Efemérides vimaranenses: 21 de Setembro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1614 — A mesa da Misericórdia despede o licenciado Baltasar Gonçalves, de médico do hospital e dos pobres, e risca-o de confrade, devido à muita falta de caridade e zelo para cuidar dos doentes. A acta desta deliberação é um sudário contra o dito licenciado e curiosa por narrar diversos casos entre ele, a mesa e doentes, a qual não descrevo aqui, por que é muito extensa.
1663 — A Colegiada saiu em procissão de preces pro tempore.
1741 — O D. Prior, escreve de Calhariz ao Cabido, acusando ter recebido carta dele neste dia, retardada, sobre a próxima visita do Arcebispo a Guimarães, e faz saber ao mesmo Cabido “que se não deve alterar o uso que sempre houve com todos os Senhores arcebispos antecessores do presente, sem mais considerações que a de recebe-lo com aquele obséquio que se praticou com os mais”.
1808 — A Câmara determina “que sendo constante a Restauração da capital e supremo senhorio do Príncipe Regente Nosso Senhor em todos estes reinos; se dessem graças a Deus pelos repetidos benefícios com que a sua divina Misericórdia tem protegido o Estado, cantando-se um solene Te Deum na Insigne e Real Colegiada desta vila; e que em testemunho da publica satisfação a mesma se iluminasse por 3 noites sucessivas começando do dia de hoje”. O Cabido iluminou nas 3 noites.
1836 — Em a noite deste dia ultima das três em que se puseram luminárias por ter sido proclamada a constituição de 1820 saíram da casa da Câmara pelas ruas e praças da vila dois indivíduos “(um era o celebre Palha escrivão que foi provisoriamente no principio do governo da Carta e outro um escrevente)” empunhando cada um deles a sua bandeira e seguidos por uma banda de música, tocando hinos constitucionais; os quais eram acompanhados por uns poucos de rotos dando vivas à constituição de 1820 e à Rainha. Não eram correspondidos por pessoa alguma, o que os obrigou a percorrerem as ruas e praças em menos de meia hora. PL.
1837 — Saiu um luzido Bando da Câmara anunciando o ter dado à luz em 16 deste mês um príncipe (D. Pedro V) a rainha D. Maria II. O Bando era da maneira seguinte: “Adiante de tudo um de azémola com foguetes cobertos com um cobertor de damasco. Logo atrás iam 4 empregados da Câmara a cavalo, de capa e volta, vestidos de grande gala, 2 dos quais levam duas bandeiras. As bandeiras e ornatos dos chapéus eram de cores azul e branco. Seguia-se depois um empregado a cavalo e vestido da mesma maneira, o qual recitava o Bando. Atrás de tudo ia uma banda de musica e uma guarda de voluntários comandada pelo tenente Saldanha. Depois de lido o Pregão dava o Pregoeiro os vivas seguintes, à Santa Religião, à Senhora D. Maria II ao Sr. D. Fernando 2º ao Príncipe recém-nascido, e à Constituição da Monarquia. Os vivas eram pouco correspondidos. A noite houve iluminação geral e andou uma banda de musica a tocar pelas praças e ruas, acompanhada por meia dúzia de rotos. Este foi o 1.º parto da rainha.” PL.
1863 — - 2ª feira – Às 10 horas da manhã saiu dos Paços do Concelho o bando solene anunciando que os três dias de regozijo público nesta cidade pelo próximo nascimento do príncipe ou princesa real seriam os imediatos ao dia em que fosse recebida a notícia, que seria anunciada por três girândolas de foguetes, sendo príncipe, e duas sendo princesa, lançadas no Toural; e que o Te Deum seria no 2.º dia na igreja da Colegiada. Para tudo isto convidava os habitantes a darem respectivas demonstrações de regozijo.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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