Efemérides vimaranenses: 12 de Agosto
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1349 — O Cabido empraza, em uma vida, a sua igreja de S. Martinho de Conde, a Lourenço Anes, vigário da mesma igreja, com a obrigação de a manter no espiritual e temporal e pagar colheita a 2 cónegos e os encargos a que ela estivesse obrigada, incluindo pedida nova ou velha, pela renda de 45 libras de dinheiros portugueses.
1373 — Afonso Domingues, procurador do concelho, recebeu de Martim Anes da Amorosa, morador na vila do Castelo de Guimarães, 20 libras emprestadas para o concelho pagar as quitações às companhas das galés que estavam na cidade do Porto, que lhes El-rei mandava pagar dos dinheiros do serviço que este concelho prometeu.
1543 — Parte o Arcebispo D. Duarte, do real mosteiro da Costa para Braga, a fim de aí fazer a sua solene entrada.
1562 — Na Hist. Seraph., por Esperança, no livro 9 º, tratando do mosteiro de Santa Clara de Amarante, lê-se : Na Vila de Guimarães edificou um Mestre-escola da sua Colegiada, que foi Baltasar de Andrade, um mosteiro de freiras da gloriosa Santa Clara. E pretendendo fundá-la em grande religião, com esse mesmo intento, como se contém nas bulas da fundação (arquivo este Mosteiro de Guimarães), entregou três filhas suas a este de Amarante, onde professaram todas, as quais, bebendo bom leite da regular disciplina, fossem boas mestras da nova comunidade e perfeitas fundadoras. Era então esta casa sujeita aos Claustrais e não guardava clausura, como muitas não guardam: mas havia tal conceito da sua religião, que entendeu o Pontífice a instância do Mestre-escola, já dito, que bem podia fiar das que professavam nela as instruções e doutrina de um mosteiro, gerado na regular observância, qual foi o de Guimarães. Chamavam-se as sobreditas irmãs conforme ao estilo da Claustra, que usava apelidos seculares: Helena de Andrade, Joana de Andrade e Francisca de Andrade; e ordenou o Pontífice que, seguindo esta ordem, a qual era das idades, a primeira começasse em Abadessa perpétua; a segunda em Vigária e que por morte de uma lhe sucedessem as outras. Saíram de Amarante e, estando numa quinta, que se chamava de Terrados, por ordem do Fundador enquanto se preparava o domicílio novo, faleceu sor Joana de Andrade, sem chegar a possuir o fruto de seus desejos. As outras duas entraram em Guimarães aos 12 de Agosto de 1562 no qual dia se celebra a festa de Santa Clara : tomaram, posse da casa sor Helena de Andrade, a qual se chamou da Cruz, no cargo de Abadessa; sor Francisca de Andrade, e depois da Conceição por Vigária e futura sucessora. Ambas foram Abadessa, uma por morte da outra, e ambas deram princípio a muita reformação daquele santo mosteiro. De suas grandes virtudes daremos notícia quando chegarmos a Guimarães.
1647 — A mesa da real irmandade de Nossa Senhora da Oliveira, presidida pelo D. Prior D. João Lobo de Faro, nomeia o padre Francisco Ferreira (deve ser o do Bom Jesus, de S. Roque) para continuar com a missa quotidiana que o príncipe mandou se dissesse no altar da mesma Senhora pela liberdade do infante D. Duarte; a rainha tinha mandado dar pelo príncipe 200$000 reis, que foram entregues pelo almoxarife Francisco Gonçalves de Araújo.
1651 — Sentença da Relação do Porto negando provimento ao agravo dos mercadores de pano de linho, desta vila, que pretendiam isentar-se da condenação posta pela Câmara de 1650 por eles não darem a dança a que eram obrigados para a procissão do Corpo de Deus, alegando serem privilegiados dos cativos.
1836 — Dissolve-se, por ordem do Governo, o batalhão móvel desta vila, bem como os de todo o reino, entregando as armas, as quais foram remetidas para Braga, assim como outras muitas que estavam nos quartéis da mesma. PL
1845 — Foi concedido o título de Visconde de Vila Pouca ao 2º Barão do mesmo título, Rodrigo de Sousa Teixeira da Silva Alcoforado, por decreto desta data.
1883 — Às 8 horas da manhã teve lugar a bênção solene do cruzeiro da Cruz da Pedra, depois de restaurado. Foi benzido pelo pároco de Creixomil, acompanhado de mais clero e irmandades da freguesia, fechando o préstito uma banda marcial. O oratório achava-se bem adornado e ladeado por 2 passos, simbolizando o da direita o Cristo servido pelos anjos no deserto e o outro o mesmo Cristo tentado por Satanás. A meio da rua, que se achava toldada, embandeirada e adamascada, levantavam-se outros 2 passos, estes 4 passos eram compostos por um figurado abaixo de toda a crítica, e obra de um artista amador de Vizela.
1895 — Segunda-feira. - De madrugada ardeu todo um barracão, na Penha, que servia de restaurante e nele estava residindo um pedreiro. Visto o incêndio, da cidade, era um espectáculo lindo. Ignorou-se a causa do sinistro (!!!?) que a companhia de seguros "Fidelidade" pagou com 200$000 réis em que o barracão estava seguro, deduzindo 30$000 réis de salvados, restou líquido 170$000 réis.
1903 — É adjudicada por 13:850$000 réis a Joaquim Carvalho da Assumpção gerente da Companhia Aliança e Fundição de Massarelos, do Porto, a obra de canalização das águas desde as nascentes até ao Alto da Arcela e do depósito neste local.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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