Efemérides vimaranenses: 5 de Junho
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1531 — Em vereação "acordaram que se apregoe que a procissão saia em dia do Corpo de Deus cedo e às horas que o duque nosso senhor e assim o prior mandam e que os almotacés ajudem neste ano a reger com suas varas a dita procissão; e que a carreira do boi se dê nos jogos, na véspera para que não façam distúrbios por sua míngua."
1725 — A Câmara concedeu licença aos devotos do Santo Cristo da Vitória, da praça de S. Tiago, para fazerem um nicho de pedra fina, pegado ao pedestal que estava debaixo da casa da audiência, para melhor ser venerado o dito Senhor, cuja obra também era de utilidade para segurança do dito pedestal que se ia arruinando, com condição que não prejudicasse a passagem e servidão pública, e que se a todo o tempo fosse necessário demolir-se a dita obra para alguma utilidade da Câmara, esta o poderia mandar executar sem que a isso se pudesse oferecer dúvida ou embargo pelos devotos.
1728 — A Câmara proibiu o seguinte :"Atravessar galinhas, frangos, ovos, frutas e mais comestíveis, sob pena de 6$000 réis e 30 dias de cadeia; nenhum mesteiral comprar molhos antes do meio-dia; mais deliberou: o mesteiral deve ter aberta a porta até acabar de tanger o sino de correr e depois não faça nem consinta arruídos; os mesteirais de vinho não terão as gamelas no chão, mas sobre um banco para aí medir. Tudo e cada coisa sob a mesma pena".
1735 — Tendo a mesa da Santa Vera Cruz, extramuros de Guimarães, representado, por petição, que, de tempo imemorial, estava de posse de um pedaço de monte, junto à sua capela, em que sempre plantara oliveiras para o azeite da lâmpada e aproveitando-se do mato, e porque sendo roto o pretenderam algumas pessoas aforar à Câmara, e, não obstante a posse da Irmandade, conseguira Jerónimo de Macedo uma parte desta terra, que a Câmara lhe aforara, e porque a Irmandade era muito pobre fez requerimento, que achando ser justo, determinou a Câmara que do foro e direitos dominicais fossem para a Irmandade três partes e uma para o Senado, e que o resto do monte pedira a Irmandade à Câmara lho aforasse que, com efeito, se lhe aforara; e porque algumas pessoas pediram lhe aforasse aquele pedaço no monte, lho aforou em 5 prazos para casas à face daquele perpétuo que a Câmara lhe havia feito, como também a Irmandade fizera outro prazo a António de Freitas de um pedaço que lhe ficara junto a umas casas, os quais prazos cada um pagava 400 réis; obteve nesta data provisão régia revalidando todos os prazos que a Câmara fez do dito monte à Irmandade e os que esta fez em sua utilidade com o referido foro de 400 réis cada um.
1770 — É colocado em sacrário permanente na igreja de S. Miguel do Castelo o Santíssimo Sacramento, sendo conduzido processionalmente, da Colegiada, pelo chantre José Pereira, com acompanhamento de todas as irmandades, confrarias, curaria e Cabido, presidindo o D. Prior, D. Domingos de Portugal e Gama.
1872 — A Câmara nomeia uma comissão composta do seu vice-presidente e dos dr. Jerónimo Pereira Leite de Magalhães e José da Cunha Sampaio e do médico do partido municipal dr. Jerónimo António de Faria, para darem parecer sobre o melhor local e sobre os meios de se construir a cadeia na forma da lei de 1 de Junho de 1867. A comissão apresentou o seu parecer em 6 de Novembro de 1872.
1877 — O Governador Civil, Marquês de Valada, visita a administração deste concelho (como fica dito no dia de ontem) e aí, discursando, diz, voz em grita e em frase virulenta, que o seu antecessor, Conde de Margaride, fora escandalosamente indulgente e até relaxado no serviço do recrutamento, e fechou trovejando ameaças contra quem pusesse estorvos ao novo sistema de inquebrantável rigor que prometera estabelecer.
1892 — Domingo.- Às 3 horas da tarde, reúne em assembleia geral a Irmandade de Nossa Senhora do Socorro, para deliberar sobre a sua retirada do seu altar e irmandade da igreja de S. Sebastião que ia ser demolida. - Isto foi impostura porque já estava combinada a mudança, pois já em 8 de Maio a mesa da Ordem Terceira de S. Francisco lhe cedeu altar e a comissão municipal em 1 de Junho aprovou a verba de 68$000 réis orçada para a mudança do altar.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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