Efemérides vimaranenses: 14 de Abril
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por
1347 — Concórdia feita entre El-rei D. Afonso IV e o Cabido de Guimarães sobre a apresentação do benefício da dignidade de arcediago de Sobradelo, com alternativa, como de então para cá se ficou praticando, sendo arcebispo de Braga, em cuja presença se fez, D. Gonçalo Pereira, e a confirmou para a qual lhe veio procuração de El-rei, e nele se faz menção que havia contenda e demanda entre o Cabido e a Coroa a respeito do padroado, que corria perante o mesmo arcebispo, em cujos autos, que devem existir no cartório da sé de Braga, se poderá achar algum vestígio da razão porque a Coroa entrou a apresentar juntamente com o Cabido este benefício.
1791 — O provisor do arcebispado, concede ao tesoureiro-mor da Colegiada, possa mandar demolir a capela de S. Tomé, sita na freguesia de Matamá, anexa à sua dignidade, a qual estava sem culto há muitos anos, servindo para desacatos e iniquidades, devido ao local em que existia.
1838 — Sai à noite da igreja do Campo da Feira a procissão do Enterro pela Rua de S. Dâmaso e volta do costume. Costuma sair da igreja de S. Francisco, mas como as cerimónias que neste dia se costumavam fazer, fossem feitas naquela, de manhã, foi aí que ela saiu e aí se recolheu, onde se fez a cerimónia do enterro. Havia anos que esta procissão não saía de noite. PL.
1846 — Sublevou-se a freguesia de Balazar e depois as de Sande, de Caldelas, S. João de Ponte e outras até chegar a Santa Eulália de Fermentões, subúrbios desta vila, tocando os sinos a rebate em todas, e juntando-se muitas mulheres e alguns homens, aquelas armadas de paus e pedras e estes de espingardas, dando vivas à rainha e dando morras ao ministro de estado Cabral, dizendo que tributos abaixo e nada de estradas, chegando esta gente até à ponte de Santa Luzia, dando tiros e fazendo uma grande algazarra, pondo a vila em grande susto. O administrador do concelho, tendo notícia do atentado desta gente, mandou a polícia desta vila para os fazer conter e evitar que não entrassem na vila e chegando a polícia à ponte de Santa Luzia e vendo que esta miserável gente se esforçava para entrar na vila deu-lhe fogo, matando 2 homens e ficando outro ferido, trazendo 1 preso que se dizia trazer uma bandeira, fazendo fugir o resto. Os sublevados tinham feiro tocar a rebate todos os sinos das torres por onde tinham passado, chegando a tocar a rebate em Santa Eulália e Senhora da Conceição, assim com tinham ido a casa de todos os regedores para lhes darem todas as armas da poçícia e todos os impressos da décima que lhe tinham sido dados para entregar aos povos, os quais tinham dado muito que falar por ser uma coisa nova. À noite, o administrador do concelho junto com a polícia e empregados e alguns particulares, estiveram armados, no terreiro da Misericórdia para prevenirem alguma tentativa dos sublevados ou de outros quaisquer inimigos da ordem pública. Na refrega desta tarde foi só morto 1 homem pobre que estava na estrada, que por acaso lhe acertou uma bala e 2 foram feridos, 1 gravemente em uma perna, e o outro levemente em um calcanhar. PL. Nota à margem : Pinho Leal diz que a Revol. do Minho começo em 15 de Abril na vila do Prado, mas por estes apontamentos vê-se que ela é anterior pois já neste dia 14, ela começou no concelho de Guimarães.
1850 — À noite, representaram os (estudantes) curiosos, no teatro, um novo drama em 4 actos, "Uma Vingança", a 1ª composição do vimaranense João Machado Pinheiro de Melo (1º Visconde de Pindela ). A cena passa-se na antiga Espanha e o drama mereceu os aplausos dos entendedores e do público. O autor e os curiosos foram chamados fora e aplaudidos com entusiasmo, lançando-se várias coroas e algumas prendas ao jovem autor que é de certo um moço de muito mérito e de esperanças (Notícia do "Periódico dos Pobres do Porto").
1888 — Sábado. - Às duas horas da tarde, centenas de pessoas das freguesias rurais deste concelho, apresentaram-se á Câmara Municipal, que estava em sessão, para lhe pedir que continuasse a estar, como até agora, na vanguarda dos que pugnam pelos interesses de Guimarães, interpusesse mais uma vez a sua interferência oficial pedindo aos poderes públicos que pondo de lado, por inconcebível, absurda e injustificável, a pretensão bracarense que queria dar ao caminho de ferro para Chaves mais um percurso de 27 quilómetros, sem vantagem para ninguém e só em prejuízo de Guimarães e de todas as terras que fixassem para além dela, adoptassem, no projecto do mesmo caminho, a única directriz razoável e que atendia não só aos interesses de Guimarães como aos de todas as outras terras, sem que com ele Braga sofresse o menos prejuízo. O Presidente da Câmara respondeu dizendo que a Câmara já havia resolvido representar no sentido indicado, e que a representação iria na próxima segunda-feira 16. A manifestação terminou ali por vivas levantados à Câmara e calorosamente correspondidos a que o presidente da Câmara correspondeu levantando um viva ao povo de Guimarães. Em seguida os manifestantes dirigiram-se para a Associação Comercial, para lhe fazerem o mesmo pedido.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de
Mais efemérides deste dia: ler.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home