Efemérides vimaranenses: 7 de Agosto
José de Sousa Bandeira
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1491 — Carta de El-rei D. João II, em Santarém, contendo um dos capítulos que lhe foram apresentados por João Alves, procurador de Guimarães, nas cortes que ora aí celebrou (em Santarém) e resposta ao mesmo capítulo, autorizando a imposição de 1 ceitil de cada canada de vinho atabernado na vila e termo, a favor da renda da vila.
1632 — Em sessão de Câmara a gente da governança, consultada pelo dr. Provedor informou que era muito conveniente e necessário fazer-se as 3 fontes que a mesma Câmara pedia a S. Majestade e nos lugares designados no pedido.
1744 — Querendo os terceiros de S. Francisco ir, debaixo da cruz dos frades, intrometer-se a enterrar com o Cabido uma pobre de alcunha "A Sustância" falecida no albergue do Anjo, dos sapateiros, o Cabido não consentiu, mandando recado aos sapateiros que ordenassem aos terceiros e à Irmandade de Santo António, de que também era irmã, que se fossem embora, depois foi só o Cabido fazer-lhe o enterro, como antes e depois sempre se observou com os falecidos no dito albergue.
1745 — Nos Estados e Casa do Despacho da Inquisição de Lisboa, estando os inquisidores em audiência, fizeram ir diante deles um mancebo que da sala mandou pedir audiência : disse era Manuel da Mota, natural de Arrifana de Sousa, 22 anos, ... Que quinta feira 3 de Agosto chegou à dita cidade de Lisboa, vindo das partes da Suécia, Alemanha e Holanda, e que por entender que tinha obrigação de vir denunciar a esta mesa, o faz por descargo de sua consciência, e o que tem que dizer é o seguinte "... E que em Astradama, terra de Olanda viu e conheceu" ( denuncia várias pessoas, e entre elas) "hum homem que chamam de alcunha o Rachão, natural de Guimarães, e que dizia estivera preso na inquisição de Coimbra" ... "e que as sobretditas pessoas são cristãs novas e vão nas ditas terras às Synagogas a judaizar e são conhecidos publicamente e eles se presam muito de lho chamarem e ele denunciante os viu ir e vir às ditas Synagogas e os conhecia e diziam os seus nomes e alcunhas que são os que ficam escritos e mais não disse".
1830 — No Porto, foram metidos a bordo do iate S. António Feliz 24 presos condenados por acórdãos da Alçada em degredos perpétuos e temporários para os domínios portugueses em Africa e Ásia, para serem conduzidos à praça de Cascais e daí à torre de S. Julião da Barra, onde ficavam à disposição do Intendente Geral da Polícia da corte e reino, para seguirem os seus destinos, na conformidade das reais ordens; entre os quais, os seguintes : José de Sousa Bandeira, escrivão em Guimarães, natural de Lisboa, condenado em degredo perpétuo para o presídio de Pungo Adongo. O padre José António Sampaio, "O Dionísio", presbítero secular natural de Guimarães, condenado em degredo perpétuo para o presídio de Farim, frei Fortunato de Santa Rosa Vasconcelos, da Ordem de S. Domingos, natural de Guimarães, condenado como acima para o das Pedras Negras, o padre Rodrigo Joaquim de Meneses, egresso de S. Jerónimo, natural de Guimarães, condenado como acima para Caconda.
1907 — Decreto do descanso semanal aos empregados do comércio. A sua associação de Guimarães logo que teve notícia, saiu para a rua com duas bandas de música, queimando-se muitos foguetes até à meia-noite.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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