Continuamos por cá... | Molde e lingotes metálicos, recolhidos na Citânia de Briteiros

O interior de uma das casas reconstruídas da Citânia de Briteiros estava, até há alguns anos atrás, ocupada com material cerâmico avulso, recolhido em várias campanhas de escavação ao longo do século XX.

Por entre o amontoado de materiais, foi identificado, em 2005, um molde em granito, fragmentado. Uma das faces do molde, onde se nota uma rilheira, parece ter sido utilizada para a obtenção de pequenas barras, ou lingotes. A outra face mostra uma cavidade retangular, provavelmente utilizada no fabrico de placas.

Com efeito, foram recolhidos, na Citânia, vários lingotes metálicos em diferentes campanhas de escavação, particularmente durante os trabalhos de Mário Cardozo, que julgava serem lingotes de estanho. Alguns destes lingotes foram analisados há poucos anos, no sentido de identificar concretamente os elementos químicos, mostrando uma composição quase exclusiva de chumbo (mais de 90% em todas as amostras). O chumbo era, além do cobre e do estanho, um dos componentes das ligas ternárias de cobre (bronze), no qual foram fabricados grande parte dos objetos metálicos que conhecemos da Citânia.

Moldes em pedra e lingotes metálicos são alguns dos indícios que nos chegaram da produção metalúrgica em castros como a Citânia de Briteiros, que teria lugar em oficinas próprias. Neste caso testemunha-se a metalurgia do bronze, embora também houvesse já um domínio da metalurgia do ferro e do ouro.