Efemérides vimaranenses: 1 de Janeiro
O Teatro D. Afonso Henriques
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por
1601 — Alvará régio concedendo ao convento de Santa Clara uma tença anual de 50$000 réis, paga pelo almoxarifado de Guimarães; confirmado por alvará de El-rei D. José em 1760.
1694 — O padre Torquato Peixoto de Azevedo, autor das "Memórias Ressuscitadas da Antiga Guimarães", e sua irmã Francisca dos Guimarães Peixoto, por escritura na nota de Nicolau de Abreu, instituem morgado e vínculo, com reserva vitalícia para si, em terras dos concelhos de Roças, Cabeceiras de Basto e Guimarães, sendo neste a quinta do Peixoto e um casal anexo a ela, na freguesia de Mascotelos, uma casa de moinho em Gondar e duas moradas de casas místicas em que viviam, na rua de Alcobaça, para ser administrado por sua sobrinha Mafalda Luísa Leite, filha de seu irmão António Leite Ferreira e Jerónima Vieira de Sousa e sua descendência, com obrigação anual de uma missa rezada às chagas de Cristo, por intenção deles instituidores, em qualquer dia e igreja, pela esmola corrente
1840 — O Directório da Sociedade Conservadora do Sistema Monárquico Representativo em Portugal nomeia para presidente da comissão estabelecida no círculo de Guimarães o Vimaranense João Baptista Felgueiras.
1850 — Instituição da Sociedade Recreativa Vimaranense.
1850 — Grande baile na casa do Proposto, celebrando-se o aniversário natalício de João Machado Pindela (Visconde); houve profusão e grandeza, assistindo as principais famílias da vila e algumas pessoas do Porto e Braga; terminou às 5 horas da madrugada.
1857 — Tendo-se espalhado o boato que na Quinta da Lamela, da freguesia de Moreira de Cónegos e pertencente a D. Quitéria Joaquina Ribeiro, se destilava pão para aguardente, reuniu-se neste dia grande quantidade de povo que, em tumulto e vozearia de mortes e incêndio, que se apresentou defronte daquela casa e quinta e levariam a efeito sua ameaça se não fossem os esforços de Bernardo Dias de Freitas, de Varziela, da dita freguesia, acompanhado de seus cunhados António Dias Ferreira e Manuel Coelho do Carvalhal, que puderam conter os amotinados, não se retirando sem prometerem voltar em maior número para matar e incendiar. O ajuntamento era composto na sua maioria de homens de má conduta, jornaleiros, das freguesias imediatas pertencentes ao concelho de Negrelos e de muitos trabalhadores da fábrica de fiação.
1868 — Neste dia e em alguns dos seguintes estiveram fechados as portas das casas de negócio em que se vendiam géneros tributados na nova lei de consumo. O povo fez manifestações desordeiras neste dia e no seguinte, não resultando más consequências. A força militar esteve toda a manhã em formatura no terreiro de S. Francisco. Às 9 horas da manhã, um grupo de artistada entrou com fúria pela igreja da Colegiada, subindo as escadas da torre até à porta do coro de cima, indo para tocar os sinos a rebate, mas como aí encontrassem fechada a porta da torre voltaram embora de beiça caída.
1878 — No teatro de D. Afonso Henriques realizou-se um grande meeting desde as 3 e meia Às 7 horas da tarde, para apresentação do projecto de representação, que estava encarregada uma comissão presidida pelo Barão de Pombeiro, que também presidiu a este acto, pedindo ao Governo em favor da concessão do prolongamento da linha-férrea da Póvoa a Chaves, por Famalicão, Fafe, Arco e Vidago, contra a qual tinham representado os bracarenses.
1881 — Ao amanhecer aparecem em todas as entradas da cidade barracas de pinho, (uma em cada uma), toscas e desajeitadas. Eram as guaritas destinadas para os cobradores do novo imposto camarário, com princípio neste dia, pagando os veículos 40 réis e os carros de bois 20 réis.
1887 — Principia o concelho de Guimarães a ser autónomo. Por tal motivo saiu à noite uma banda de música muito ordinárias, a tocar um hino a 1.ª vez, feito e oferecido à Câmara pelo último morgado da casa do Toural, João António Vaz Vieira da Silva Melo Alvim e Nápoles, acompanhada por alguns populares empunhando archotes e dando (poucos) vivas aos firmes da causa de Guimarães.
1901 — Ao dar a meia-noite de 31 de Dezembro de 1900 para 1 de Janeiro de 1901 foi solenizado por concessão o princípio do século. Houve missa cantada a vozes e órgão na igreja de S. Francisco; missas cantadas a cantochão nas igrejas de S. Domingos e Dominicas (S. Sebastião); missa rezada nas igrejas do Campo da Feira, Carmo e outras. Na Colegiada, às 11 horas da mesma noite de 31, o pároco D. Prior (o Cabido não tomou parte) com seu cura e outros ajudantes, cantou o Te Deum laudamus, que eu acompanhei no órgão, e à meia-noite o mesmo pároco, D. Prior, celebrou missa rezada acompanhada a órgão por um estudante do seminário, porque eu no fim do Te Dum fui para o acto da igreja onde, quando estava próximo da meia noite de expirar o século XIX, toquei-lhe uma marcha fúnebre e logo que acabaram de dar as 12 horas mudei para o hino nacional, o da Carta, saudando o novo século, o que causou um grande ah!!!! Que foi ouvido em todos os assistentes, que muito se alegraram. Houve comunhão concorrida em todas as igrejas.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de
1 Comments:
Queria apenas deixar uma palavra de incentivo e de congratulação pelo excelente trabalho desenvolvido nesta página/blog. Como Vimaranense é um orgulho poder ter acesso a material histórico como este. Parabéns e continuem!
Tiago Simães
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