Efemérides vimaranenses: 14 de Novembro

D. Miguel

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1150 — Quando a rainha D. Mafalda, esposa de D. Afonso Henriques, vinha para Guimarães, na cidade do Porto, onde é a Academia Politécnica, deu-se um desastre (?) de que ela atribuindo o libertamento a uma imagem de Nossa Senhora da Graça, que consigo trazia, ali a deixou, ordenando lhe fizessem uma capela e lhe prestassem culto a qual ainda existia em 1600.

1604 — A mesa da Misericórdia contrata com Pedro Alonso de Amorim e João Lopes (de Amorim) seu cunhado, mestres de pedraria, moradores nesta vila, construírem-lhe a fachada actual da igreja.

1793 — Provisão autorizando Francisco de Oliveira Ribeiro a aforar o baldio do monte da Ínsua, em S. João de Ponte, 400 varas de terreno ao longo do rio Ave com 60 de fundo, pagando de foro á Câmara um levíssimo conhecimento pela razão do terreno não produzir mato e ser para nele montar a fábrica e dependências que tinha em S. Miguel de Creixomil de panos, toalhados, fustões e outras fazendas brancas.

1798 — A Câmara manda que os oleiros, para reputação e utilidade da louça da fábrica desta vila, somente usassem do barro de Prado, ou de igual qualidade. Isto a requerimento dos almotacés que disseram, eles usavam de barro de S. João de Ponte, que só era próprio para tijolo.

1835 — A requerimento dos meninos coreiros e dos estudantes, é citado judicialmente o cabido para um libelo de força nova espoliativa e turbativa, e para todos os termos até final, pena de revelia, sobre o mesmo cabido lhes negar a posse ou renda em dia de S. Nicolau do ano anterior, que foi o 1.º depois da extinção dos dízimos.

1867 — Celebraram-se na igreja da Colegiada pomposas e soleníssimas exéquias pela alma de El-rei D. Miguel I, a expensas dos seus amigos e partidários; oficiou o cónego tesoureiro-mor; todos os responsórios, missa etc.; foram executados por orquestra, da nova música desta cidade organizada pelo maestro espanhol D. Jerónimo Romão, cuja composição musical escrevera para esta solenidade; a eça foi colocada no cruzeiro da igreja, era sumptuosa elevando-se quase ao tecto do zimbório.

1893 — O Cabido (moderno) vende 8 panos de Raz por 250$000 réis!!! ao doutor Romariz, morador na rua do Príncipe, da cidade do Porto, e este vendeu-os para Paris, pouco tempo depois, por quantia superior a um conto de réis.

1918 — - 5ª feira - Começou a funcionar a Sopa Económica.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.