Efemérides vimaranenses: 9 de Agosto

Francisco Martins Sarmento no leito mortuário, em 9 de Agosto de 1899

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1676 — Professa, no real Convento da Costa, frei António Machado ou dos Serafins, natural de Barcelos. Sendo eleito Prior a 15 de Fevereiro de 1701, no triénio, fez a galeria para a parte da vila, desde a torre até à 6ª janela; as primeiras duas serviram sempre de casa das barbas, até que em 1737 se ornou e mudou para ela a livraria, que antes era na 1ª cela do dormitório ao entrar à mão direita. Antes de se fazer a galeria, estavam no mesmo sítio 4 celas, das quais a mais próxima à torre era a Prioral, todas com janelinhas como as do dormitório.

1724 — Provisão mandando guardar uma perna de vaca às terças e sábados para os frades Capuchos no açougue, para eles ali não irem muitas vezes como lhes faziam os marchantes com escândalo público.

1747 — O cónego Miguel Lopes Brandão perfilhou Rosa Maria e Maria do Ó, na nota de Alexandre Vaz e João Ribeiro, as quais houve, sendo já cónego e presbítero, de Ângela Ferreira Pinto, solteira, todos desta vila.

1810 — Provisão concedendo licença a Francisco José Ribeiro de Castro, de S. Miguel das Caldas, para estabelecer uma fábrica de papel junto ao rio Vizela ou outro qualquer da província do Minho.

1823 — Carta de D. João VI "atendendo às qualidades do doutor João de Campos Navarro de Andrade e ao que fez à rainha", sua mulher, "sustentando com firmeza a própria opinião contra a dos facciosos que projectavam tão arbitrários como escandalosos procedimentos em despeito da Alta hierarquia a que pertence e das virtudes que adornam a Sua Real Pessoa" fez-lhe mercê do título de Barão de Sande, em sua vida.

1836 — Às 8 horas da manhã principiou a tocar o sino da Irmandade da Misericórdia desta vila, para se reunirem os irmãos da mesma na Casa do Despacho, onde devia comparecer José Joaquim Vieira, membro da Câmara Municipal e o secretário da mesma, para aquele, representando a mesma, propusesse à Irmandade (segundo uma portaria do Governo, em consequência de várias representações que ao mesmo se tinham feito, umas para o hospital se mudar para o extinto Convento dos Capuchos, outras para o extinto Convento de S. Domingos, e finalmente outras para se conservar onde estava) os 2 quesitos seguintes: se o hospital se devia mudar, e para qual dos 2 conventos devia ir. O 1.º quesito de que devia sair, venceu-se, ficando o direito à Irmandade de vender, ou aforar a parte da casa do hospital velho de que não precisassem (e esta era quase a opinião geral tanto da Irmandade, como dos habitantes da vila ) e o 2.º decidiu-se que se pedisse licença ao Governo para comprar o Convento de S. Domingos para ir para lá o hospital. Fatal decisão !... Os vindouros facilmente conhecerão qual dos 2 locais era melhor (falo dos locais, porque os edifícios nenhum era capaz, sem se fazerem grandes obras), mas somente lhe tenho a notar, que interesses particulares de alguns indivíduos, foram os que fizeram com que se tomasse uma tão asnática deliberação.PL

1841 — A Misericórdia faz representação às Cortes, pedindo o Convento e cerca dos Capuchos para ali estabelecer o seu hospital, conforme lhe fora concedido por portaria de 30 de Novembro de 1835.

1879 — Principiou a ter lugar, no Campo do Salvador, a feira do gado, que aqui era no Campo da Feira.

1882 — Em Roma, o Pontífice Leão XIII benzeu e indulgenciou a imagem do Santíssimo Coração de Maria feita pelo escultor Giuseppi Berardi, que um devoto ofereceu para a capela dos 3ºs Franciscanos, de Guimarães, em substituição da que modernamente aí se venerava, esculturada por Soares dos Reis, que não agradava, parecendo uma estátua de cemitério.

1899 — À uma hora e meia da tarde faleceu na sua casa do terreiro do Carmo o dr. Francisco Martins de Gouveia Moraes Sarmento.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.