05 dezembro, 2006

Efemérides vimaranenses: 6 de Dezembro

D. Afonso Henriques.

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1185 — Falece el-rei D. Afonso Henriques, em Coimbra.

1383 — O povo de Lisboa, amotinado, lançou da torre da Sé abaixo o seu bispo, D. Martinho Anes Castelhano de Samora, ex_D. prior de Guimarães, D. Gonçalo Vasques, actual D. Prior de Guimarães e um tabelião algarvio. Dizem uns que os três se haviam escondido ali para se livrarem do furor da populaça, pela qual eram detestados; outros, porém, que eles estavam na torre para obstarem a que os sinos tocassem a rebate.

1785 — A requerimento de Francisco de Oliveira Ribeiro, com fábrica estabelecida de atoalhados adamascados, fustões de algodão e outros, na rua de Santa Luzia desta cidade, foi copiada, no livro respectivo da câmara, uma provisão que obteve a 20 de Setembro de 1781 concedendo-lhe privilégios para a sua fábrica que tinha com 5 teares na cidade do Porto para poder aumentá-la com mais 10 teares.

1800 — Provisão régia autorizando o juiz de fora, conjuntamente com a câmara, fazer a demolição das torres e muros da vila, para consertos das estradas e aquedutos, conforme ele representara a el-rei, a quem a representação foi apresentada em 26 de Novembro.

1822 — Não obstante haver proibição, saíram alguns estudantes mascarados. P.L.

1832 — Os estudantes não saíram mascarados como o costume, somente foram à renda e depois recolheram a suas casas por assim o haver ordenado o corregedor. Na véspera saiu o pregão levando os estudantes as caras pintadas e outras coisas que pouca diferença faziam de máscaras; no dia nem isso lhe consentiu. P.L.

1833 — "Não saíram mascarados os estudantes como era seu antigo costume, tendo saído na véspera dia do pregão, em razão duma queixa que dos estudantes fizeram ao General da província, oficiando este ao Corregedor para não consentir que saíssem máscaras neste dia. Os estudantes foram sem máscara e com os seus vestidos ordinários à renda". P.L. Foi a última vez que o Cabido satisfez aos coreiros e estudantes a costumeira (renda) de lhes dar: duas rasas de castanhas assadas, 2 almudes de vinho, 2 centos de maçãs, meia rasa de nozes, meia dita de tremoços e duas dúzias de molhos de palha painça. Não mais lha deu, julgou-se desobrigado, por entender que estava compreendida nos dízimos, e estes haverem terminado porém foi-lhe posta uma demanda pelos estudantes, em número de 20 e por 3 meninos coreiros. - vide. NB. Para os coreiros assinarem o requerimento para a referida demanda com o cabido, os estudantes mandaram anonimamente por um carrejão convidá-los (ao engano) em certo dia, para a estalagem do Peixe, que era próxima à rua Caldeiroa, a fim de conduzirem na tarde desse dia 1 anjinho para a igreja de S. Sebastião. Eles foram vestidos coralmente para a estalagem, onde estava um caixão com 4 castiçais e suas velas a arder, cheio de doces e com vinho. Os estudantes fecharam-nos e, obrigando-os a assinar, deram-lhe os doces, etc. e pagaram a cada um a espórtula que costumavam receber. J.L.deF.

1842 — "Saíram mascarados o Maneta (era Manuel de Matos Costa), da rua de Coiros, e o Abade, filho do Joaquim Peixoto, não sendo considerados já como Estudantes, por cujo motivo, foram uns poucos de Estudantes, dos mais taludos que andavam em uma exibição, em procura deles, e encontrando-se na Praça da Senhora da Oliveira, a querendo-lhe tirar as máscaras, puxou por um punhal o Maneta para eles, de que lhe resultou o darem uma tosa, tirando-lhe a máscara, e sendo informado o administrador do concelho deste acontecimento, mandou prender por duas escoltas de infantaria nº 14 os Máscaras Estudantes, que tinham maltratado o tal Maneta, as quais escoltas tendo chegado a Santa Clara onde estavam os Estudantes, o Povo entrou a dizer “fóra a tropa” e vendo os soldados que não tinham partido contra o Povo deixaram fugir os Estudantes. Por causa desta desordem andaram a rondar escoltas do 14, e polícia, e o administrador e todos os seus empregados. À noite saíram os Estudantes com cavalhadas, recitando quadras, sendo este ano o primeiro que saíram com este divertimento" P.L.

1843 — Lê-se na "Revista Universal Lisbonense", jornal redigido por António Feliciano de Castilho, o seguinte: - "Máscara Histórica - A festa de S. Nicolau em Guimarães é popular e antiga na terra. Este ano foi ainda mais luzida do que nos precedentes. A dança dos mascarados principalmente, esteve muito para ver: entre outras figuras apareceu nela uma representando um egresso a pedir esmola aos ricaços, que herdaram todos os seus bens, estando ele ainda vivo! O pensamento foi aplaudido geralmente".

1845 — Houve a função de S. Nicolau nesta vila segundo o antiquíssimo costume, não saindo um carro e uma dança chinesa, por causa da chuva. A dança ficou transferida para outro dia. P.L.

1856 — Os estudantes festejaram na forma do costume, não obstante a chuva, a qual foi continuada depois do meio dia, pelo que apareceram poucas exibições, porém, à noite, terminaram com uma mascarada, quadro vivos, etc., grátis, no teatro de D. Afonso , que esteve repleto, acabando, com poesias, à 1 hora e meia.

1861 — Os Estudantes não fazem as suas festas brinquedos, "do S. Nicolau", por estar de luto a Nação pela morte de El-Rei D. Pedro V.

1862 — Festa dos Estudantes: tudo o costume, nesta tarde dois bailes.

1863 — Festa dos Estudantes: renda, com música da cidade na frente. De tarde: um baile de camponeses suíços e outro baile em gosto caricato à Luís XIV. À noite entraram mascarados no palacete do Conde de Azenha, Joaquim Peixoto e António Leite da Silva, este induzido pelo Peixoto e espalharam bilhetes insultantes e de atroz infâmia.

1881 — Neste ano, devido a haver o colégio das Hortas, restauraram-se os costumados folguedos escolásticos, que há anos não se faziam, e neste dia à noite saiu uma vistosa e numerosa cavalhada, que trouxe alvoroçada a população de Guimarães, ávida de ouvir os motes e décimas dos encamisados, que por fim de contas, depois de percorrerem em diversos sentidos as ruas da cidade, se recolheram a casa, sem soltarem a menor piada, o que se fez rir muita gente, pela novidade inofensiva do logro, fez soltar a outros meia dúzia de imprecações contra os autores da blague, que, afinal, digam o que quiserem, teve graça e pilhéria.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

publicado por SMS às 09:30

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