Coleção de Arqueologia da SMS | Joias (arrecadas) recolhidas na Citânia de Briteiros
"No mês de Setembro passado [1937], trazíamos ali um grupo de jornaleiras procedendo à limpeza do tojo e da torga (...). Uma dessas camponesas, a Gracinda Águeda, de Briteiros, teve a boa fortuna de encontrar, no dia 8 do aludido mês, quando livrava do mato o interior de uma das pequenas habitações (...), um pequeno vaso de barro contendo um formosíssimo par de brincos ou arrecadas de ouro, sem dúvida das mais belas e originais que até hoje têm aparecido em Portugal.
(...)
Infelizmente, o golpe desprevenido da enxada pôs em estilhas o curioso vasinho (...) e partiu em quatro bocados uma das arrecadas.
(...) Minuciosas escavações feitas, logo em seguida ao achado (...) nada mais produziram digno de menção."
Mário Cardozo, Joias áureas proto-históricas da Citânia de Briteiros, RG vol. 48, 1938, pp. 35-42.
Foram assim descobertas as únicas peças em ouro recolhidas até hoje na Citânia de Briteiros e que integram o Tesouro da SMS.
O vaso que continha este par de arrecadas foi entretanto restaurado e está exposto no Museu da Cultura Castreja, em Briteiros. Trata-se de um potinho sem decoração, com marca cruciforme no fundo, característico do final da Idade do Ferro, integrando-se nos recipientes utilizados para beber, mas que por vezes eram enterrados depois de uma cerimónia votiva.
As arrecadas seriam objetos de adorno de uso feminino. Terão sido fabricadas localmente, recorrendo a técnicas conhecidas como laminagem, martelagem e solda, e decoradas através de granulado, polvilhado e filigrana.
A cronologia de fabrico destas peças estende-se entre o século II a. C. e o século I d. C.
Embora os motivos decorativos sejam facilmente associados ao universo "castrejo", até pelo local onde apareceram, estas peças podem ter sido fabricadas já em época romana. Na verdade, os motivos decorativos visíveis parecem ter-se inspirado em modelos mediterrânicos, aspeto que caracteriza outras joias de ouro produzidas localmente na Idade do Ferro.
Interpretação técnica e cronológica de Carla Braz Martins.
Fotografia de Eduardo Brito.
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Infelizmente, o golpe desprevenido da enxada pôs em estilhas o curioso vasinho (...) e partiu em quatro bocados uma das arrecadas.
(...) Minuciosas escavações feitas, logo em seguida ao achado (...) nada mais produziram digno de menção."
Mário Cardozo, Joias áureas proto-históricas da Citânia de Briteiros, RG vol. 48, 1938, pp. 35-42.
Foram assim descobertas as únicas peças em ouro recolhidas até hoje na Citânia de Briteiros e que integram o Tesouro da SMS.
O vaso que continha este par de arrecadas foi entretanto restaurado e está exposto no Museu da Cultura Castreja, em Briteiros. Trata-se de um potinho sem decoração, com marca cruciforme no fundo, característico do final da Idade do Ferro, integrando-se nos recipientes utilizados para beber, mas que por vezes eram enterrados depois de uma cerimónia votiva.
As arrecadas seriam objetos de adorno de uso feminino. Terão sido fabricadas localmente, recorrendo a técnicas conhecidas como laminagem, martelagem e solda, e decoradas através de granulado, polvilhado e filigrana.
A cronologia de fabrico destas peças estende-se entre o século II a. C. e o século I d. C.
Embora os motivos decorativos sejam facilmente associados ao universo "castrejo", até pelo local onde apareceram, estas peças podem ter sido fabricadas já em época romana. Na verdade, os motivos decorativos visíveis parecem ter-se inspirado em modelos mediterrânicos, aspeto que caracteriza outras joias de ouro produzidas localmente na Idade do Ferro.
Interpretação técnica e cronológica de Carla Braz Martins.
Fotografia de Eduardo Brito.
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