Efemérides vimaranenses: 13 de Dezembro
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1452 — Sentença do Desembargo do Paço dada em nome de D. Afonso V em Évora negando provimento aos lavradores reguengueiros da freguesia de Travassos, que como tais queriam eximir-se a "correger um cano da água da vila", como lhes fora mandado pela Câmara. Eles agravaram para o Ouvidor do Duque de Bragança dr. Pero Fernandes o qual julgou que eles reguengueiros por uma ordenação de D. Duarte desembargada em cortes, que declarava que eles não eram isentos do corregimento de fontes, pontes, calçadas e caminhos, estavam por isso obrigados e fossem constrangidos para corregimento do chafariz e cano para que assim eram requeridos, e no mais se lhe guardassem os seus privilégios, como era a isenção de peitas, fintas, talhas, etc. A sentença do Desembargo confirmou esta.
1781 — Patente nomeando Sargento mor das ordenanças de Guimarães e seu termo a Francisco José Fernandes da Silva, cavalheiro professo da Ordem de Cristo, vago por falecimento de Luís António de Carvalho.
1814 — Principia no hospital militar, instalado no convento de S. Francisco e administrado pela Misericórdia o curativo dos doentes militares, dando baixa ao mesmo neste dia 1 sargento, 1 cabo e 6 soldados do regimento n.º 3 de infantaria aqui estacionado.
1822 — Instalação na rua Nova do Muro da "Sociedade Litteraria e Estudios de Conferencias Theologicas". Era só de padres; foi extinta. P.L.
1826 — A Intendência Geral da Polícia de Lisboa envia ao Corregedor exemplares do edital de 12 que mandara afixar na Capital proibindo as reuniões populares, excepto mercados ou actos religiosos, para que os mande afixar e cumprir em toda a comarca.
1832 — Andaram 2 escrivães do geral desta vila a pedir para o fardamento do exército do snr. D. Miguel. O General de operações do mesmo exército, visconde de Santa Marta, e o corregedor de Guimarães já tinham oficiado para o mesmo fim a todas as corporações e a algumas pessoas particulares. P.L.
1838 — Neste dia escreveram de Guimarães para o "Periódico dos Pobres no Porto": - "Tem-se procedido em boa ordem à eleição da câmara. Em todas as assembleias do concelho com poucas excepções tem obtido considerável maioria para Vereadores cidadãos sinceramente interessados na boa administração, e na paz e ordem pública".
1864 — Portaria ordenando ao director das obras públicas do distrito do Porto, que tome conta do lanço da estrada do Porto a Guimarães, compreendido entre esta cidade e o limite do seu respectivo concelho, a fim de se proceder à reparação da mesma, que até esta data tinha estado a cargo da Câmara de Guimarães.
1891 — Às 3 horas da tarde soleníssimo Te-Deum na Colegiada, presidido pelo novo D. Prior, com grande assistência da câmara, autoridades, corporações e cavalheiros, etc., em acção de graças pelas melhoras do ministro do reino Lopo Vaz, ex-ministro da justiça, a quem era devido, quase exclusive, a reorganização da Real Colegiada.
1898 — Foi roubada a colecção numismática de 500 moedas antigas de prata e ouro, cento e tantas medalhas de diversas exposições nacionais e estrangeiras, diversas notas em giro de vários países, deixando os ladrões as que não tinham curso legal. Era a melhor coisa que tinha a Sociedade Martins Sarmento pela variedade das diversas moedas antigas e raras a paciência que foi precisa para decifrar as suas legendas, pois todas tinham 1 bilhete com a decifração e explicação.
1901 — - 6ª feira - Começou o julgamento de "Júlio de Campos", como suposto assassino de Francisco (Agra) Ribeiro Martins da Costa. A inquirição de testemunhas terminou às 2 horas da tarde do dia 17 e o julgamento às 10 da noite do dia 19 sendo absolvido; o delegado apelou da sentença e o réu, depois de prestar fiança de 5 contos de réis, partiu em trem para a sua residência, Campos, na freguesia de S. Torcato, advogado do seu advogado defensor Afonso Costa. Foram advogados da acusação o dr. Avelino César Calixto, de Coimbra, e dr. Gaspar de Abreu Lima, residente em Guimarães.
1904 — Principiou o julgamento do "Josesinho de Segade", assassino de Francisco (Agra) Ribeiro Martins da Costa e terminou às 2 horas da madrugada do dia 22, sendo o réu condenado a 8 anos de prisão celular, seguidos de 26 de degredo em possessão de tª classe, com prisão de 2 anos no lugar do degredo, na alternativa de degredo com 4 anos de prisão no degredo; custas e selos do processo e 250$000 réis para o seu advogado. Foi advogado do réu o dr. António Amaral, que fez a sua estreia, e o dr. Gaspar de Abreu Lima, residente em Guimarães. Foi removido para a Relação do Porto no dia 28 deste mês.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
Mais efemérides deste dia: ler
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home