João Cutileiro 1937 - 2021
João Cutileiro com Alfredo Cunha na abertura da exposição conjunta na galeria da SMS em 2017
João Cutileiro
5 de Janeiro de 2021
A obra que nos deixou não ficou só entalhada na pedra cinzelada com a persistência firme dos que conhecem bem os caminhos que querem construir. Fica-nos dele a clareza que transmitem aqueles que sabem aproximar-se; como sabia João Cutileiro, escultor da vida, modelador dos dias, semeador de paixões mas, antes que tudo, de amizades assumidas e perenes.
Todas estas experiências e sentimentos tivemos em Guimarães, nos seus lugares e entre os que aqui o receberam, das muitas vezes que nos visitou; de cada vez entusiasmado com o regresso e sempre à espera de voltar. De cada vez descobrindo e mostrando a festa de um encontro que nunca parecia interrompido.
É esta personagem, que Guimarães pode também ter como sua, que parte agora para outros destinos. Não fica apenas o honrado D. Afonso Henriques guardando a Porta da Vila; ficam mais largos os horizontes que nas ruas da cidade podem aqui e ali parecer estreitos.
A Sociedade Martins Sarmento presta a sua homenagem a João Cutileiro, um dos mais marcantes escultores portugueses contemporâneos, senhor e seguro de uma criatividade fecundamente original, que também se destacou noutros domínios da actividade artística. João Cutileiro esteve presente na SMS por diversas vezes. Nos anos mais recentes, acompanhando uma visita ao Colosso de Pedralva (2015), peça que ele situava entre as que considerava as mais valorosas obras escultóricas, e também expondo na nossa galeria uma colecção de fotografia de sua autoria (“Registos”, 2017).
Com respeito pela sua memória, apresentamos a todos quantos com ele partilharam a vida e o exemplo de uma atitude sábia e profundamente culta, em especial, a sua mulher, a pintora Margarida Lagarto, os cumprimentos de pesar da Sociedade Martins Sarmento.
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