Efemérides vimaranenses: 11 de Agosto
Herculano ou quebra dos escudos
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1217 — D. Afonso II, estando em Guimarães, reformou o foral que D. Sancho I dera à vila de Valença do Minho, acrescentando-lhe novos privilégios e regalias com o fim de atrair maior número de moradores.
1584 — Nas hortas dos arrabaldes da vila aparecera uma bicha que as destruía todas, os hortelãos e pessoas que usavam deste mister por suas vontades prometeram e votaram de ir com seu império, que se chama de Maria Garcia, com sua dança e tangeres nas procissões que se faziam nas festas do ano; para isto se fintaram entre si, sem nenhum se escusar por privilégio que tivesse; se algum não queria pagar, os fintados recorriam à Câmara para esta lhes passar mandado para penhora. O Cabido da Colegiada agravou deste proceder da Câmara por lhes quebrar seus privilégios pois seus caseiros eram isentos de fintas e cargos do concelho. O vigário geral de Braga deu-lhes provimento e a Câmara agravou para a Relação do Porto que a Colegiada acompanhou como parte, e a Relação deu sentença em 11 de Agosto de 1584 com o acórdão de que o vigário geral era incompetente por se tratar de pessoas seculares.
1667 — Carta, passada em Lisboa, de examinação de José de Oliveira, natural do concelho de Montelongo, para poder sangrar, sarrafar, lançar ventosas e sanguessugas e tirar dentes em Portugal.
1668 — Em vereação falou-se em mandar fazer um palanque para a Câmara assistir às comédias, mas não teve efeito.
1750 — À uma hora da tarde a Câmara recebeu carta participando-lhe o falecimento de El-rei D. João V, indo imediatamente os vereadores abri-la a casa do juiz, pela ordenação, e logo pelo seu escrivão mandaram recado à Colegiada, conventos e freguesias, tocassem a mortório todos os sinos, incluindo os do castelo, Câmara e relógio da Colegiada, os quais imediatamente tangeram, e cobrir de baeta preta todas as armas da casa da Câmara. Neste dia já os frades de S. Domingos tinham feito o seu funeral por El-rei, tendo eça levantada com grimpa e muita cera.
1816 — Às 3 horas da tarde faz-se com grande aparato a cerimónia fúnebre da quebra dos escudos pela morte da rainha D. Maia I, dando no fim as descargas, no Campo da Feira, o regimento de infantaria nº 3.
1821 — Em sessão do Congresso Nacional é, pelo secretário e vimaranense João Baptista Felgueiras, mencionada uma memória sobre a criação de uma fábrica de pano de linho tecido à força de água, em que se empregava uma só pessoas para 4, 6 e mais teares, por Jerónimo Vaz Vieira da Silva de Mello e Nápoles; foi remetida à comissão das Artes.
1854 — De manhã, Alexandre Herculano principiou o seu exame no cartório da Colegiada, com assistência de um cónego; querendo continuar o exame de tarde lhe foi negada a entrada por ordem do chantre, por falta de ordem oficial do governo. Voltou na tarde do próximo dia 21, vindo de Braga, acompanhado dos Drs. Caldas e abades da Barca e Crespos, além de outros cavalheiros mais, munido da ordem especial do governo que acabara de receber para concluir o exame do arquivo da Colegiada. Era seu companheiro Pedro Azevedo; diz o Herculano nas suas notas:
1876 — Foi apeada a figura "O Guimarães" simbólica da cidade, que estava em cima do edifício da Alfândega que ia demolir-se.
1894 — O povo amotina-se no mercado de cereais por não encontrar pão para comprar e, sabendo que o que estava na feira tinha sido já comparado pelos regatões, obrigou os vendedores a pô-lo em venda ao público, pelo preço de 600 réis cada
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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