Efemérides vimaranenses: 5 de Março
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por
1665 — O D. Prior, D. Diogo Lobo da Silveira, usando da sua jurisdição prelacial, entrega à comunidade da Curaria o hospital ou albergue que estava situado ao lado sul da igreja de S. Paio (que até á sua demolição feita pela Câmara em 191 ainda recolhia 8 mulheres velhas e pobres) e todos os mais bens da confraria de Nossa Senhora do Serviço, erecta na Capela de S. Brás, no claustro da Colegiada, a qual se achava extinta por falta de confrades, para que a mesma Curaria administrasse os ditos bens e cumprisse os legados e encargos da mesma confraria.
1731 — Ordem, em Viana, do Governador das armas, D. Luís António de Sousa, ao capitão mandante do termo de Guimarães, José Alvares de Castro para este, em cumprimento do aviso régio de 4 de Janeiro deste ano, fazer conduzir para as obras de Mafra em levas todos os canteiros (são os que lavram a pedra de cantaria e a assentam), cabouqueiros (os que quebram a pedra no monte), alverneiros (os que fazem paredes de pedra, barro e cal), e os jornaleiros, ou trabalhadores que andam a jornal, exceptuando os de 60 anos e daí para cima, os doentes e aleijados incapazes do trabalho, os precisos em casa por terem crianças ou velhos que não tenham outra pessoa que lhes assista, ou tenham filhas que corra perigo a sua honestidade, e os remetesse em leva por um oficial entregando-os nas ditas obras a João Mendes mexia, comissário da vedoria de Mafra.
1751 — O doutor João Caetano Coelho Soares, morador na rua da Caldeiroa, filho de João Luís da Costa, por escritura na nota do tabelião Manuel Pereira da Silva, obriga terras na freguesia de Santa Eulália de Fermentões para a fábrica de uma capela que pretendia edificar na sua quinta de Caneiros, na dita freguesia.
1804 — Provisão régia concedendo a Dionísio António de Sampaio, da rua de Alcobaça, licença para estabelecer casa de pasto com vinhos maduros e verdes, ficando sujeito às posturas de pão e vinho tirando as respectivas licenças da Câmara.
1809 — Bernardim Freire de Andrade, comandante em chefe do exército do norte, encarregado do governo das armas do Partido do Porto, nomeou governador militar de Guimarães a Estêvão de Queirós Machado de Vasconcelos Pimenta da Gama, cujo cargo pouco tempo ocupou por causa da invasão francesa de Soult.
1823 — Tem esta data a mensagem que 70 habitantes de Guimarães dirigiram às cortes contra a tentativa reaccionária de Vila Real e Chaves. Eis o seu texto: “Senhor – Enquanto um perjúrio liberticida levanta em uma província vizinha o estandarte da rebelião e procura com monstruosos embustes iludir e arrastar a seu ruim partido os incautos transmontanos, os abaixo assinados vêm no recinto augusto das leis repetir os mais decididos protestos de afincada adesão à causa sagrada da liberdade. Perseguidos, maltratados com os injuriosos epítetos de facciosos exaltados pelo bando servil de aristocratas e de fanáticos, que um génio mau tem espalhado no berço do grande Afonso, pacíficos e oficiosos quando o flagelo da guerra civil ameaça nossa pátria, eis aqui senhor, o plano de conduta, que os abaixo assinados têm adoptado e seguido. – No meio, porém, dos abalos que procuram derrocar o edifício majestoso da constituição, os abaixo assinados não podem de bom grado sofrer que as leis circunscrevam seus deveres ao círculo de atribuições passivas, e que pertença ao bravo exército a exclusiva glória de castigar os rebeldes. Os abaixo assinados pedem portanto a V. M. se digne empregar seus braços em defesa da pátria, então cada um deles trilhará vaidoso a estrada dos Pompeus e Calões, pugnando em pró da liberdade, quando falsos infames a pretendam derrubar”.
1851 — A Câmara Municipal representa à Rainha agradecendo o louvor que foi dado pelo governador civil na forma da portaria régia, do ministério do reino, de 22 de Novembro de 1850, por se ter prestado a mandar fazer à custa do município os reparos no convento de S. Francisco para hospital militar, e reitera o pedido concessão do dito convento.
1852 — A “Nação”, jornal lisbonense, deste dia, conta o seguinte: “Era na Quaresma de 1819. Pregava na igreja dos Franciscanos de Guimarães o frade Expectação, de quem talvez, Brás Tizana ouvisse falar, porque ele era muito bom pregador, e parece que gostava, em tempos das doutrinas do “Azemel”. O frade pregava magnificamente. Até ficaram admirados de o ouvirem uns padres varatojos, que faziam missões naquela época, e por sinal eram seus nomes Frei José de Assunção e Frei Paulo de Sto. Tomás, homens de muita virtude e saber. Um Domingo increpava o pregador os que retardaram a penitência, os que deixavam sempre para o outro dia e emenda da vida. Corria pelas diferentes profissões e ofícios e dizia, por exemplo, a respeito dos juízes: amanhã diz o juiz, eu deixarei de vender a Justiça àquele que ma pagar mais caro, Crastina die. Chegando enfim ao Escrivão, levantou a voz ainda mais, e exclamou: amanhã, diz o escrivão, eu deixarei de ser o maior dos ladrões, Crastine die. Ora estavam ali muitos escrivães, pessoal aliás, muito honradas e muito dignas: mas todos os olhos foram cravar-se na face de um escrivão do juiz de fora, que estava em uma das varandas da igreja em frente do pregador” – Transcrito no “Periódico do Pobres do Porto”, de 13-IV-1852.
1863 — A Companhia Nacional dá a 1ª récita no teatro, desta 2ª vez veio mais numerosa, fazendo parte delas os actores de nomeada Gertrudes, Carlota Veloso e o Pereira, representando, não o drama “A Cruz do Matrimónio” e a comédia “Quero e não quero”, que haviam sido anunciados, mas sim outras peças que as substituíram, por incomodo do actor Amaral, notando-se, por parte de alguns actores, pouco esmero da decoração dos seus papéis.
1879 — A Câmara delibera representar às câmaras legislativas pedindo seja concedido ao município o edifício do convento e cerca de Santa Clara depois do falecimento das duas religiosas do mesmo, ainda existentes, a fim de ali serem estabelecidas diversas repartições públicas.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de
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