Efemérides vimaranenses: 2 de Setembro

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1596 — O doutor Gonçalo Dias de Carvalho, do conselho de El-rei, morador na rua de Santa Maria, contratou com Gonçalo Lopes, imaginário, mestre de pedraria, morador nesta vila, que fizesse nas costas do mosteiro de S. Francisco outros dois lanços de obra e pedraria que estão por acabar, assim e da maneira que está a mais obra feita por ele e da mesma pedraria e feitio; pelo que ele doutor lhe daria 130$000 réis em dinheiro e 2 carros de pão terçado, milho e centeio.

1616 — O Cabido concede licença à irmandade de S. Pedro para satisfazer as suas obrigações do culto na capela de S. João Baptista, no claustro, que se chamava o Cabido Velho, sendo uma das condições nunca tirar do altar a imagem do Baptista, que hoje ainda se vê no cimo do retábulo que a dita irmandade mandara fazer, ornado de emblemas e quadros relativos aos seu padroeiro.

1642 — Sentença do dr. Paulo de Mesquita, vigário geral de Braga, julgando que as esmolas das ermidas de S. Lázaro e Santo André pertencem à Câmara e não ao chantre padroeiro de Creixomil. A ermida de Santo André era anexa ao hospital dos gafos. O chantre apelou para a Santa Sé, que foi aceite pelo vigário geral e marcados 6 dias para seguir, e foi julgada deserta em 29 de Janeiro de 1644.

1713 — O cónego cura Francisco de Oliveira, acompanhado de alguns padres, benze, por comissão do arcebispo, a capela da correição, a qual era exterior, em frente da janela da enxovia pela qual os presos assistiam à missa; foi demolida pelos anos de 1840, pouco antes ou depois.

1841 — Uma comissão de vimaranenses requereu à mesa da real irmandade de Nossa Senhora da Oliveira um esmola para os habitantes da Vila da Praia, que no dia 15 de Junho deste ano sofreram grande terramoto que destruiu toda a vila, pelo que foram criadas comissões em todo o reino; a mesa deferiu em 22 do corrente com 4$800 réis.

1846 — Ainda foi preciso trabalhar-se muito no sítio onde houve o fogo no dia 30 deste mês para que ele não comunicasse às casas ainda não incendiadas, sendo até preciso o administrador do concelho ir ao sítio ( por queixa dos vizinhos) e tomar providências que ele se não comunicasse. PL.

1883 — De tarde chegou um destacamento de 120 praças do 18 de infantaria, que veio render outro do 10 de infantaria que havia retirado em 31 de Agosto.

1883 — Reúne a assembleia geral da associação comercial, revelando o maior desagrado pelo procedimento do Governo insistir em não nomear comissão que examinasse a via férrea construída desde a Trofa até Vizela, e resolve representar novamente.

1890 — Às 11 horas da manhã, houve incêndio numa das mais vastas planícies da Penha, reduzindo a cinzas mais de 10 carros de mato, pertencente a Manuel Pinheiro Caldas e Joaquim da Silva Maurício, ardendo também algumas das árvores plantadas há 3 três anos pela comissão de melhoramentos, sendo insignificantes os prejuízos devido à comparência no local de muitas pessoas das freguesias circunvizinhas. O espectáculo, visto da cidade, era soberbo.

1915 — Chegou a esta cidade no comboio das 11 horas da manhã, 1 contingente de expedicionários vindos de Angola. Foram esperado por muito povo e suas famílias.

1918 — O Banco Ultramarino inaugurou a sua filial nesta cidade.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

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