Efemérides vimaranenses: 16 de Fevereiro

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1259 — Carta dada em Santarém de aforamento ou foral de um casal em Silvares, do termo de Guimarães, a diversos moradores. - D. Affº III, livº 1, fol. 39, col. 1ª.

1391 — É datada deste dia uma carta que El-rei D. João I dirige ao Cabido de Guimarães, reprovando-lhe o seu procedimento com referência a outra que lhe havia dirigido, manifestando-lhe o desejo que tinha de que os frades do Convento de S. Francisco estendessem o adro e o rossio do mesmo convento por uma vinha pertencente a ele Cabido. Nesta carta aconselhava-o também El-rei a que desse por terminadas as desavenças havidas, não só com os frades de S. Francisco, com também com os de S. Domingos, originadas pela quebra da concordata que haviam feito para que a pregação, tanto nos dois conventos, e no da Costa, como na mesma Colegiada, fosse alternada. O Cabido, que era quem rompera o acordo feito, cedeu à segunda carta de El-rei, e as desavenças, se não ficaram de todo terminadas, ficaram muito atenuadas, consentindo ele que o adro e rossio de S. Francisco se estendessem pela vinha que lhe pertencia.

1656 — Carta da Câmara ao Dr. Paulo de Meireles Pacheco, superintendente dos galeões, acerca de cortar madeiras, que tinha concedido se não cortassem em uma légua em volta da vila e agora se cortavam, e pedia se continuasse o concedido.

1659 — Carta da Câmara de Viana em resposta a outra da de Guimarães, animando-se mutuamente a insistir (deve ser "resistir") ao inimigo. A carta de Guimarães foi lida à nobreza de Viana com o que muito se animou.

1800 — A mesa da Misericórdia delibera por unanimidade admitir Rodrigo Luís Rebelo para cirurgião do seu hospital, cujo cargo estava vago por óbito de Bento Gomes porque "tinha circunstâncias dignas de atenção para aquele efeito", conforme a proposta do escrivão servindo de provedor.

1827 — Aconteceu nesta vila uma grande catástrofe que foi: estando numa taberna, da Rua das Molianas, um lavrador a beber, saiu da mesma um cão a latir, e logo apareceu o Major "Miranda" reformado de cavalaria com uma pistola na mão, e voltado para o lavrador, todo irado lhe disse: "Você para que deu no cão? O que eu havia de fazer era dar-lhe um tiro com esta pistola". O lavrador respondeu-lhe não ter sido quem deu no cão e, que se fora não devia levar um tiro; e ainda não tinha bem acabado estas palavras, quando o Major lhe deu um tiro, ficando o lavrador bem mal tratado. P. L.

1847 — Dia de Entrudo. - "Decerto não haveria nesta vila grandes brinquedos de Carnaval (pelo desgosto e miséria em que estava todo o reino e principalmente esta província) se não foram os oficiais e soldados de infantaria nº 7, que então aqui se achava, jogando quase todos o Entrudo com grande gosto (este regimento era da corte) não se embaraçando com isso o seu coronel, andando até a ver, e rindo-se muito com as suas brincadeiras".

1875 — Decreto autorizando a companhia inglesa, denominada "Minho District-Railway Company Limited" a exercer a sua indústria em Portugal, como sociedade anónima, por intervenção de agentes especiais com poderes de directores.

1882 — 5ª-feira. De tarde, no lugar da Feijoeira, o trabalhador José Exposto, de 20 anos, residente na freguesia de Azurém, andando a picar uma saibreira, foi vítima do desabamento dela, ficando instantaneamente morto debaixo de um enorme montão de saibro; acudiu muita gente ao local, autoridades e os bombeiros voluntários, que trouxeram na sua maca o cadáver para o hospital da Misericórdia, onde lhe foi feita autopsia.

1908 — Domingo. A Associação dos Curtidores e Surradores mandou rezar uma missa pelas almas dos assassinados El-rei e Príncipe Real; tocou uma banda de música e teve grande assistência.

1917 — De madrugada, evadiram-se da cadeia civil 11 presos, parte deles gatunos de profissão. Para isso tiraram da parede da prisão uma pedra e saltaram para a rua. Ficaram 2 na prisão que não quiseram fugir, por estarem a concluir a pena a que foram condenados.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

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