Efemérides vimaranenses: 4 de Dezembro

Mumadona, por António-Lino

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

0968 — Mumadona confirma, com seus parentes e mais pessoas gradas a sua doação ou testamento que havia feito em 26 de Janeiro do ano 959 ao mosteiro de Guimarães, de que foi a fundadora. - Vide o meu Lº 2º de "Velharias da Collegiada", fl. 143v.

A mesma condessa Mumadona faz doação do Castelo de S. Mamede que havia fundado ao seu mosteiro de Guimarães, para que os religiosos e religiosas se pudessem recolher e defender se os mouros fizessem alguma entrada por aquelas partes. - Vimaranis Monumenta Historica, doc. XIV, fl. 14.

1726 — Foi proibido aos lavradores carrear com carro ferrado, pelo prejuízo que faziam as calçadas, sob pena de 6$000 réis.

1779 — Carta do Cirurgião-mor do reino concedendo o privilégio para um remédio, unguento, para cura de inflamações, como fleimões, erisipelas, panarícios, chagas, e outras idênticas queixas, o qual fazia e vendia o negociante de Guimarães Inácio José de Sousa Guimarães.

1816 — Nasce a 1ª condessa de Vila Pouca, D. Maria Antónia Leite Pereira de Melo de Sousa Teixeira Alcoforado, filha de José Augusto Leite Pereira de Melo, senhor do morgado de Paço de Sousa, coronel de milícias da Maia, fidalgo da casa real; e de D. Emília Delfina de Sousa Teixeira Alcoforado.

1834 — Canta-se na basílica de S. Pedro um Te Deum a que assiste o Cabido e muitas pessoas de todas as classes. À noite sai o retrato da rainha debaixo de um pálio, acompanhado pela câmara e várias outras pessoas com tochas acesas, uma música tocar hinos constitucionais, e muito povo. Os morteiros e foguetes do ar eram tantos que causaram espanto a toda a gente. P.L.

1865 — A câmara municipal representa à câmara dos deputados, a rejeição da novação do contrato do caminho de ferro de sueste que a câmara "considera mais um agigantado passo no declive medonho, por onde o sucessivo e ininterrupto cerceamento dos nossos recursos financeiros vai, sem paragem, conduzindo o país à perda da sua autonomia".

1872 — Decreto declarando de utilidade pública e urgente a expropriação dos terrenos no monte da Atouguia para serem aplicados ao estabelecimento do cemitério público desta cidade que a câmara municipal ia mandar construir.

1878 — Reuniu a comissão executiva, nomeada na reunião de 2 deste mês, que teve lugar na Bolsa do Porto, promovida pela comissão dos accionistas da extinta companhia inglesa "Minho District Raillway Company Limited", para a definitiva organização de uma sociedade anónima de responsabilidade limitada que levasse a efeito a construção do Caminho de Ferro de Guimarães. Decidiu dar até ao dia 22 deste mês a faculdade aos accionistas que foram da extinta companhia inglesa para poderem aderir à nova companhia, e abrir-se a lista para os novos subscritores.

1910 — Às 2 horas da tarde, indo em carro para Vizela a família Ferrão, ao chegar perto da linha férrea, passou o comboio descendente das duas e meia, os cavalos tomando medo, deram em carreira desabrida, o cocheiro não pode sustê-los, foram de encontro a um muro, tombando o carro foram cuspidas as senhoras que iam dentro, ficando todas mais ou menos feridas.

1923 — Na noite de hoje para amanhã: magusto e posses dos estudantes. Os estudantes (ou outros por eles) quebraram os ferros e rasgaram os toldos de diversos negociantes.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.