Efemérides vimaranenses: 24 de Maio
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:
1478 — João Dias, doutor em degredos, arcediago do Porto, ouvidor geral do Arcebispo de Braga, D. Luís Pires, remete, a pedido do réu, para a justiça do D. Prior, em conformidade com a concordata entre a Sé de Braga e a Colegiada de Guimarães, uma acção verbal em que era autor Gomes Anes, abade de Santa Maria de Abade, e réu Gil Vaz, cónego de Guimarães e abade de Ronfe, por certa quantia que sobre uma taça de prata o autor emprestara ao réu a pagar em breve tempo e porque este não cumprira, aquele precisava do dinheiro para pagar ao arcebispo a colheita e outros direitos ordinários pela sua igreja, deu em penhor a dita taça a João Lopes recebedor do arcebispo, o qual agora queria que o autor a fosse resgatar, do contrário a venderia, razão porque o autor pôs a acção ao réu.
1621 — A fim de celebrar exéquias por El-rei D. Filipe II de Portugal, o Cabido ordenou ao sacristão que "tanto que desse meio dia, tangesse o sino grande de Nossa Senhora até que desse uma hora depois do meio dia, e logo dada a hora se tangessem todos os sinos, neste meio se juntaram tempo em a Câmara o corregedor, provedor, juiz e mais oficiais da Câmara, donde saíram todos com suas varas negras, em corpo de Câmara, acompanhados com os oficiais de justiça, e se foram todos onde tinham seu assento em Nossa Senhora, cobertos de luto, onde se assentaram; nisto se vieram chegando as ordens e cónegos e clérigos a quem o arcebispo primaz obrigou, com excomunhão e pena de dinheiro, se achassem presentes a estas exéquias, por o não quererem fazer os ditos clérigos se não pagando-lhes, eles e cónegos e frades cantaram umas solenes vésperas, com o ofício de defuntos, com muita perfeição e boa música capitulando o chantre, que no dia seguinte havia de dizer a missa, e acabado este ofício se foram todos recolhendo, acompanhando este acto toda a nobreza desta vila".
1655 — Provisão de El-rei D. João IV, isentando, dos cargos ordinários e serviços de companhia da ordenança, o procurador e o hortelão do Convento de Santa Clara.
1679 — A Câmara deliberou, com assistência das pessoas da governança, que para evitar desgostos entre as pessoas mais nobres e melhores deste povo, que estavam inquietas pela vinda das companhias da comédia ( vide a 20-V-1679) a nenhuma delas se desse licença, caçando-se a já concedida, e que se dessem precatórias para os ministros de Barcelos e Viana, para que logo notificassem os actores para que não viessem a esta vila, nem seu termo, nem ainda de passagem, sob pena de quinhentos cruzados e vinte dias de cadeia.
1851 — Vindo de Lisboa chegou ao Porto, no vapor "Porto", D. Marcos Soares Pinto Vaz Preto, D. Prior de Guimarães, com licença de 3 meses para estar no seu priorado, por ter o cargo de esmoler-mor. Foi recebido a bordo por alguns dos seus amigos e depois na Hospedaria do Peixe onde se hospedou, pelo governador civil D. Pedro, conde de Terena, Sebastião Brandão, José da Silva, Arnaldo Wanzeller e outros cavalheiros.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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