Continuamos por cá... 24 de Agosto | 200 anos da Revolução Liberal
Há precisamente 200 anos, no dia 24 de Agosto de 1820, um pronunciamento militar ocorrido na cidade do Porto inaugurou um novo período da história contemporânea portuguesa.
O contexto histórico em que se deu esta revolução é conhecido. Os ideais das Revoluções Americana (1776) e Francesa (1789) estavam há muito presentes na opinião pública ilustrada. A Guerra Peninsular (1807-1814), paradoxalmente, foi um importante veículo para a disseminação dessas ideias revolucionárias em Portugal, onde germinaram no terreno fértil do pós-guerra. A prolongada ausência da Corte no Brasil teve por consequência a sensação generalizada que Portugal se havia tornado “numa colónia de uma colónia”. A crescente influência inglesa no comércio com o Brasil e na vida militar (Beresford comandava o Exército português), bem como o fracasso da conspiração Gomes Freire (1817), levaram a que um crescente descontentamento fosse sentido nas mais diversas classes sociais (militares, comerciantes, magistrados, etc).
Toda esta insatisfação levou a que em 1818 fosse criado o Sinédrio (uma associação que pretendia preparar ou enquadrar uma revolução que viesse a surgir), que em meados de 1820 já contava entre os seus membros importantes figuras da magistratura, do comércio e do exército.
Em Janeiro de 1820, tendo chegado de Espanha a notícia da restauração da Constituição de Cádis, estavam lançados os dados para que em Portugal uma Revolução viesse acontecer. Por entre avanços e recuos a Revolução acabaria por chegar a 24 de Agosto de 1820.
Com a Revolução de 1820 surgiram as primeiras eleições de Deputados (Dezembro de 1820), a primeira Constituição (1822) e com ela muitos dos direitos, liberdades e garantias com as quais a sociedade democrática contemporânea se identifica (separação de poderes, liberdade de imprensa, fim da censura prévia, garantias relativas à liberdade individual e ao direito de propriedade, etc).
A Guimarães, a notícia da Revolução chega-nos pela pena do Cónego Pereira Lopes Lima (1798 – 1859) que, possivelmente no próprio dia 24, terá tomado uma nota algo lacónica onde se pode ler: “rebentou na cidade do Porto uma revolução na qual proclamaram a El‐rei D. João VI, as Cortes e por elas a Constituição”.
Ao tom lacónico do Cónego (certamente apanhado de surpresa por um acontecimento sobre o qual pouco sabia) contrapôs-se a participação activa nos acontecimentos de 24 de Agosto do Regimento de Infantaria nº 15 (então estacionado em Guimarães) bem como a participação de figuras importantes com ligações a Guimarães no processo revolucionário e constituinte (como por exemplo o General Gaspar Teixeira ou João Baptista Felgueiras). Cedo, toda a agitação revolucionária se faria sentir em Guimarães sendo, inclusive, lançado o primeiro periódico da cidade, o “Azemel Vimaranense” (um jornal partidário do liberalismo).
A Sociedade Martins Sarmento é detentora de um dos mais relevantes espólios de gravura relativos a esse período histórico e tem no seu acervo diversa bibliografia coeva e outros objectos, peças e obras de arte que marcam este período.
Convidamos todos a recordarem esta data visitando a exposição “A Revolução Liberal de 1820 – Da Tomada da Bastilha à Constituição de 1822”.
O contexto histórico em que se deu esta revolução é conhecido. Os ideais das Revoluções Americana (1776) e Francesa (1789) estavam há muito presentes na opinião pública ilustrada. A Guerra Peninsular (1807-1814), paradoxalmente, foi um importante veículo para a disseminação dessas ideias revolucionárias em Portugal, onde germinaram no terreno fértil do pós-guerra. A prolongada ausência da Corte no Brasil teve por consequência a sensação generalizada que Portugal se havia tornado “numa colónia de uma colónia”. A crescente influência inglesa no comércio com o Brasil e na vida militar (Beresford comandava o Exército português), bem como o fracasso da conspiração Gomes Freire (1817), levaram a que um crescente descontentamento fosse sentido nas mais diversas classes sociais (militares, comerciantes, magistrados, etc).
Toda esta insatisfação levou a que em 1818 fosse criado o Sinédrio (uma associação que pretendia preparar ou enquadrar uma revolução que viesse a surgir), que em meados de 1820 já contava entre os seus membros importantes figuras da magistratura, do comércio e do exército.
Em Janeiro de 1820, tendo chegado de Espanha a notícia da restauração da Constituição de Cádis, estavam lançados os dados para que em Portugal uma Revolução viesse acontecer. Por entre avanços e recuos a Revolução acabaria por chegar a 24 de Agosto de 1820.
Com a Revolução de 1820 surgiram as primeiras eleições de Deputados (Dezembro de 1820), a primeira Constituição (1822) e com ela muitos dos direitos, liberdades e garantias com as quais a sociedade democrática contemporânea se identifica (separação de poderes, liberdade de imprensa, fim da censura prévia, garantias relativas à liberdade individual e ao direito de propriedade, etc).
A Guimarães, a notícia da Revolução chega-nos pela pena do Cónego Pereira Lopes Lima (1798 – 1859) que, possivelmente no próprio dia 24, terá tomado uma nota algo lacónica onde se pode ler: “rebentou na cidade do Porto uma revolução na qual proclamaram a El‐rei D. João VI, as Cortes e por elas a Constituição”.
Ao tom lacónico do Cónego (certamente apanhado de surpresa por um acontecimento sobre o qual pouco sabia) contrapôs-se a participação activa nos acontecimentos de 24 de Agosto do Regimento de Infantaria nº 15 (então estacionado em Guimarães) bem como a participação de figuras importantes com ligações a Guimarães no processo revolucionário e constituinte (como por exemplo o General Gaspar Teixeira ou João Baptista Felgueiras). Cedo, toda a agitação revolucionária se faria sentir em Guimarães sendo, inclusive, lançado o primeiro periódico da cidade, o “Azemel Vimaranense” (um jornal partidário do liberalismo).
A Sociedade Martins Sarmento é detentora de um dos mais relevantes espólios de gravura relativos a esse período histórico e tem no seu acervo diversa bibliografia coeva e outros objectos, peças e obras de arte que marcam este período.
Convidamos todos a recordarem esta data visitando a exposição “A Revolução Liberal de 1820 – Da Tomada da Bastilha à Constituição de 1822”.
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