Efemérides vimaranenses: 23 de Junho
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1295 — Foi apresentado na abadia de S. Miguel das Caldas, que era do padroado real, o padre Estevão Martins.
1456 — Carta de El-rei D. Afonso V com o capítulo especial referente ao pão que ia para Ceuta, que lhe foi apresentado nas cortes de Lisboa pelo seu escudeiro e vassalo João Álvares Rebelo, procurador de Guimarães, e resposta ao mesmo.
1465 — O Arcebispo D. Fernando da Guerra decidiu que o pessoal da Colegiada de Guimarães não estava obrigado à residência pessoal nos benefícios paroquiais que qualquer dos membros possuía.
1605 — Em vereação foi acordado que os vendedores de tremoços os vendam pela medida que tem o aferidor, que darão cheia por meio real, sob pena de 1$000 réis para acusador e cativos.
1608 — Por sentença desta data proferida pelo juiz de fora, o licenciado João Luís da Costa, é confirmado o privilégio que D. João I concedera a Guimarães, depois da tomada de Ceuta, de as praças e açougues da mesma vila serem varridas por dois vereadores de Barcelos, vindo estes com uma barrete vermelho na cabeça, banda ao ombro da mesma cor, espada à cinta, um pé calçado, outro descalço, todas as vésperas de festa da Câmara. Deu causa a esta sentença o pleito travado entre os vereadores de Guimarães e Manuel Gonçalves e Sebastião Gonçalves, lavradores e moradores na freguesia de S. Miguel de Cunha, por estes se oporem a cumprir tão humilhante obrigação, a qual lhes cabia por giro: o motivo, que pretextara este privilégio, foi que, tendo D. João I dividido as estâncias da muralha de Ceuta pelos moradores das vilas e cidades que o acompanharam a essa empresa, e ficando a gente de Guimarães e Barcelos em estâncias seguidas, onde o combate era mais cruel e renhido, aconteceu que os de Barcelos desampararam o seu posto, ao passo que os de Guimarães, dividindo-se em dois terço, ocuparam com um deles a estância abandonada, defendendo-a até à vitória, com inexcedível coragem. - Abade de Tagilde.
1732 — O escrivão da correição, Jerónimo Ribeiro da Cruz, foi à serra de Santa Catarina acompanhado do meirinho, e sendo-lhe apresentado, por frei Joaquim de Santo Elias, religioso professo da Ordem Terceira do Carmelo, um instrumento público feito aos 28 de Maio do mesmo ano de 1732 em que o seu provincial eleito, frei Jaime de S. Paio, e mais definidores, o nomearam seu procurador, e bem assim apresentou-lhe uma provisão, em virtude do que o dito escrivão o meteu em posse da capela, hospício e todas suas pertenças de Nossa Senhora da Penha.
1795 — Em vereação, António Alves Ribeiro Guimarães, apresentou o risco da alpendrada das padeiras a fazer ao Pelourinho.
1800 — Os vereadores com a nobreza, clero e povo, resolveram cortar as carnes por administração própria, porque os carniceiros queriam levar maior preço que no Porto, Penafiel, Basto, Fafe, Vila do Conde, e além disso costumavam subtrair ao peso.
1821 — É mencionada em cortes uma felicitação que lhe dirigiram 11 religiosos constitucionais desta vila, a qual foi ouvida com agrado.
1850 — Saiu a Irmandade de Nossa Senhora da Consolação em procissão de penitência com a imagem do Senhor dos Passos, tendo havido preces nos 3 dias anteriores, por causa da febre no Brasil; levava bastantes penitentes e muito povo.
1879 — Às 6 horas da tarde o pároco encomendado de Urgeses benzeu em S. Roque capela do Senhor da Cana Verde, pertencente então à Viscondessa de Roriz. Esta capela estava desde há muito profanada, mas desde que a adquiriu esta possuidora, foi restaurada, dizendo-se nela a primeira missa cantada e Te Deum de tarde, em que pregou o padre António Caldas, no dia seguinte 24. Esta capelahavia sido um benefício simples da Real Colegiada. A Viscondessa de Roriz comprou-a à Fazenda Nacional e, por influência do seu procurador padre Manuel Custódio de Sousa Gonçalves, mandou-a reparar e restituir ao culto. No dia 23 à noite houve iluminação e fogo e no dia 24 festa com arraial e música.
1883 — Teve lugar a rifa do sino grande de S. Pedro e de um pequeno e fraco órgão de armário, também pertencente à basílica de S. Pedro. A rifa foi regulada pela lotaria da Misericórdia de Lisboa, saindo o sino no nº 2687 ao negociante de panos desta cidade, António Pereira da Silva, e o órgão no nº 525 a m negociante do Porto.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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