Efemérides vimaranenses: 2 de Julho
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1634 — Escritura de contrato de liquidação de obras da casa da Misericórdia com o mestre da pedraria delas João Lopes (de Amorim) e obrigação do dinheiro que a Misericórdia lhe ficou devendo.
1640 — Escritura de contrato com o mestre de obras de carpintaria Marcos da Costa, morador nesta vila, para cobrir de madeira a escada nova da casa da Misericórdia, no modo "como vem descendo de cima para baixo" fazendo-lhe 4 pátios que respondam aos de pedra nelas feitos, de traves, caibros e barrotes, cachorrada e ripagem com telhas de pregos; madeira, telha e pregos, quanto bastar, tudo por 45$000 réis. Reformou-se em 1926.
1641 — Os mordomos da Confraria de Santo António, do Convento de S. Francisco, dão perdão a um homem que estava preso em Braga por ter furtado, e uma das oitavas da Páscoa da Ressurreição deste ano, 4 balaústres com 6 parafusos e remates de prata, do lampadário da capela do dito santo, cujos objectos entregou Miguel Ribeiro, ourives da dita cidade de Braga, razão porque dão perdão ao dito homem preso, e pediam às justiças mais contra ele não procedam por causa do dito furto.
1763 — Voltou, em solene procissão, para a sua capela, S. Roque da Serra, por ter cessado a maligna; dizendo várias pessoas que há 90 anos viera para a vila, por uma pese semelhante. No seguinte dia 3, domingo, teve ruidosa festa. Na procissão iam 4 anjos cantando os seguintes versos: “Já se retira ao deserto/Roque feliz porque sabe/Que as pisadas que nos deixa/ Ficam cheias de saudade./ Ficará sempre/ Do vosso abrigo/ Nosso objecto/Correspondido. Da vossa ermida frondosa/ Sacro francês peregrino/ Defendei este horizonte/ Dos torpes ares malignos.” No dia 3 fez-se eleição para uma festa em Agosto e ficar devoção pegada, como o século passado. Ficou juiz o cónego cura Manuel da Costa Pego e António José de Sousa, de Vila Pouca, que esperava ser (e foi) arcediago da Régua.
1836 — Houve nesta vila repetição de trovoada, apresentando um aspecto menos terrível do que a do dia antecedente. O grau de calor ia cada vez em maior aumento. PL
1836 — Houve nesta vila repetição de trovoada, porém não fez tão grande impressão como as dos 2 dias antecedentes. O calor nesta tarde subiu a 82 graus. PL
1839 — Foi eleito provedor da Santa Casa da Misericórdia desta vila, António de Nápoles Vaz Viera Alvim, e escrivão José Joaquim Vieira. Nesta eleição houve duas grandes panelas, uma a favor da mesa que foi eleita e outra a favor de Francisco José Gonçalves (de Oliveira), escrivão da mesa passada, que queria ser provedor, e que de certo aconteceria se não faltassem os primeiros eleitores que saíram eleitos e não compareceram, por ser de noite quando os chamaram e terem medo (eram todos realistas). A eleição durou até perto das 11 horas da noite. Houve duas mesas empatadas e foi preciso o voto do provedor imediato para desempatar. O partido do ex-escrivão Francisco José Gonçalves, era para que se fizessem obras no actual hospital e se não mudasse, sendo ele desta opinião, e o partido da mesa eleita era para que se mudasse. PL
1872 — 3ª-feira. - Vindos de Braga, visitam a fábrica de tecidos, em Caneiros, e esta cidade, El-rei D. Luís e seu irmão, o infante D. Augusto, acompanhados pelo ministro da Fazenda, Fontes Pereira de Melo, e pelo ministro das Obras Públicas, entraram às 11 horas e 9 minutos no adro da Colegiada, onde os esperou o Cabido com o pálio e entrando na igreja houve soleníssimo Te Deum oficiado pelo cónego arcipreste, a grande instrumental da capela Lucínio, findo o qual foram para o Paço até às 5 da tarde. O paço onde teve lugar a recepção e o jantar, de tarde, foi na casa de Luís Cardoso Martins da Costa Macedo (depois Conde de Margaride), onde estiveram aposentados; ao fim da tarde visitaram os 3 hospitais da Misericórdia, o quartel, o tesouro, hospital de S. Francisco e igreja e hospital de S. Domingos e igreja e asilo de Santa Estefânia, deixando 4$500 réis para cada lado, e Ordens Terceiras. Às dez horas da noite foram para o teatro. À noite houve uma brilhante iluminação, principalmente a Rua da Rainha, que era onde morava o pai do então deputado por este círculo (dr. Vasco Ferreira Leão) que a fez à sua custa, a 1.ª iluminação a copos de vidro nesta cidade. Os régios visitantes retiraram às duas horas da madrugada para Amarante.
1873 — Portaria concedendo o título de Real à fábrica de tecidos, em Caneiros, que em igual dia do ano transacto havia sido visitada por El-rei e pelo infante seu irmão.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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