Efemérides vimaranenses: 7 de Setembro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1584 — A Câmara manda, por pregões e sinetas pelas ruas e lugares costumados, chamar todas as pessoas da governança e do povo, e, reunidos todos em sessão, expõe-lhes que no tempo em que Sancho de Ávila veio por capitão-geral sobre a cidade do Porto e defendê-las a D. António, esta vila dera-lhe dois mil cruzados, para não vir alistar soldados nela, e como por direito o dito Sancho de Ávila não podia levantar tal dinheiro, o que já lhe haviam dito, e tinha vindo recado à Câmara que requeresse sua justiça ao Geral da gente de guerra que neste reino estava: por isso era preciso tomar alguma decisão. Depois de ponderado por todos o serviço de Deus, o proveito e a muita necessidade que havia de uma Casa de Misericórdia que o povo requeria para se fazer, se os moradores mais ajudassem com suas esmolas: foi solenemente acordado que, do tal dinheiro e das mais dívidas à vila, faziam doação e esmola à confraria da Misericórdia dela para ajuda de se fazer a sua casa no lugar que melhor parecesse ao provedor e irmãos da dia Confraria, e logo se lavrou escritura de doação trespassação e procuração, na nota de António Fragoso, para receber tal dinheiro e mais dívidas. No mesmo dia e na mesma nota, que é muito ruim de ler como todas as notas deste tabelião, o dito provedor e mesários da Misericórdia, reunidos no Claustro da Colegiada, onde era sua sede, dão procuração a António Gonçalves, confrade de menor condição, para requerer, procurar e receber o mencionado dinheiro e dívidas.
1659 — Carta regia nomeando carcereiro do Castelo a Trocade da Rocha, morador nesta vila, filho de Francisco de Oliveira da Maia, que também servira o dito cargo até falecer. Tomou posse a 4 de Dezembro de 1659.
1661 — A Câmara delibera que, “por quanto João Lucas Barracho sendo-lhe mandado que levasse a vara do pálio na procissão de graças que se fez no dia 4 deste mê pelo casamento da infanta com el-rei de Inglaterra, e tendo os mais da nobreza as varas do pálio na mão para se sair com a dita procissão ele não quis pegar senão dizendo que se lhe havia de dar o melhor lugar que nelas houvesse, dando com isto ocasião de haver um grande motim e revolta e pegar na dita vara pessoa que lhe não pertencia por não ser da governança desta vila, de que deu grande escândalo o dito Barracho o não obedecer à Câmara, - mais não fosse chamado a semelhantes cargos”.
1810 — A Junta da Intendência da Décima Eclesisástica da Colegiada reuniu para fazer o lançamento da contribuição extraordinária de defesa, na conformidade dos reais aviso e portaria, esta de 2 e aquele de 8 de Agosto último, mandados executar por ordem do D. Prior, e procedeu ao lançamento da terça, calculada pela mesma raiz da de cima, fazendo assim um terço líquido de cada um dos benefícios e deduzindo deste a décima ordinária.
1832 — O corregedor manda embargar todo o pão que vinha a entrar na feira, para o fornecimento do exército do sr. D. Miguel. P.L.
1838 — Decreto nomeando Juiz de Direito de 1.ª instância da província de Moçambique ao Juiz substituto de Barcelos, Manuel de Freitas Costa, vimaranense.
1856 — O Arcebispo de Braga, D. José Joaquim de Azevedo e Moura, passou por arrabalde desta cidade em direitura para Braga a fim de tomar conta da diocese; e logo apertou com o clero.
1866 — Principiou a construção do lanço de Paço à Ponte de Pombeiro, da estrada real nº 27 Guimarães à Lixa.
1896 — Faleceu no colégio de Campolide, em Lisboa, tendo 63 anos, o ilustre vimaranense padre José Joaquim de Fonseca Matos, jesuíta e redactor do “Novo Mensageiro do Coração de Jesus”; foi jesuíta muito considerado.
1900 — Segue no comboio das 4 e 40 da manhã uma força de 50 praças de infantaria nº 20, para se juntar à companhia de guerra formada na capital do distrito, com destino a Lourenço Marques; tocaram a reunir ontem às 6 horas da tarde, nos largos desta cidade as cornetas do regimento.
1911 — Foi distribuído um manifesto do presidente da Câmara, servindo de administrador, dirigido ao Povo de Guimarães, no qual, entre diversos considerandos relativos aos acontecimentos havidos, julgava como causa próxima desses distúrbios as manifestações verbais que de contínuo interrompiam após a execução da “Portuguesa” no jardim em S. Francisco. Preconizava que a forma mais solene de todos se manifestarem com respeito e patriotismo naquele acto era na reverência ao hino e não em aclamações estrondosas. Pedia a todos sem distinção política se abstivessem de qualquer manifestação verbal durante aquele acto, para assim não haver alteração da ordem e sossego público. Neste manifesto havia uma referência aos correspondentes dos jornais de Lisboa e Porto como menos verdadeiros na transmissão das notícias para os seus jornais, que eles repeliram.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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