Efemérides: 27 de Fevereiro

João Baptista Felgueiras, num retrato de Augusto Roquemont

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1842 — Chegou a esta vila o decreto pelo qual S. M. a rainha tinha nomeado ministro da justiça ao conselheiro João Baptista Felgueiras, natural desta vila e então residente em Lisboa. Esteve poucos dias no ministério. P. L.

1842 — 3º Domingo de Quaresma. - Foi jurada nesta vila a Carta Constitucional de 1826. O juramento foi dado ao presidente da Câmara por todas as autoridades locais e depois estas o tomaram aos seus subalternos. Ao meio dia houve Te Deum na Colegiada, a que assistiu o Cabido, Câmara, administrador do concelho, juiz de direito, delegado do procurador régio, juiz ordinário com todos os escrivães, o major Rangel comandante do 14, com toda a oficialidade em grande uniforme e muitas pessoas. À noite houve luminárias, mandadas pôr pelo bando camarário que antecedeu a solenidade deste dia. P. L.

1860 — Portaria do ministro das obras públicas, António de Serpa Pimentel, em que, atendendo ao que lhe representou a Câmara Municipal de Guimarães, ordena que o conselheiro director geral dos telégrafos faça proceder ao estabelecimento da linha electro-telegráfica entre esta cidade e a de Braga, em conformidade do respectivo orçamento datado de 20 do corrente mês e importante na quantia de 963$830 réis, na qual se não compreendia o valor dos objectos que existiam em depósito e podiam ser aplicados à mesma linha.

1886 — Chegou a esta cidade, onde se demorou até o dia 1º de Março, o Dr. Alves da Veiga, membro do partido republicano no Porto e redactor principal da "Discussão", que veio em propaganda do seu partido, colher adeptos para ele, nesta ocasião em que tinha tomado a defesa por Guimarães no conflito brácaro-vimaranense. No Hotel de Guimarães (praça da Nª Sª da Oliveira) onde esteve hospedado foi cumprimentado por muitos cavalheiros e indivíduos de todas as classes e condições, que foram assim testemunhar-lhe, além das suas simpatias pessoais, a gratidão desta terra pela maneira levantada e nobre com que a "Discussão" se tinha posto ao lado de Guimarães, na pendência travada com a capital do distrito, advogando energicamente nossa causa. Veio pescar em águas turvas.

1889 — É apeado por 10 homens o tronco e pouco mais da antiga e grande carvalheira existente no cimo do terreiro do Cano, pertencente ao Conde da Azenha, defronte da casa de Lamelas que era do mesmo conde.

1890 — Em sessão plenária resolve a Câmara iluminar a cidade a gás.

1902 — Foi decretado ficasse definitivamente anexa a freguesia do Paraíso à de S. Jorge.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.