Efemérides vimaranenses: 9 de Agosto

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1462 — Nos Paços da duquesa de Bragança, em Guimarães, por instrumento público, a dita senhora obriga as rendas e direitos da vila de Guimarães, que lhe eram apanhados por seu dote e casamento, ao pagamento de doze mil dobras a cento e vinte reais que havia prometido a D. João filho do duque D. Fernando em dote e casamento com D. Isabel de Noronha sua sobrinha, filha de seu irmão.

1611 — Carta régia participando que o agente português de S. Majestade em Roma comunicara que a Congregação do Concílio declarou não ser obrigado a residência o D. Prior.

1654 — A Misericórdia faz arrendamento do morgado que fora de Gonçalo Pinto da Fonseca, por procuração que para isso tinha do proprietário dele que estava na Índia.

1667 — Carta de examinação de Domingos de Crasto, filho de Francisco de Crasto, natural desta vila, passada em Lisboa, para poder sangrar, sarrafassar, lançar ventosas e sanguessugas e tirar dentes em Portugal. - Carta de examinação de Baltasar Rodrigues natural de Moreira de Cónegos, para poder igual mister.

1685 — Gonçalo de Sousa Rego, executor do almoxarifado, reconheceu como senhoria a Câmara da água, que trazia aforada por 20 reis, que saía do tanque de Santa Luzia e ia para os seus campos dos Bimbais.

1717 — O cónego João d'Araújo, "O Pássara", (apelido, por ter sido capelão do coro da sé de Braga), dá à comunidade da Curaria, por contracto na nota de Braz Lopes, 480$000 réis com o encargo anual de contínua assistência ao Santíssimo Sacramento desde a sua exposição em quinta-feira santa até à procissão da Ressurreição, em Domingo de Páscoa, cuja assistência seria feita revesadamente por 2 clérigos com sobrepelizes "Louvando a Deus, e lendo os psalmos pelos psaltérios, ou breviários", sendo todo o rendimento dividido igualmente pelos clérigos que fizessem a assistência. A Assistência desde 1888 foi feita por 1 só padre, sem para isso a Curaria obter autorização legal; e o fim principal do legatário, que era o de "Louvando a Deus" etc., há muitos que não se cumpria, e a assistência até algumas vezes se tornava muito escandalosa com conversas, leituras, et., etc. porque não estavam de joelhos, mas sentados.

1823 — Carta de D. João VI "atendendo às qualidades do doutor João de Campos Navarro de Andrade e ao que fez à rainha", sua mulher, "sustentando com firmeza a própria opinião contra a dos facciosos que projectavam tão arbitários como escandalosos procedimentos em despeito da Alta Hierarquia a que pertence e das virtudes que adornam a Sua Real Pessoa" fez-lhe mercê do título de Barão de Sande, em sua vida.

1829 — Chega a notícia de o Cabido ter sido agraciado coma real efígie do sr. D. Miguel I. PL.

1844 — Houve um ofício solene de defuntos pela alma de João Peixoto de Lima, o qual tinha falecido no Brasil, indo em um barco de vapor, tendo igual sorte outros muitos indivíduos, por ter arrebentado a caldeira do vapor. Era o filho mais novo da viúva Lima, do Postigo de S. Paio, e estava estabelecido no Rio de Janeiro tendo adquirido uma boa fortuna. PL

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

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