspar crismou na igreja da Misericórdia.
1792 — O arcebispo D. Fr. Caetano Brandão chega a esta vila, já quase de noite, apeou-se à porta da igreja Colegiada, onde o esperavam os cónegos curas e não o Cabido porque não teve aviso do dia em que vinha, e daqui foi recolher-se ao convento de S. Francisco, onde no dia seguinte foi visitado por 2 dignidades e 2 cónegos dos mais antigos.
1829 — Chega aqui depois de Trindades um suplemento ao "Correio do Porto" trazendo a notícia de haver sido reconhecido no dia 14 deste pelo rei de Espanha Fernando VII S. Majestade Sr. D. Miguel. Por tal notícia há logo muitos foguetes em quase todas as ruas da vila e repiques em todas as torres. Iluminou-se o Toural todo e algumas casas da villa, andando alguns grupos de gente a dar vivas e uma música a tocar o hino realista. P.L.
1829 — Foram caçados os privilégios aos homens que os tinham de há muito para levar o andor da Candeia por serem velhos e achacados, uns, e outros por mandarem homens fracos e assalariados. Deixaram na procissão deste ano cair o andor duas vezes, uma à saída da igreja da Misericórdia e outra à saída da de S. Francisco. Foram nomeados outros.
1834 — Nesta noite houve grandes distúrbios pelos constitucionais que quebraram muitas vidraças e até portas em muitas casas dos realistas em rua de Couros, chegando a haver tiros entre os mesmos constitucionais. Outros iguais desaforos tinham tido lugar nas noites precedentes em diferentes ruas da vila. P.L.
1881 — Inauguração de um colégio de instrução para o sexo masculino no palacete das Hortas, do qual foi proprietário e director o bacharel Francisco Pedro Felgueiras. Assistiram à inauguração: Câmara, Juiz de direito, delegado do P. Régio, deputações do Cabido e de diversas corporações, representantes da imprensa, corpo docente e alunos do colégio com suas famílias e vários cavalheiros. Tocava à porta uma banda de música; discursou o director Felgueiras, declarando o fim que tivera em estabelecer o colégio e pediu ao Juiz de Direito que declarasse a sua abertura, o que este fez. - À noite houve iluminação nas casas, mas não foi geral, a convite geral feito pela comissão promotora do monumento a Pio IX, às corporações e habitantes, por ter recebido uma carta do Papa em resposta ao protesto que lhe enviou, o qual nela concedia a tenção apostólica aos membros da comissão e a todos os que se lhe associem. Por ter sido de manhã a inauguração do colégio, houve quem dissesse que a iluminação era ao colégio e não à carta pontifícia (seria a ambas as coisas,) o que deu lugar a comunicados no jornal "Religião e Pátria". Relativa ao Monumento, vide infra. (A) Às 10 horas da manhã deste dia repicaram festivamente todos os sinos da cidade e duas bandas marciais percorriam as ruas da mesma. É que logo de manhã um suplemento ao "Progresso Católico" dava aos habitantes a notícia de que S. Santidade Leão XIII se dignara conceder a bênção apostólica aos membros da comissão promotora do monumento a Pio IX e a todos os que coadjuvassem tal obra. Ao meio dia repetiram-se as mesmas manifestações de regozijo público, e á noite, a cidade via-se quase no geral profusamente iluminada. Na Penha, que se via embandeirada, bem como o local escolhido para o monumento, todo o dia se deram salvas de morteiros, e à noite apareceu iluminada. A cidade regurgitava de povo pelas ruas, podendo este dia considerar-se de verdadeiro regozijo público.
1883 — Na noite de hoje e na de amanhã a estética Ema Zanardeli dá espectáculo no teatro D. Afonso Henriques, exibindo alguns fenómenos de magnetismo e hipnotismo.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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