Efemérides vimaranenses: 30 de Abril
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por
1345 — D. Teresa, mulher de D. Afonso Sanches e Afonso seu filho, em Lisboa, fazem doação do padroado de S. Pedro de Polvoreira às religiosas de Santa Clara de Vila do Conde. Teve o benepácito de El-rei D. Dinis.
1650 — Carta de El-rei a Gaspar Nunes de Carvalho, governador das armas da comarca, enviando-lhe o regimento feito em o dia 1 deste mês e ano para conseguir as ordens (companhias) de soldados pagos e auxiliares de cavalaria. Três cartas de El-rei com esta data, para o juiz de fora, provedor e corregedor, para que dêem ajuda ao governador das armas, em tudo, inclusivamente na execução do regimento.
1671 — Às 8 horas da manhã, faleceu o Doutor Simão Vaz Barbosa, cónego prebendado na Real Colegiada, grande jurisconsulto, filho do Doutor Manuel Barbosa e de D. Isabel Vaz da Costa e irmão do Doutor Bispo D. Agostinho Barbosa, pai e irmão jurisconsultos ilustres; tinha renunciado por coadjutoria em António Pereira de Vasconcelos, da cidade do Porto.
1759 — Os cónegos, e mais dignidades capitulares da Colegiada, estando em Cabido a fim de darem despacho a um requerimento de Jerónimo Jorge, da freguesia de Balazar, que depois de correr o escrutínio, lhe foi deferido, e, como se achasse presente o reverendo cónego Miguel de Macedo Portugal, também vogal do Cabido, e a este não parecesse regular tal decisão, rompeu com algumas palavras indecentes, chegando o seu furor a lançar mão de uma tesoura grande que estava sobre a mesa e pretendendo lançar-se com ela sobre o cónego José António Rebelo, por este o querer persuadir da pouca razão que tinha no que se estava tratando. O presidente mandou-o sair da sala capitular e, por proposta sua, foi deliberado, à face do estatuto, que o agressor fosse condenado em 12$000 réis e na privação de voz activa e passiva nas sessões e mais negócios do Cabido por tempo de um ano, irremissivelmente. Este cónego fez muitas.
1828 — Convocada na Casa da Câmara a nobreza, clero e povo assinaram o auto da aclamação do Sr. D. Miguel como rei absoluto do reino (como já havia sido aclamado no Porto) ficando nula a abdicação feita por D. Pedro a favor de sua filha D. Maria da Glória, princesa do Pará. À tarde sai um bando da Câmara que manda se ponham luminárias por três noites e enquanto andou fora houve repiques e muito fogo do ar, estando endamascadas as janelas das casas das ruas por onde passava. Luminárias, repiques e fogo do ar nesta noite e nas duas seguintes. PL.
1832 — É preso o assassino de uma rapariga que no dia 26 deste mês apareceu morta em Prazins, o qual sendo carregado de ferros para confessar o crime, declara tê-lo feito só para tirar um cordão de ouro que ela trazia. Era jornaleiro que trabalhava na Senhora do Porto em uma casa em que a rapariga tinha estado a servir. PL. O assassino chamava-se Domingos José Alves, de 47 anos, casado, jornaleiro, da freguesia de Arosa; foi para a cadeia da Relação do Porto em 30 de Junho deste ano.
1834 — A Câmara nomeou contraste da prata José António Cardoso, em atenção a já ter servido este emprego e o anterior ter abandonado. Prestou juramento a 5 de Maio e registou a sua marca.
1836 — No mercado deste dia o provedor levou uma lapada; o mercado esteve barulhento."O Artilheiro" diz que o "Nacional" dá que foram desacatadas as autoridades, mas que só foi aquela. O PL. nada refere desta notícia, até pelo contrário; vid. a sua efeméride.
1836 — Chegou a esta vila, logo pela manhã, um destacamento do regimento nº 9, o qual vinha de Braga para manter o sossego na feira do pão (era sábado). A polícia da vila também pegou em armas. Estas providências dadas pelo governador militar e administrador do concelho, juntas á de escrever cartas com antecipação dos senhores de celeiros para que mandassem algum do seu pão à feira e o vendessem por um preço mais baixo do que correu na feira anterior (920 e 960) evitou certamente que neste dia houvesse uma grande desordem, pois subindo ele como se esperava, ou vendendo-se pelo mesmo preço, o povo cometeria os maiores excessos, o que não aconteceu contra a expectação de todos.O maior preço por que se vendeu o pão nesta feira foi por 8000 réis. PL.
1879 — Soleníssimo Te Deum na Colegiada, mandado celebrar pela Câmara Mnicipal, às 5 horas da tarde, em acção de graças pelo restabelecimento da saúde da rainha D. Maria Pia, há pouco em perigo de vida. Assistiu ao acto a Câmara, Cabido, autoridades administrativas e judiciais, o batalhão de caçadores 7, titulares presidentes das Ordens Terceiras, associações, comandantes de bombeiros municipais e voluntários, direcção da companhia dos Banhos de Vizela, Monte Pio Comercial e numerosos convidados de todas as classes. A orquestra fiouum desastre, principalmente na execução do Tantum Ergo e Genitori de Rossini.
1883 — Ladaínhas, 1º dia. - Foi hoje que os camaristas de Guimarães usaram em actos públicos da sua nova farda que consiste em casaca e calça preta e uma banda de seda azul e branca do ombro direito para o lado esquerdo, tendo a mesma banda capa, volta e calção, etc. NB: os camaristas de Guimarães apresentaram-se com banda por baixo da casaca e assim têm continuado sempre.
1914 — Morreu o Manuel Grenha, surrador, levou música dos Guizes, o padre de S. Miguel de Creixomil (era o reitor António Joaquim Ramalho) não o acompanhou (para o cemitério?). Em desforra disso, os operários da Rua de Couros na vinda do cemitério foram-lhe quebrar alguns vidros da casa onde morava. (Este facto deve ser a 1 ou 2-V) - Notícia do José da Viela.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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