Efemérides: 17 de Janeiro
Alguns acontecimentos do dia 17 de Janeiro, extraídos do manuscrito Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, pertencente à Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento:
1770 — Falece em Lisboa D. Paulo de Carvalho e Mendonça, D. Prior (56º) de Guimarães, irmão do Marquês de Pombal, chegando depois da sua morte a sua nomeação de Cardeal feita por Clemente XIV a 29 de Janeiro de 1770.
1803 — Provisão concedendo a António José Pereira, da rua de Alcobaça, licença para estabelecer uma casa de pasto à imitação das de Lisboa e mais cidades, podendo aí vender atabernado vinho do Douro e de Basto, ficando sujeito às posturas da Câmara. Foi ouvida a Câmara antes de ser concedida, etc. Ele era inteligente na arte de cozinha. Esta estalagem passou depois ao Dionísio, ao Manuel José Pereira e ao Francisco António Alves " o Malcriado".
1830 — Deram uma grande maçada a um ourives, oficial do Molarinho, que o puseram em estado de ser logo sacramentado e ungido, e logo foi para o hospital da Ordem 3ª de S. Francisco até que lá morreu no dia 22 de Maio do corrente ano; supõe-se que apanhou por ser constitucional, a maçada foi-lhe dada ao Arco dos Capuchos. Neste dia e noite houve mais porradas não só na vila mas também em Sto. Amaro de onde veio preso o filho do Serafim, José Nogueira. P. L. - Adição e correcção: Do registo hospitalar de S. Francisco consta: Domingos José da Silva, viúvo, ourives, da rua da Tulha, entrou a 17 de Janeiro, saiu a 6 de Março, tornou a entrar a 4 de Maio e morreu a 23 de Maio de 1830. Foi sepultado na capela dos 3ºs de S. Francisco.
1836 — Às 7 horas da noite houve sessão da Sociedade Patriótica Vimaranense. Lida a acta, foi aprovada com uma emenda. Leite de Castro leu uma carta de Ferreira de Castro participando à Assembleia ter entregue a congratulação (vide dia 3 deste mês e ano). Souto leu uma proposta para se formar um teatro nacional nesta vila, a qual foi combatida por Pinto Teixeira e Abreu Ferreira e sustentada por Bandeira, Costa, Abreu, Leite de Castro e Lima; e posta à votação foi aprovada. Pinto Teixeira, como relator da comissão de Instrução Pública, leu um projecto que ficou sobre a mesa. Passou-se à ordem da noite que era a continuação da discussão dos artigos adicionais e aditamentos, e foi levantada a sessão às 10 horas.
1856 — De hoje para amanhã esteve o povo da rua de Couros em número crescido com paus e outras armas em volta da igreja de N.ª Sr.ª da Consolação, para impedir que o pequeno e fraco órgão dali fosse para o teatro para a representação do "Frei Luís de Sousa". Foi levado para isso o da capela dos 3ºs de S. Domingos.
1868 — 6ª feira - À noite, por iniciativa do Visconde de Sta. Luzia, à imitação do que já havia sido feito em Freixo de Espada à Cinta, percorreu a cidade um cortejo fúnebre, formado por homens cobertos de palhoças (coroças) e que, de archote na mão, prestaram as últimas honras ao cadáver do ministério demissionário Fontes Ferrão, que traziam em uma tumba e que iam enterrar, como enterraram, precipitando-o, entre selvagem gritaria, de cima do muro da praça de mercado em construção. Entre a vozearia que fazia o coro fúnebre do cortejo, e o badalar compassado de uma campainha, ouviam-se obscenidades de selvajaria contra os ministros demitidos. Ficou conhecido isto por "Enterro do Fontes".
1872 — Quarta-feira- De madrugada apareceu separada do tronco, serrada à altura de um pouco mais de um metro, a oliveira da praça de N.ª Sr.ª da Oliveira.
1886 — Domingo. À 1 hora da tarde reuniu-se o povo de Braga em comício no teatro de S. Geraldo para protestar contra o projecto de desanexação do concelho de Guimarães do distrito de Braga e anexação ao distrito do Porto, apresentado ao parlamento pelo deputado por Guimarães, João Franco Pinto Ferreira Castelo Branco, motivado pelo conflito brácaro-vimaranense. Falaram diversos cidadãos, entre os quais o vimaranense Visconde de Pindela (infiel à sua pátria natal, onde em tempo tantos louros colheu). Assistiu a Câmara com a bandeira municipal e diversas corporações, etc. foi eleita uma comissão de 7 membros para levar ao parlamento, a Lisboa, uma representação contra a desanexação.
1887 — Foi assinado o despacho do padre João Gomes de Oliveira Guimarães, reitor de Mascotelos, para abade de Tagilde.
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