Efemérides vimaranenses: 15 de Setembro
José Sampaio, por Abel Cardoso
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1447 — Alvará régio, dirigido aos juízes e vereadores de Guimarães, declarando que os caseiros e lavradores da Colegiada não deviam ser obrigados ao pagamento de fintas para o salário dos procuradores às cortes. O D. Prior apresentou este alvará à Câmara em 20 de Outubro do mesmo ano.
1674 — Gualter Dias, morador na rua de Santa Luzia, e Francisco de Passos, da Praça do Peixe, rectificam por escritura o contracto vocal que tinham feito de sociedade na obra da sua arte de carpintaria das casas da Câmara e concelho que aquele arrematara, sendo meeiros.
1685 — Provisão régia ordenando ao Juiz de fora que, para evitar a frequência das mortes nas festas dos touros, não consinta que se corram os touros sem as pontas cortadas.
1710 — Falece no convento
1822 — O cabido iluminou a torre e a casa capitular. Não se mais alguém iluminou.
1828 — Pelas 11 horas da noite, são assaltadas algumas casas dos constitucionais desta vila para s prenderem; para isto fizeram bastante barulho, assim como alguns roubos nas mesmas, e só prenderam um. P.L.
1846 — “Recebeu-se uma menina sobrinha do Togeira, no convento das Dominicas aonde estava como secular, com um seu tio de Lisboa, tendo-a este dotado com 40 contos de réis. O noivo deu ao pároco que o recebeu duas peças de 7$500, ao capellão das Dominicas 7$500, às criadas das Dominicas 2$400 réis a cada uma, e mais outras espórtulas a outras pessoas e esmolas aos pobres. O noivo tinha 52 anos e a noiva 15. O pai da noiva era do Douro”. P.L.
1846 — “Acutilaram e esfaquearam na rua de Stª Cruz desta vila um rapaz da mesma, que era algum tanto maluco, andando sempre de capinha tanto de verão como de Inverno (era filho de um sapateiro de Santa Cruz, andava sempre a passear e muito bem arranjado, por ter roubado um dinheiro de um avô, que lhe tinha morrido com prejuízo dos mais herdeiros). Os assassinos esperando-o ao ir para casa (ia em um cavalinho em que costumava andar) deram-lhe uma grande pancada da qual o deitaram abaixo do cavalo e depois acutilaram-no e esfaquearam-no a ponto de que no dia seguinte deu a alma ao Criador. Os malfeitores foram logo indigitados pelo público, e parece que o motivo que os obrigou a cometer este tão horroroso atentado foi o querer roubá-lo. Os assassinos ainda no dia seguinte passearam na vila e só depois de ter morrido a sua vítima é que a polícia os foi procurar para os prender, mas já não encontrou nenhum. Um dos assassinos segundo se dizia foi o Tomás, sapateiro que morou a S. Paio. O assassinado teria 20 anos de idade pouco mas ou menos. Foi depositado no dia 17 na igreja dos Capuchos”. P.L.
1863 — De tarde, sucedeu grave sinistro na ponte de Brito sobre o Rio Ave. A diligência da Viação Portuense que ia para o Porto pegou em uma das guardas da ponte quebrou-a e lançou-a ao rio, caindo conjuntamente a mesma diligência com todos os passageiros, que quase todos ficaram mal tratados, havendo alguns gravemente feridos e com fracturas. O administrador do concelho apresentou-se logo que o soube no lugar do sinistro. Francisco António da Silveira, da Casa dos Pombais, que ali se achava e presenciou o desastre, prestou os seus bons serviços e conduziu no seu carro para Guimarães os passageiros vítimas que quiseram voltar para aqui os outros passageiros seguiram viagem para Famalicão num carro, que o empregado da estação requisitou telegraficamente daquela vila.
1865 — O Visconde de Pindela, vimaranense, toma posse do lugar de Governador Civil deste distrito; tinha chegado a Braga no dia antecedente ás 5 horas da tarde sendo-lhe feita uma brilhante recepção em Famalicão quando ali passou, havendo muitos foguetes e tocando 3 bandas de músicas marciais. Nesta cidade ao receber-se telegraficamente a notícia da posse, também houve foguetes e sinos, havendo à noite mais foguetes e percorrendo as ruas uma banda de música.
1876 — Portaria do Governo louvando o Dr. Francisco Martins Sarmento pelas explorações que fazia na Citânia.
1899 — Às duas e meia horas da manhã, na sua quinta, da freguesia de Cabeçudos, Famalicão, faleceu o jurisconsulto Dr. José Bento da Cunha Sampaio, que havia nascido em 5 de Fevereiro de 1841 e foi um dos cinco iniciadores e primeiro presidente da Sociedade Martins Sarmento. – A sua biografia vem na “Revista de Guimarães”, vol. XVII, pag. 5 e seg. -
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
1 Comments:
"-Faleceu em Boamense, Cabeçudos-Famalicão o Dr. Alberto Sampaio que era um escriptor erudito que deixa um nome notável como historiador e ethenographo."
Achei interessante este texto de Eduardo Santos Carneiro, sobre Cabeçudos e Alberto Sampaio.
Manuel Flores
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