Efemérides vimaranenses: 10 de Dezembro

D. João IV

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1298 — Por um breve desta data, que começa: "Splendor paternae gloriae", concedeu o papa Bonifácio VIII indulgência de dois anos e duas quarentenas, para consolação de muita gente que concorria ao convento de S. Francisco de Guimarães no dia 1 de Agosto, véspera do dia da festa de S. Gualter, em que, na igreja do mesmo convento, além da dita festa, no dia 2, havia jubileu da Porciúncula: Hist. Seraph. tom 1, c. 49..

1640 — "Alevantamento" de el-rei D. João IV, em Guimarães. É do livro 9 das Vereações, fl. 168 a seguinte acta: - "Aos dez dias do mes de Dezembro de mil e seiscentos e quarenta anos nesta vila de Guimarães na Câmara dela estando aí presente o doutor Pantaleão de Sousa Juiz de fora com alçada nesta dita vila e Estêvão Machado vereador e bem assim Manuel Machado de Miranda Capitaão-mor desta dita vila com a nobreza e povo dela que já se tinham juntado na dita Câmara por terem já aberta a parte da dita Câmara antes dele Juiz e vereador chegarem aclamando por Rei deste reino a dom João quarto duque de Bragança e pelo dito Juiz lhes foi proposto que ate o presente não tinha esta Câmara carta dos governadores novamente eleitos nem outra ordem superior por onde pudessem fazer e aclamar novo Rei somente tinham uma carta da Câmara da Cidade do Porto com a cópia da Carta que diziam tiveram dos governadores novamente eleitos as quais Cartas ele dito Juiz leu em vos alta que todos entenderam e propondo-lhes que convinha esperarem carta do novo governo para em tudo seguirem a ordem que lhes dessem e a dita nobreza e povo junto em uma voz aclamaram e disseram que não era necessário esperar outra ordem e queriam imitar em tudo a Cidade de Lisboa e do Porto e logo em vozes altas aclamaram por rei ao dito dom João e pelo dito capitão-mor tangendo no sino da Câmara se por a janela dela aclamando por Rei ao dito senhor dizendo real real viva dom João o quarto rei de Portugal e as mesmas palavras repetiram a nobreza e povo e por não estarem presentes os dois vozeadores Pero Cardozo de Menezes e Afonso Martins de Macedo não saíram em a provisão mas logo a tarde vieram os ditos vereadores e assentaram que amanhã às duas da tarde se ajuntassem nesta Câmara e a gente nobre para dela saírem a dar graças e mandaram se pusessem luminárias pelas janelas desta vila e arrabaldes e mandaram repenicar os sinos e relógio e fazer outras demonstraçõess de alegria e assinaram Gregório de Amaral escrivão da câmara o escrevi. Sousa. Meneses. Miranda. Macedo".

1746 — Entrada soleníssima, nesta vila, do arcebispo de Braga, D. José de Bragança, que nela fez residência, com pequenas interrupções, até Janeiro de 1749.

1811 — Provisão régia ordenando ao corregedor que prestasse a João Teixeira Guimarães, desta vila, todo o auxílio justo e racionável procurando conseguir para a fábrica de todos os ramos de cutelaria, cuja indústria nesta vila estava em decadência e o mesmo se propunha fazê-la renascer à sua custa, os mestres, oficiais e aprendizes necessários, pelos meios conciliatórios, e, não bastando estes, informa-se o príncipe regente com o seu parecer para que à vista de tudo desse as providências como fosse de justiça.

1857 — Portaria do ministério do reino agradecendo a letra de 551$000 réis que foi remetida, de produto da subscrição aberta pelo Conde de Vila Pouca para as classes pobres de Lisboa necessitadas por causa da epidemia.

1867 — Decreto, promulgado em virtude da lei de 26 de Junho de 1867, estabelecendo uma nova divisão geral do território de Portugal, em que anexa ao concelho de Guimarães a freguesia de Garfe.

1910 — Saiu o 1.º n.º do jornal "Povo de Guimarães" (2.º) semanário democrata, ao Domingo - Editor Manuel José da Costa Guimarães - Director e proprietário António da Silva Carvalho.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.