Efemérides vimaranenses: 29 de Abril
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por
1181 — É dado um Couto à igreja de Guimarães, em que assina Petrus prior Vimaranis.
1603 — Compra do Campo do Carvalho, feita na nota dos tabeliães Gaspar de Matos e António Dias, por Francisco Dias da Maia, testamenteiro do padre Braz de Leiva Prego, a Gonçalo Pires e mulher, Mécia Rocha (?), do casal de Tarrio, em Castelões, por preço de 30$000 reis, para a capela do dito padre, que no Convento de Santa Clara havia de ser feita.
1605 — Carta régia comunicando o nascimento de um príncipe e ordenando as manifestações de regozijo e carta do secretário do governo, João da Costa, em 28 de Maio de 1605, sobre as mesmas festas, em resposta à da consulta da Câmara, e nota que o mesmo mandou sobre as despesas que eram autorizadas para estas festas.
1672 — Faleceu, no mosteiro beneditino de Santo Tirso, frei Dâmaso da Silva, D. Abade Geral da Ordem. Era natural de Guimarães, tendo no século aquele nome e na religião o de frei Dâmaso de S. Miguel. Tinha recebido o hábito no mesmo mosteiro, e, em atenção à sua provada capacidade fora eleito provincial da província de S. Bento no Brasil. Regressando ao reino, recolhera no Mosteiro de Rendufe, donde passou para o de Travanca a exercer o cargo de procurador do Tombo, e neste cargo foi eleito D. Abade. Em 1656 foi nomeado procurador-geral na corte de Lisboa. Em 1659 D. Abade do mosteiro de S. Bento da Vitória, do Porto, em 1662 visitador-mor da Ordem. Nomeado D. Abade do Mosteiro de Santo Tirso em 1665, ampliou notavelmente as obras do mesmo mosteiro, onde hospedou muito galhardamente os Conde de Alvor, o Conde da Torre e o Marquês de Távora, que em Lisboa o apresentou a El-rei D. Pedro II, quando ali chegou como geral da sua Ordem, depois de eleito em 1668 como o 35º na série prelatícia. Concluído que fora, com sumo aplauso, o seu governo monacal, como D. Abade da Ordem, recolheu-se ao seu mosteiro predilecto e aí faleceu no dia a que nos estamos referindo. - Abade de Tagilde. - Vide Guimarães, 1.º vol, fl. 197. Rectificação : chamava-se no século Miguel da Silva e na religião frei Dâmaso da Silva, ou frei Dâmaso de S. Miguel.
1681 — Provisão régia mandando que os marchantes vendam semanalmente 2 lombos de boi, 1 à terça-feira e 1 ao sábado, aos frades da Costa, pelo seu dinheiro, dirigida ao corregedor para a mandar notificar aos cortadores. Foi requerimento do prior queixando-se dos almotacés que impediam os marchantes de venderem os ditos lombos, sendo a passar de 60 as pessoas do convento.
1705 — O D. Prior de Guimarães, D. Pedro de Sousa, escreve ao Arcebispo, D. Rodigo de Moura Teles, dizendo lhe mandava o seu vigário geral para indivualmente lhe relatar o procedimento da Câmara e do Cabido sobre o recebimento dele Arcebispo nesta vila, o qual seria como o dos antecessores "não obstante os seus rogos e insinuações para que se vote a barra mais adiante, porém, estes homens pegam-se à posse, e neste particular são inflexíveis". Também lhe dá conta que os D. Priores antecessores não havia exemplo que assistissem na vila, quando a ela vinham arcebispos," mas ele, que se prezava mais de ser Seu capelão que do lugar que ocupava, faria o que Ele mandasse." - Este D. Prior era todo abraguesado, cagarola e engraxador.
1750 — Povisão régia ao corregdor de Guimarães, para que puxe pela gente de todos os lugares circunvizinhos, na forma da lei, fazendo pôr os caminhos em estado dos povos poderem servir-se deles, sem que por ora se fizessem calçadas, se por outras ordens não tivessem sido mandadas fazer, e do cumprimento desta daria conta a El-rei pela mesa do Desembargo do Paço.
1812 — Provisão conservando indiviso a favor dos moradores de S. Romão e Santa Cristina de Arões, ramo de Caíde e de Mesão Frio, o monte de Santo Antoninho.
1877 — O Arcebispo de Braga, D. João Crisóstomo de Amorim Pessoa, "O Cantanhede", celebrou missa de pontifical, com grande solenidade, na nossa Real Colegiada, e no fim Te Deum Laudamus com exposição do Santíssimo no trono, por cuja causa fora mudada a imagem de Nossa Senhora da Oliveira, para a capela de Vila Pouca, onde findos os actos, o Arcebispo foi render-lhe homenagem e ofertar-lhe a cruz peitoral que trazia, depondo-a no altar, dizendo, era de ouro da Índia, que a trouxera de Goa, onde fora arcebispo e que era a melhor que tinha. A missa e Te Deum foram a orquestra, os 4 acólitos, o presbítero assistente e o ministro do báculo foram os nossos cónegos.
1883 — Esteve em exposição na igreja das Capuchinhas um rico vestido, chegado de Lisboa, oferta da rainha D. Maria Pia, a pedido de alguém desta cidade, a Nossa Senhora Madre de Deus. As freiras à chegada do vestido cantaram um Te Deum em acção de graças. É o vestido de cetim de Leão, azul claro, tecido em ramagens de ouro e matiz e ornado de largas rendas, igualmente de ouro. Era já usado pela rainha. Isto é ser exposto sobre o altar da Virgem, deu lugar a grande e vergonhosa polémica na imprensa.
1906 — Foi eleito deputado por Ponta Delgada, 2.ª vez, o nosso patrício dr. José Coelho da Mota Prego.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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