Efemérides vimaranenses: 9 de Setembro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1316 — Carta de el-Rei D. Dinis, dada em Lisboa, em que, por atender à queixa que lhe fez o Mestre Pedro, seu físico e prior da sua igreja de Guimarães, manda às justiças da vila de Guimarães que não consintam que pessoas poderosas pousem nas casas dos cónegos contra vontade destes, com pena dos encoutos e de seis mil soldos, e se alguém pousar o vão pôr fora e o penhorem pelos encoutos.
1606 — A Câmara taxou o linho arrestelado, a tostão a libra, sob pena de dez cruzados pagos da cadeia.
1780 — Veio à Colegiada um notário apostólico de Braga, segundo umas alegações da parte de Joaquim José Moreira Borges de Sá, às 3 horas e meia da tarde para lhe dar posse da conesia magistral, e, logo, à saída do coro, requereu ao cabido para que a deixasse tomar; o cabido fechou as portas do coro e levou as chaves; ele protestou publicamente diante de muita nobreza, povo, juiz de fora (que era actual corregedor), e juiz dos direitos reais da comarca; os 3 capitulares, Inácio Carvalho da Cunha arcipreste, Plácido António de Carvalho Correia e Pedro Ferreira de Leiva, procurador, responderam que se desenganasse o impetrante que lhe não davam nem queriam dar, nem consentiam, nem deixavam tomar a posse, e com grande alarido disseram por 3 vezes “não queremos”, e o Leiva chegou a fazer público e temerário ameaço que se não metessem no perigo de entrar no coro, dando a entender resistência de pancadas, e em alta voz cheia de cólera e com bastante demonstração de execução pronta na presença dos mais cónegos e povo: concluíram por dizer que sem decreto de Sua Magestade não deixavam dar semelhante posse. (Isto é o que diz em alegações o queixoso, na causa, não haverá exagero? F.).
1832 — O Cabido canta a ladainha de Nossa Senhora no coro da igreja onde estava patente a Senhora da Oliveira, por ter chegado a notícia de ter principiado o exército do sr. D. Miguel a atacar o exército do Sr. D. Pedro que ainda estava no Porto. PL.
1837 — Saíram da cadeia desta vila uns 20 presos dos mais criminosos que nela se achavam, e foram escoltados por soldados do Móvel para a Relação do Porto, e juntamente foi o Recebedor com os dinheiros públicos, tudo em consequência das ordens que as autoridades tinham recebido. As autoridades de Braga também se retiraram para o Porto. Estas providencias foram em virtude de os Mijados recearem que os Chamorros de Trás-os-Montes entrassem nesta província . PL.
1837 — Houveram repiques de sinos ao romper da aurora, ao meio dia e à noite por ser o dia aniversario da Revolução de Setembro do ano pretérito passado a favor da Constituição de 1822; porém (caso nunca acontecido) tendo tocado o Relógio, assim como em todas as torres, mui poucos habitantes da vila puseram luminárias. PL.
1837 — Sendo alta noite, saíram desta vila para o Porto; o Governador militar, o capitão dos Voluntários (Teotónio), o alferes dos mesmos (Branco) e mais alguns Voluntários do Móvel. O administrador do concelho retirou-se para uma quinta. Assim ficou a vila sem uma autoridade Mijada (Setembrista). PL.
1877 — Às 3 horas da tarde houve ensaio dos toques de incêndio nas torres da cidade, badaladas, ficando abolido o toque de rebate que as antecedia.
1878 — Promovido pela mesa e alguns devotos da imagem do Bom Jesus do Monte da Costa; tendo havido nos 2 dias anteriores preces pedindo sol, ao meio dia saiu da igreja da Costa em procissão de penitencia a dita Imagem, que veio a esta cidade, acompanhada de milhares de fieis, tendo antes de sair pregado ao abade de Vila Fria que também pregou na igreja dos Santos Passos, desta cidade, e quando a procissão regressou à igreja da Costa ai rematou com sermão pregado pelo Padre Bernardino, de Romariz. ( 1ª vez que veio à cidade.)
1900 — Houve uma pretendida tourada em Vizela, em que alguns forçados, com a cara enfarruscada, apanharam os boléos que quiseram, tendo um deles ser retirado em maca. Como não havia pessoal, ao 2º touro, a autoridade administrativa mandou suspender o espectáculo, visto que nem o inteligente, nem o único toureiro que lá estava garantiam o seu resultado. O público logrado queria desfazer a praça, visto que para nada servia, pelo que se trocaram alguns safanõezitos de pouca importância.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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