Sir Bob Scott na Sociedade Martins Sarmento
O último dia da visita, domingo, 20 de Julho, foi dedicado à Sociedade Martins Sarmento, com a visita à Citânia de Briteiros e ao Museu Arqueológico de Guimarães, que permitiu dar a conhecer a Fundação Martins Sarmento e os projectos que estão a ser gizados. Na ocasião, tomou conhecimento do património móvel e imóvel da instituição, tendo ficado positivamente impressionado com a sua dimensão e a sua qualidade, tendo apresentado algumas sugestões acerca da necessidade de lhe ser dado um tratamento que permita dar-lhe uma maior visibilidade e que valorize a sua dimensão europeia.
Visita ao Museu Arqueológico
O Museu Arqueológico da Sociedade Martins Sarmento é o mais antigo museu arqueológico português, impondo-se a preservação do seu modelo expositivo, desenhado na transição do século XIX para o século XX. No entanto, os seus responsáveis têm consciência de que, tal como existe hoje, o percurso expositivo apresenta deficiências de legibilidade, necessitando de ser renovado numa perspectiva marcadamente contemporânea. A dificuldade de tal renovação reside na necessidade de conciliar o Museu antigo, que tem uma identidade própria e uma história muito rica no contexto da museologia portuguesa, com um novo modelo expositivo, mais didáctico e auto-explicativo, melhor adaptado aos diferentes públicos dos dias que hoje.
O primeiro responsável do Painel de Selecção das Capitais Europeias da Cultura acolheu positivamente a ideia de criar, a par do actual Museu Arqueológico, um novo museu cujo programa assentará numa com uma nova gramática expositiva, preocupada em explicar os contextos de produção e de utilização dos materiais arqueológicos que integram o acervo do Museu. A propósito, apresentou algumas sugestões, que vão de encontro às ideias que têm vindo a ser trabalhadas pela Sociedade Martins Sarmento. Sugeriu também a articulação do Museu Arqueológico com a futuro Casa da Memória, a instalar no antigo mercado, cujo programa fez questão de elogiar. Esta articulação entre dois projectos potencialmente convergentes, contribuiria para um ganho de dimensão de ambos, o que lhes permitiria posicionarem-se na linha do Museum of Liverpool Life.
Da mensagem que se colhe desta passagem por Guimarães de Robert Scott, sobressai a chamada de atenção para que seja bem aproveitada a “oportunidade fantástica” que a cidade tem à sua frente, fazendo, em pouco tempo, um trabalho que, em circunstâncias normais, demoraria várias décadas. Porque, “em 2020, quem vier a Guimarães há-de sentir que em 2012 aconteceu aqui algo de diferente e importante”.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home