Efemérides vimaranenses: 2 de Março
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por
1501 — Henrique VII de Inglaterra, por seu alvará passado em Riclimond, recompensa os serviços que lhe havia feito o ilustre e intrépido vimaranense Pedro Alvares de Almada, que depois de se distinguir valorosamente nos estados portugueses de além mar, o fora auxiliar, tomando nas denominadas guerras da "Rosa Branca e Rosa Vermelha" o partido vencedor que foi o do conde de Riclimond, sendo este conde o que veio a ser aclamado Henrique VII. No dito alvará ou carta é concedido ao Pedro A. de Almada acrescentar ao seu brasão uma parte determinada das armas daquele monarca, a qual consistia em metade de uma flor-de-lis de ouro e a 2.ª de prata, sendo também elevado à alta dignidade de cavaleiro da ordem da Jarreteira. O Almada morou na Rua da Tulha, hoje do Dr. Avelino Germano (ainda existe parte da casa, muito curiosa) da qual foi senhora e herdeira D. Gracia Xavier Leite de Almada, grã-cruz da ordem de Santa Isabel, que veio a casar com Martinho Correia de Morais Madureira, 1.º visconde da Azenha, comendador de Cristo e brigadeiro dos reais exércitos. Segundo o abade de Tagilde, Oliveira Guimarães, esta notícia anda errada, tanto nos "Apontamentos" do padre Caldas, como na "Notícia Histórica das Cidades, Vilas e Casas Ilustres da Província do Minho" pelo cónego António Lopes de Figueiredo, porque o 1º dá o alvará passado por Henrique II, erro em que também caiu o padre Torcato P. de Azevedo, do qual decerto o tomou, o segundo dá-o passado por Henrique III; ora Henrique III de Inglaterra morreu em 1272.
1579 — D. Fulgêncio de Bragança, D. Prior de Guimarães, tendo recebido uma carta missiva de El-rei que lhe mandava fosse às cortes que haviam de celebrar-se em Lisboa a 10 deste mês, e porque os dias passados esteve doente de umas torções dobras, de que ficou muito fraco, não podendo ir, como desejava, deu esta procuração a D. João Tello, do conselho de Sua Alteza (rei) e presidente da mesa dos desembargadores do paço, para o representar nas ditas cortes. - Nota de Manuel Gonçalves.
1663 — Alvará régio, mandando ao governador das armas da província e exército do Minho, oficiais de guerra, justiças, fazendas e aos das câmaras guardarem-lhe os privilégios, confirmando os privilégios de Nossa Senhora da Oliveira que isentavam os caseiros dos serviços de guerra e de darem cavalgaduras para isso, etc., pois o D. Prior se lhe queixou de que os molestavam e a seus filhos e fazenda para a guerra.
1689 — O D. Prior D. Pedro de Sousa faz visitação pastoral no espiritual e temporal à Colegiada e a alguns dos fregueses de Nossa Senhora da Oliveira; dos capítulos da visitação vê-se que alguns dos padres da Curaria assistiam aos enterros de sobrepeliz e chapéu na cabeça, o que ele censura e manda-lhes que assistam com barrete e nunca com chapéu.
1765 — Aviso da secretaria do arcebispo às freiras de Santa Clara concedendo faculdade ao padre António Francisco Antunes para ser confessor delas por tempo de 6 meses e dando providências sobre a falta de obediência que algumas freiras tinham à prelada e às ordens do prelado, bem como do pouco zelo que ela tinha por não o fazer ciente de tais abusos.
1807 — Faleceu em Lisboa, José António Cardoso de Castro, nascido em Guimarães, no ano de 1741, filho de João Cardoso de Castro e de Mariana Cardoso de Castro; seguiu o curso de direito na universidade e diz-se que chegou a formar-se, mas preferiu à magistratura a vida comercial, e foi estabelecer-se negociante em Inglaterra, onde esteve muitos anos, voltando depois para Lisboa, onde faleceu de alienação mental. Era muito instruído, dedicado ao estudo das línguas antigas e modernas, falando a inglesa com toda a correcção. Publicou uma tradução da "Noiva de Luto", tragédia de Congreve, em verso, Lisboa 1783; houve duas edições em 1788 e 1817. Vide Portugal, Diccion. Hist., vol.2, fl.755.
1829 — São benzidas na igreja de S. Francisco as antigas imagens de S. Luís rei de França e Santa Rosa de Viterbo, que tinham servido na função que os constitucionais haviam feito no Toural quando foi o juramento da Carta. Após a bênção houve soleníssimo Te Deum (durante o qual houve repiques em todas as torres da vila e bastantes foguetes do ar) a que assistiu o príncipe d'Hesse, oficiais de milícias, voluntários realistas, prelados dos conventos e outras pessoas de diferentes classes. P. L.
1844 — Francisco Pedro da Costa Rocha Viana, "O Venâncio", professor régio de latim nesta cidade, natural da de Viana, casa com D. Maria de Oliveira, filha dos seus estalajadeiros, Manuel Francisco,"O salpicão", e Quitéria Maria, da praça de Nossa Senhora da Oliveira.
1881 — A Câmara designa para desfazer canhotos e lenha o local da projectada nova rua que tem de ligar a de D. João I com a das Lameiras, ficando por esta revogada e sem efeito a designação do local junto à capela de S. Lázaro tomada em 16 de Fevereiro de 1881. NB: A nova rua ficou em projecto, pois que o fim de a fazer era apenas para satisfazer, ao político em miniatura, Joaquim Mendes Cerqueira que, tendo a sua casa sem quintal, com a expropriação que se fez, ficou tendo-o, e a rua nunca se fez, está todo o terreno para ela convertido em monturo que nem para desfazer os canhotos pode utilizar-se.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de
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