O debate "Toural: História, Presente e Futuro"
A propósito do debate sobe o Toural: História, Presente e Futuro, transcrevemos a seguir a notícia publicado no jornal Público de hoje, com o título "É preciso assinar o desenho do Toural para lhe dar nova dinâmica" e assinada pelo jornalista Samuel Silva:
"Sala cheia, posições antagónicas e muita paixão foram os ingredientes do debate acerca do futuro do Largo do Toural, em Guimarães, que anteontem à noite teve lugar no Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento.
Os arquitectos acabaram por ser os grandes protagonistas do debate. Vítor Fernandes, co-autor do projecto, defendeu que o Largo do Toural "apresenta debilidades em que urge intervir", nomeadamente a "acessibilidade e mobilidade condicionadas" e uma "perda constante de dinamismo habitacional e do comércio tradicional".
A proposta é assinada também por Seara de Sá, para quem o "desenho do Toural precisava de ser revisto", propondo uma "forma nova", para a praça, "que não esteja centrada num monumento". O arquitecto considera que a discussão em torno da existência de árvores na praça é "caricata", mas ainda assim comprometeu-se a plantar o dobro das árvores abatidas no Toural no jardim da Alameda, que também vai ser requalificado. Esta opção acaba por ser uma das linhas de força da intervenção: "Tirar as árvores vai mudar a escala do Toural", explicou.
Outro pilar do projecto é a retirada do trânsito do centro da cidade. "Era um premissa base", assume Seara de Sá. A requalificação prevê também a construção de um parque de estacionamento subterrâneo com dois pisos em resposta ao desaparecimento de cerca de 250 lugares de estacionamento resultantes da retirada do trânsito. Além disso, a nova dinâmica da parte baixa da cidade, onde vai ficar instalado o CampUrbis, "vai gerar novas necessidades de estacionamento", garante o arquitecto.
O uso exclusivo para peões da emblemática praça e a construção de um parque subterrâneo acabaram por ser os pontos que mais animaram o debate. As críticas mais fortes foram feitas por Maria Manuel Oliveira, professora de Arquitectura na Universidade do Minho, que considera a intervenção "demasiado invasiva". "A premissa da retirada do trânsito é uma condicionante programática" e trazer mais estacionamento para o centro é "contraditório", sustentou a docente. Além disso, o "parqueamento subterrâneo tem marcas muito fortes à superfície" de um ponto de vista estético, com as entradas e saídas dos túneis a tornarem-se "feridas demasiado violentas".
Também o geógrafo Miguel Bandeira entende que "a localização das entradas e saídas dos túneis é de vital importância", de modo a contornar problemas de suburbanidade e insegurança rodoviária. Bandeira alertou ainda para "a concentração de gases, ruídos e vibrações que esta solução comporta".
Os vimaranenses reponderam à chamada de quatro associações locais e lotaram a sala, fazendo ouvir as suas dúvidas e críticas relativamente ao projecto.
O presidente da câmara, António Magalhães, que assistiu a todo o debate juntamente com alguns vereadores da maioria socialista, acabou por intervir para "sossegar os presentes".
O autarca garantiu que o projecto não é definitivo e que a câmara tem consciência da "sacralização" existente em torno do Largo do Toural, o que dificulta a intervenção. "Sabemos que ainda temos algum caminho a percorrer e, se for preciso fazer mais dez debates, cá estaremos para os fazer", garantiu o autarca."
Debate na Sociedade Martins Sarmento
Guimarães por um Canudo (versão descritiva)
Guimarães por um Canudo (versão reflexiva)
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