Efemérides vimaranenses: 17 de Fevereiro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por
1531 — O procurador do concelho "requereu ao juiz que mandasse tirar inquirição da pedra da barbacã que furtaram por quanto mandou o duque nosso senhor por seu alvará que os juízes devassassem sobre isso a requerimento do procurador do concelho e o juiz lhe mandou que o requeira na audiência amanhã e a mandasse distribuir e fazer logo".
1666 — A Câmara e homens da governança da vila, em virtude da provisão régia alcançada pelos frades Capuchos, "houveram todos por bem que se lhe desse a pedra da barbacã do muro de Santa Bárbara que está pela banda de fora do castelo desta vila para a parte do norte e mais 40$000 réis do dinheiro das calçadas que os rendeiros deste presente ano de 1666 hão-de pagar para ajuda dos ditos padres fazerem as obras do dito seu mosteiro e que o mais dinheiro que fica que está dirigido para as ditas calçadas se despenderá em calçadas onde for mais necessário. Em vereação de 30 de Março de 1666 "foi revogado e havido por nulo e de nenhum vigor este assento, por acharem o não podiam fazer por ser prejudicial".
1699 — Alvará régio concedendo por 10 anos à Câmara de Braga para pôr em pregão e arrematar o conserto das calçadas e estradas públicas do termo que iam para as vila de Guimarães, Barcelos, Ponte de Lima, Lanhoso, Arcos, Barca e para a cidade do Porto, pagando-se a despesa pelos sobejos dos bens de raiz com que se achava e, a que faltasse, pelos cabeções das sisas, que sempre vinha a pagar o povo por finta, e mandando ao provedor da comarca de Guimarães tomasse conta todos os anos da forma em que se despendia este dinheiro para que o não divertisse nem tivesse outra aplicação.
1733 — Falece o padre José Pinto Pereira, fidalgo da casa real e cavaleiro professo na Ordem de Cristo. Era um homem de muita leitura e aturado estudo, e escreveu várias obras em português, latim e italiano, sendo as principais o "Aparatus Históricus" e a que tem por título "Beneditus XIII, sumus ecclesiae pontifex, gratia benedictus." Foi expedicionário em Roma por espaço de
1734 — Por acórdão, o Senado de Guimarães mandou lançar no seu livro de registos a resposta que dera ao requerimento que lhe haviam feito os moradores de Cunha e Ruilhe sobre a obrigação que tinham de varrer a praça e açougue desta vila de Guimarães, como segue: Como é sabido, esta obrigação fora imposta pelo El-rei D. João I aos moradores de Barcelos para lhes castigar a maneira pouco airosa como se portaram na defesa da praça de Ceuta, abandonando-a, e premiar ao mesmo tempo o heróico procedimento dos de Guimarães, que a souberam sustentar. Ordenara, pois, D. João I que desde então para sempre, dois vereadores de Barcelos, com um barrete vermelho na cabeça, banda da mesma cor ao ombro, espada à cinta, vassoura de giesta em punho, e com um pé calçado e outro descalço, viessem em todas as vésperas das festas da Câmara varrer as praças e açougues de Guimarães, entregando depois o barrete e a banda aos nossos vereadores, dando-lhes assim satisfação de tão vexatório tributo Esta obrigação passara para as freguesias de Cunha e Ruilhe, que pertencendo ao termo de Barcelos, foram anexadas ao de Guimarães, ficando elas de dar todos os anos dois homens que a cumprissem, tendo-se conseguido isto por um contrato solene feito entre a Câmara de Guimarães e o duque de Bragança, D. Jaime. Cabendo por giro, na Páscoa de
1834 — Reabrem as obras da reforma da igreja da Colegiada, as quais tinham (principiado em 14 de Junho de 1830) parado em 12 de Julho de 1832 quando o Sr. D. Pedro entrou no Porto com a sua divisão. Agora continuaram em virtude de um subsídio que para tal fim oferecera, três mil cruzados, o tesoureiro-mor Tomé Luís Felgueiras, em razão da fábrica estar exaurida de dinheiros porque os que possuía foram por ordem do Sr. D. Miguel para a tesouraria do seu exército. P. L. - Os parêntesis são de J. L. de F.
1853 — Lê-se no Braz Tisana - Guimarães, 17 de Fevereiro. Hoje está um dia muito lindo; mas a neve por enquanto vai resistindo ao sol. Os males que a neve tem causado são muito graves. Em Basto está o povo fechado nas casas, pois consta que a neve ali tem a altura de homem: é certo que nem o correio tem vindo. Para os sítios de Barroso parece que morreram três almocreves, bem como as cavalgaduras, todos gelados. Para os lados de Fafe foi a neve tanta que três dias se não pode sair para fora das casas, muitas das quais se alagaram e caíram, bem como oliveiras, laranjeiras e outras árvores que não puderam com o peso da neve. Em Pentieiros (Guimarães) consta que morreu um almocreve com as cavalgaduras enterradas na neve. Para os sítios da Serra de Santa Catarina os vizinhos tiveram de fazer buracos nas casas para puderem passar o comer uns dos outros e o mesmo aconteceu para os lados de Abação. Do Marão ainda nada se sabe, só sim dos lobos virem de lá fugindo. Enfim, não obstante o dia lindo de hoje, os montes, os campos e os telhados estão cobertos de neve. Teme-se muito que morra o gado com fome por não poder pastar. - Há já bastantes acções de 1.000$000 réis cada uma para a construção do novo teatro.
1863 — 3ª-feira de Entrudo. De dia nada de notável, poucas máscaras, era uma insipidez em todos eles que causava tédio. À noite baile concorridíssimo no teatro, distinguindo-se alguns grupos vestidos em costumes, um deles representando 1 contingente de recrutas, e 1 máscara vestido à militar representando 1 sargento cúmplice na revolta de Braga que espalhava uma poesia ad hoc.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de
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